Lagoa, início dos anos 20

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Nosso post de hoje, além de um duplo com o Saudades do Rio, é muito mais um complemento. No Saudades de ontem o amigo Luiz D´ postou uma bela foto da Lagoa, mais precisamente da desaparecida Praia da Piaçava no início dos anos 20, época de grandes transformações na região, http://fotolog.terra.com.br/luizd:1522 .
Nossa foto de hoje, tirada em época muito próxima mostra a região por ângulo inverso, sendo muito interessante, merecendo seu fracionamento:

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A primeira imagem mostra a região da Fonte da Saudade, aparentemente os aterros estavam mais evoluídos que na imagem do Luiz, embora aparentemente sem arrocamento, o que pode sugerir que na foto do Luiz tivesse sido tirada em dia de maré alta.
 

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A segunda parte é muito curiosa, mostra 3 pequenas vilas operárias as margens da Rua Jardim Botânico onde hoje temos as ruas Prof Saldanha e  Getúlio das Neves, o mais impressionante é que uma delas existe até hoje e outra possivelmente virou o posto Texaco, que tem um terreno com divisas estranhas.
 

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O terceiro fragmento mostra, detalhadamente a antiga península que existia na região da Rua Maria Angélica, e que explica  traçado torto da Rua Frei Leandro até hoje.
 

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A quarta imagem nos mostra a Casa da Condessa Lage, uma área sendo aterrada logo a frente, onde vemos vestígios de uma velho porto, essa área hoje abriga as Ruas Gal Fragoso, Dr. Neves da Rocha e trecho da Rua Alexandre Ferreira, além do Clube Militar e da Hípica. Onde hoje temos as ruas que formam o sub bairro em torno da simpática Praça Pio XI, tinhamos uma manufatura e sua vila operária. No topo do recorte um pedaço do que seria décadas a frente a Av. Borges de Medeiros.
 

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A quinta imagem nos mostra um Leblon totalmente deserto, o canal da Lagoa ainda sem intervenção humana, além de vermos os atabalhoados trabalhos de aterro na região do Jóckei, feitos com sobras de desmontes de toda a cidade, notadamente do Morro do Castelo.
 

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Por fim Ipanema, já ocupada nas imediações da Praça Ferreira Vianna, hoje Gal. Osório, mas se esvaziando drásticamente a partir da Rua Montenegro, onde vemos bem traçadas as hoje nomeadas Rua Prudente de Morais e Visconde de Pirajá, antiga 20 de Novembro.

18 comentários em “Lagoa, início dos anos 20”

  1. Andre, você saberia dizer quem foi Ferreira Viana e o que comemorava a Rua 20 de Novembro?
    Aliás, esse post está fantástico.

  2. Agora sim, o Andre tá aproveitando as capacidades do blog! Nada de botar a gente imaginando como seria a foto em alta…
    Essa imagem explica o porque do “buraco” na urbanização existente na região da Hípica. Foi uma das últimas a ser aterrada, junto com o Jockey, por causa da configuração natural da região. É impressionante que o único ponto da Borges de Medeiros que se aproxima do litoral original da Lagoa é a península rochosa onde está a estátua do índio, justamente naquele local existe uma pequena elevação.
    Na quarta foto aparece uma casa no centro de um grande terreno na Jardim Botânico, no limite da urbanização. Seria o Solar Monjope?

  3. André,
    Hoje você matou a pau! Grande descrição desta região.
    Tenho dúvida em relação ao ao fragmento de foto comentado pelo Rafael. Do lado oposto ao terreno do Solar Monjope há, aparentemente, uma rua ou trilha. Contudo, pela posição, não parece ser a rua J. Carlos. Esta não havia sido planejada ainda? A trilha em questão parece ser no limite do parque Lage, onde hoje há um prédio da rede Globo.

    1. Devia ser a trilha para o Corcovado que hoje sai de uma das extremidades do P. Lage e com certeza tb devia se bifurcar para onde hoje temos os altos dasRuas Eurico Cruz e M. Angélica

  4. A partir de hoje passei a entender o motivo das constantes inundações no trecho em depressão, na rua Lineu de Paula Machado em frente à Hipica. Foi o aterro que estava sendo executado na quarta imagem. Por ter sido efetuado sobre terreno argiloso, mole, cedeu com o tempo, no mesmo processo que ocorre na ciclovia próximo ao corte do Cantagalo.
    O posto Texaco parece ser a vila operária da direita.
    Onde ficava a fábrica de tecidos que ficava às margens da lagoa? Pensava ser na Hípica, mas por esta foto nota-se que não.

  5. As partes brancas na regiao de ipanema/leblon seriam areia? imagino que isso era uma restinga cheia de areia…
    parabens pela foto

  6. O terreno que “afunda” em frente ao Corte do Cantagalo é pantanoso e requer estaqueamento especial e bastante caro para parar de ceder. Os prefeitos preferem simplesmente reaterrar e torcer para que o afundamento só ocorra depois que passarem o bastão para o sucessor. Possivelmente o terreno em frente à Hípica apresenta o mesmo problema.

  7. A Areia de Ipanema e Leblon ainda está lá. Basta cavarem um buraco para a areia branca aparecer.
    A foto, os detalhes e a explicação são primorosos. Imagine a Mansão Lage de frente para a Lagoa como era antes ? Que desbunde…..
    Muito Bom !

  8. Hoje passei na rua Jardim Botãnico e vi que não só duas, mas as três vilas operárias ainda existem.
    A da esquerda da foto é a mais descacterizada e só consegui reconhecer uma única casa da vila. Fica nos fundos do primeiro prédio da rua Jardim Botãnico.
    A vila do meio é a que se mantém em estado mais próximos do original, com a maioria de sua casas ainda de pé.
    A vila da esquerda tem parte sua maior ocupada pelo posto Texaco, mas ainda possui casas originais nos fundos.

  9. Terceira foto:
    “o mais impressionante é que uma delas existe até hoje e outra possivelmente virou o posto Texaco, que tem um terreno com divisas estranhas.”
    Os três triângulos ainda estão lá.
    Indo do Humaitá em direção a Gávea:
    1. O primeiro foi cortado ao meio pela saída do viaduto Saint Hilaire pela pista de escape saidno do tpunel e entrando no Jardim Botânico.
    2. O segundo é formado por cerca de sete construções entre casas e prédios
    3. O terceiro possui em seus limites a Interclínica Jardim Botçanico e o Auto Posto Monalisa da Ypiranga.
    O mais curioso é perceber que os limites triangulares se mantiveram com o passar dos anos. São bem vísiveis no Google Maps.
    Abraços,

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