Passe da Feira da Providência de 1966

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Nossa imagem de hoje remete a um dos objetos do acervo da família, um passe de lapela da Feira da providência de 1966.
Estávamos na quinta edição da feira, criada em 1961 para financiar o Banco da Providência, da diocese da Guanabara à época, nesse ano a feira possivelmente ainda estava no seu local inicial, as margens da lagoa Rodrigo de Freitas, onde áreas não urbanizadas, oriundas de aterros de regularização das margens ofereciam espaços para esses eventos. Tendo alguns ficado permanentes como o drive-in, que virou academia de bacanas privatizando até hoje o espaço público.
O cartunista Ziraldo já desenhava o mascote do evento e o patrocinador dessas credenciais era a saudosa Barbosa Freitas, uma das lojas mais elegantes e sofisticadas de Copacabana, desaparecida no início dos anos 80.
A feira que começou como uma simpática quermesse a beira da Lagoa foi se agigantando ao passar dos anos, ocupando lugares cada vez maiores até se acomodar nos pavilhões do Rio Centro. Uma das razões desse gigantismo não foi o espírito caridoso do Carioca mas sim a famigerada reserva de mercado que dava a feira o status de ser um dos poucos lugares com grande oferta de produtos importados a preços “mais baixos” ou até mesmo o único lugar que tais produtos eram encontrados.
Por isso multidões corriam para o longínquo Rio Centro a fim de garantir um bebidinha ou uma comidinha vindo de fora numa das barracas dos países participantes, transformando a feira num lotadíssimo programa de índio.
Com a abertura das importações a feira começou a perder seu principal apelo e nos últimos anos sua repercussão na mídia diminuiu muito.

15 comentários em “Passe da Feira da Providência de 1966”

  1. Cheguei a pegar a Feira na Lagoa…
    Já que está diminuindo podiam demolir a Estação do Corpo e por lá de novo.
    Qualquer coisa no Rio Centro para mim é programa de índio.

  2. Tenho (pelo menos) dois plásticos de parabrisas com o tema da Feira da Providência, ambos com ilustração do Ziraldo. Estou tentando descobrir de que ano eles são.
    Um deles deve ser de 1969. O mascote está vestido de astronauta.
    No outro, se não me engano, há a frase “este ano será na Lagoa”.
    Teria a Feira mudado de lá por algum ano na década de 60?

  3. Andre,
    esta feira de 1966 foi na Lagoa mas no trecho entre o Piraquê e a Hípica. A “Belém-Brasília”, trecho da Borges de Medeiros entre o Estádio de Remo e o Piraquê, só abrigaria a feira nos anos seguintes.
    Neste ano de 1966 gerenciei com amigos do Santo Inácio uma das barracas mais concorridas, a que sorteava LPs.
    Anteriormente a feira tinha estado no Iate Club, no Parque Lage e até mesmo, quando era mínima, dentro do Piraquê.
    Quem permanece à frente da Feira, há mais de 45 anos, é D. Marina Araújo.
    O diretor financeiro neste ano de 1966 foi um grande amigo de meus pais, que havia sido Superintendente Geral do Imposto de Renda (algo como Secretário da Receita, hoje em dia).
    E D. Helder capitaneava tudo.
    Grande resgate.

  4. Tenho aqui, em algum lugar, o documento de D. Helder me apresentando como responsável pela barraca de discos e me autorizando a pedir doações de LPs nas gravadoras. O Pittigliani, da Philips, se não me engano, ajudou muito. E também uma loja de discos que havia no Centro Comercial de Copacabana.

  5. André,
    Genial seu blog. Um trabalho magnífico e um serviço que você presta aos verdadeiros cariocas. Pessoas
    que realmente amam esta cidade e tem dentro de si o verdadeiro espírito carioca !!!
    Meus parabéns.
    Abraços.

  6. A Feira da Providência, nos últimos anos, acabou virando uma feirinha de quermese. Como o André escreveu, o atrativo era a possibilidade de conseguir produtos importados mais baratos, tanto que os estandes mais concorridos eram os dos EUA (eletrônicos), França (perfumes)e Portugal (vinhos, bacalhau, etc). Hoje, vemos estandes com poucas opções de produtos, tanto que nos últimos três anos, só fui uma vez, ano passado.

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