Av. Copacabana com Rua Figueiredo de Magalhães, 1973

 Diretamente do fantástico acervo da Life fazemos uma viagem a esquina mais barulhenta do mundo, em 1973.
Na época da foto a Rua Figueiredo de Magalhães  estava com a mão invertida, o que aconteceu por pouquíssimo tempo, possivelmente por causa das obras de duplicação do Túnel Velho. Nessa época a Rua Santa Clara também teve a sua mão invertida, ficando sem comunicação com o Túnel Velho.
A faixa de pedestres já apagada indica que o período foi mais longo que alguns poucos dias. De resto a foto mostra muito do mobiliário urbano da Guanabara, com o “pirulito” de cores diferentes aos que estão desaparecendo hoje nas ruas. A iluminação da Av. Copacabana ainda se dava por luminárias dependuradas por cabos no meio da rua, nos mesmos lugares desde que os canteiros centrais foram retirados na Adm. Dodsworth, nos anos 40. Porém as luminárias padrão Light tinham dado lugar, na primeira metade dos anos 60, por luminárias a vapor de mercúrio da marca Thonsom, que ficaram dependuradas até 1975 quando a via ganhou postes “Padrão-Rio”, curvos de 9 metros, como outras vias do bairro estavam ganhando no processo de modernização implementado pela CEE ( Companhia Estadual de Energia) que começou em 1967 em vias como a recém alargada Barata Ribeiro .
Na esquina tinhamos também os cercados no vértice das esquinas, para evitar o cruzamento em X dos pedestres mais imprudentes, nos anos 50, final dos 60 início dos 70 e na metade dos anos 80 tentou-se essa medida, sem sucesso. E curiosamente esta esquna participou de todas essas tentativas.
O guarda-sol vermelho mais a frente abrigava um dos ambulantes autorizados e licenciados pela administração. Normalmente cada vértice das esquinas possuia um. Deficientes físicos em sua maioria, como o senhor cego que ficava na esquina da Rua Raimundo Correa que era a cara do pres. Figueiredo ou o outro senhor, vítima da Pólio que tinha um DKW Fissore adaptado para sua deficiência na esquina da Rua Santa Clara com Barata Ribeiro. Todos eles desapareceram poucos anos depois da invasão do bairro por milhares de ambulantes na época do socialismo moreno. O boato falava que eles tiveram as autorizações negadas quando da renovação, enquanto o resto da camelotagem, completamente sem controle, tornava a Av. Copacabana inandável.
Na nossa frente a carrocinha da Kibon e ao seu lado o baleiro e confeiteiro de amendoins, dois clássicos da cidade. Na base da foto um “zé do caixão” servindo para o seu fim mais comum, taxi.
Mas sem dúvida o mais interessante é constatar que o comércio da esquina chegou intocado até os primeiros anos do séc XXI, e hoje dos estabelecimentos vistos apenas a clínica de podologia do Dr. Scholl se mudou mais para frente da Rua Figueiredo de Magalhães, quase na esquina com a Rua Silva Castro. Resistem às décadas a Casa Nelson, totalmente reformada, e a Casa Meio Minuto, com o mesmo letreiro até hoje.
Do outro lado da rua tudo mudou, sendo a Ethan a última loja a desaparecer. De resto o tumulto de pedestres continua o mesmo.