Pavilhão de São Cristóvão

andredecourt's photo from 1/24/05

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Dando seguimento ao post de ontem do /tumminelli (http://ubbibr.fotolog.net/tumminelli/?pid=9283459 ) coloco mais uma foto do Pavilhão de São Cristóvão.
Umas das coisas mais intrigantes para todo mundo era o teto, num enorme vão livre, algo impensável prá época e até hoje muito difícil.
Sérgio Bernardes talvez tenha sido o maior visionário dos modernistas brasileiros, além de tudo sua personalidade meio amalucada faziam dele uma figura impar e cativante para todos que o conheceram.
 Para o pavilhão ele bolou um intricado sistema de cabos de aço esticados de um lado a outro das paredes do pavilhão, eles eram tensionados por grampos em forma de “U” que até hoje se encontram nas paredes do atual Centro de Tradições Nordestinas.
Esses cabos inicialmente sustentaram placas de acrílico transparente, existem informações que o velho Sérgio pretendia colocar um fluxo d’água sobre esses acrílicos, mas não pude apurar, mas pela forma que foi executada a primeira cobertura essa idéia não seria implementada .
De início o maior problema é que os acrílicos estouravam com a movimentação dos cabos, pois apesar de serem super tensionados, a distância do vão era enorme.
Logo a cobertura original foi trocada por feias e pesadas telhas de amianto, na tentativa de dar mais rigidez ao conjunto, mas mesmo elas tinham graves problemas, principalmente com ventos a cima de 60 km/h, quem não se lembra dos constantes destelhamentos do pavilhão nos anos 70.
Com a inauguração do Rio Centro, o velho pavilhão perdeu seu status de maior espaço para eventos da cidade, e começou a ter seu período de decadência .
Nos anos 80, várias escolas de samba o utilizavam como barracão, seu teto já apresentava vários problemas e as instalações estavam completamente dilapidadas, um incêndio de grandes proporções agravado pelo tipo de matéria prima que as escolas de samba utilizam provocou o desabamento de grandes trechos da cobertura pelo rompimento dos cabos de aço.
Depois desse evento o pavilhão foi abandonado pois foi interditado pela defesa civil, e como nos conta o Roberto algumas tentativas de revitalização foram tentadas, até chegar na atual no meu ver bem sucedida apesar de alguns escândalos já surgidos.
Concordo com os que acham que a cobertura deveria ter sido colocada, com modernos materiais, mas acho que os administradores não quiseram pagar prá ver se as novas soluções repetiriam os problemas antigos.

Comments (36)

