Morro de Santo Antônio, parcial da Cidade – 1939


Nossa foto de hoje pode ser lincada ao nosso penúltimo post, onde mostrávamos as últimas e profundas modificações da região da Carioca sofria no meio dos aos 70 do século passado. Nossa foto é pelo menos uns 35 anos anterior a feita pelo Ruy Lopes, mas as modificações em toda a área abrangida por essa área foram radicais, e mesmo já nos anos 70 as modificações feitas anteriormente já tinham sido radicais. Fora o Convento acho que não chegam a 10 os prédios os que sobreviveram até os nossos dias, inclusive prédios de concreto armado sucumbiram as demolições realizadas pelo poder público e pela especulação imobiliária.
Vamos começar por baixo e no extremo esquerdo da imagem, ali vemos um pedaço do Ed. Nilomex, hoje retrofitado e unido aos seus vizinhos e irmãos, Raldia e Castelo, tendo todo o conjunto recebido o nome deste último, ainda na base da foto vemos o prédio déco da Rua São José, que resistiu a demolição de todo seu entorno, caindo para a construção de parte dos dos jardins  da atual Praça Melvin Jones, indo para a direita vemos a massa das construções dos quarteirões entre a Av. Rio Branco e Ruas São José, Assembleia, Rodrigo Silva e parcialmente da Quitanda, vemos tênuamente a Igreja de Nossa Senhora do Parto, já modificada e pouco mais de 10 anos demolida para a construção do prédio de escritórios da Cúria.
Subindo, mantendo a esquerda vemos uma aba do Morro do Castelo, espremida  entre a Rua México de da Ajuda, com o velhos sobrados apoiados no que restava das fraldas do morro, a Rua México inclusive tem seu trajeto errático por causa disso, ao lado o enorme edifício eclético, demolido pouquíssimo tempo depois para o encontro da Av. Nilo Peçanha com a Av. Rio Branco, que resultou por anos em uma feia empena cega. Voltandp para a borda da imagen, vemos a construção do Cineac-Trianon, ao seu lado vemos as duas torretas do novo prédio déco do Cinema Parisiense, ambos hoje demolidos nos anos 70 para a construção de altíssimos prédios.
Do outro lado da Av. Rio Branco vemos os icônicos conjuntos do Liceo de Artes e Ofícios e o Hotel Avenida com a Galeria Cruzeiro, indo para a direita temos o quarteirão desaparecido da Rua São José e seu conjunto edificado hoje totalmente esquecido, desse grande quarteirão resta apenas uma porção triangular ocupada pelo Ed. De Paoli.
Indo para o Largo da Carioca vemos o emboque das Ruas Treze de Maio e Senador Dantas, de onde todos os prédios mostrados só restou o do Liceu Português, mais a direita vemos o fundo dos terrenos do Antigo Teatro Lyrico, essa época já demolido, a Imprensa Nacional e o Largo propriamente dito, com o Ed. Carioca e o conjunto eclético da Ordem Terceira, ao fundo o Convento.
Fechando a parte identificável da foto vemos o Morro de Santo Antônio, no compasso de espera entre ser arrasado ou urbanizado, tendo na época predominando a primeira hipótese, nas encostas vemos o prédio da Polícia Especial, que ali ficou em ruínas do morro até o início dos anos 50, quando foi arrasado para a conclusão da Av. Chile.

9 comentários em “Morro de Santo Antônio, parcial da Cidade – 1939”

  1. Essa foto é do final dos anos 30. Vendo de cima, o “bota abaixo” na região foi enorme. O pior é que nesses quase 50 anos isso foi feito sem que durante as demolições as manifestações contrárias foram insignificantes.

  2. Ainda estou me localizando na foto. A maioria dos prédios já demolidos, preciso apelar para o Maps e procurar os sobreviventes. Até os morros não existem mais, assim fica difícil…

  3. Mais uma vez, foto e texto excepcionais.
    Algumas das construções descritas no texto estão no acervo da Brasiliana, incluindo a demolição do prédio na Rio Branco para a abertura da Nilo Peçanha, em 1939.

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