principioativo 1/24/05 6:29 AM …
interessante! isso me faz pensar no coliseu…
natureco 1/24/05 6:40 AM …
Ainda era coberto nessa época 🙂
Abçs.
Luiz.
felipebh 1/24/05 6:56 AM …
A primeira vez que vi este espaço fiquei surpreso, agora fico mais ainda ao conhecer um pouco de sua história.
Outro grande registro, André.
Uai, cê não ia viajar?
Abração.
cpessoa 1/24/05 7:55 AM …
Muito interessante… adoro saber as histórias dos lugares. Seu flog é o melhor… 😉
[email protected] 1/24/05 8:39 AM …
Sinceramente, eu acho uma pena que o teto primitivo do pavilhão não tenha sido reconstruido. Como você disse no texto, poderia-se tentar usar novos materiais que devem existir com certeza. Ainda que a obra tenha sido preservada em parte é uma lástima que uma obra arrojada como essa (devem haver poucas desse tipo no mundo)não possa ser um dos pontos de atração turística do Rio; um investimento que valeria o esforço. Quanto ao Sérgio Bernardes ele era realmente amalucado e talvez por isso msmo grande amigo de Le Courbisier. Era o Sérgio Bernardes que “era contra” o pagamento do imposto de renda. Aliás, quem sabe isso aí não gerou jurisprudência beneficiando a todos nós (risos contidos).
andredecourt 1/24/05 8:42 AM …
O Sérgio era amigo do meu pai, contemporâneo de faculdade, fizeram poucas e boas juntos nos tempos de estudantes e recém formados
_guiga 1/24/05 9:08 AM …
Imagino que tambem por razões politicas… com o atual governo do estado…
_guiga 1/24/05 10:03 AM …
Sei pouco a respeito dos detalhes… tem algum lugar onde possa me informar mais? Em principio me parece que faz sentido a separação, meramente pelo motivo politico, mas estou de acordo contigo que devem haver multiplas outras razões.
Abraços
Waldenir 1/24/05 10:09 AM …
Eu cheguei a pegar o pavilhao com a cobertura que aparece na foto, no inicio dos anos 70. A feira da providencia acontecia la.Realmente, depois do Riocentro, aquilo tudo “esvaziou”.
autofocus 1/24/05 10:21 AM …
Re. Eu acho que eram boias sim…
DEMAIS essa!!!!
beijos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Adri 🙂
[email protected] 1/24/05 10:23 AM …
Quem contava histórias incríveis sobre o Sérgio Bernardes era um cara que o teu pai, André, deve ter conhecido: o, infelizmente e prematuramente falecido, Marcos Vasconcelos. Uma das historinhas que o Marcos adorava contar era de um projeto que o Sérgio havia feito para um amigo nosso, o Edeson Coelho, no Novo Leblon. Não sei que diabo de material ele havia escolhido para o telhado que quando chovia era impossível conversar dentro de casa. Dizia o Marcos que era um tributo que o mestre fazia aos índios brasileiros criando um Maracá gigante para proteger o Edeson contra os maus espíritos. Hilário.
tumminelli 1/24/05 10:27 AM …
Perai,
Feira da Providencia no pavilhão??? Que eu saiba era na Lagoa defronte ao Tivoli e o inicio dela, se não me engano, foi no Iate Clube. No Pavilhão é novidade pra mim
andredecourt 1/24/05 10:28 AM …
Conheceu sim Álvaro
andredecourt 1/24/05 10:29 AM …
Roberto, ela teve algumas edições no Pavilhão sim, acho que a única que fui foi lá, mas meu pai surtou com a muvuca, não ficamos nem 20 minutos lá dentro
_guiga 1/24/05 10:33 AM …
Valeu pela dica dos sites, vou dar uma olhadinha.
autofocus 1/24/05 10:42 AM …
hahahahahahahahha!!!!
Valeu!
🙂
🙂
[email protected] 1/24/05 11:09 AM …
Rapazes: liguei para a Marina no banco da Providência e ela me mandou a localização da feira desde 1961. Segundo ela (vejam bem, vou repetir: segundo ela) a feira foi nos seguintes lugares:
1961 – Piraquê
1962 – Hípica
1963 – Iate Clube
1964 – Parque Lage
1965 a 71 – Lagoa entre a Hípica/Piraquê
1972 a 77 – Lagoa entre Piraquê/Drivein
1978 até hoje Riocentro
Reclamações com a Marina.
[email protected] 1/24/05 11:13 AM …
Em tempo: Banco da Providência Diretora Geral: Marina Martins de Araújo Rua dos Arcos, 54 –
Centro 20230-060 – Rio de Janeiro, RJ – Tel 2240-2769 e 2240-2419. :-)))))))))))))
tumminelli 1/24/05 11:58 AM …
Alvinho mata a cobra e mostra o pau! Eu sabia que havia algo de rrado nessa historia da Feira da Providencia ter acontecido no Pavilhão.
Me recordo de um evento que fui lá qd crianças, onde eram exibidos ao publico materias do exercito, aeronautca, corpo de bombeiros, polica, etc. E o que tenho até hj na memoria são os dois holofotes de vasculhar o ceu do exercito, que estavam na entrada do Pavilhão, acesos e iluminando os ceus de São Cristivão. Isso sem contar com os veiculos militares que estavam do lado de fora. Não lembro o nome do evento… seria semana da patria? Sei lá. Só sei que me diverti muito.
:-)))
andredecourt 1/24/05 12:00 PM …
Cara, será que meu pai me levou no Riocentro, isso é muito programa de indio prá ele !!!!
rodperez 1/24/05 12:13 PM …
hahah minha avó comandava a barraca do mato grosso do sul no rio centro. eu ia sempre!
dr_ocio 1/24/05 12:49 PM …
a foto foi feita com o carro parado no sinal, o predio a esquerda, que não saiu na foto, era onde morava uma tia que hj vive em israel. a rua, Santa Clara, é onde morava minha avo (que hj mora no céu) e onde passei a infancia descendo e subindo. Copa é tudo, é história, é vicio
AnaClara 1/24/05 12:51 PM …
Já morei numa casa,na Barra, projeto do Sérgio Bernardes e como do terreno dava para ver a Pedra da Gávea êle colocou janelas em arco enormes nos quartos todas envidraçadas nas quais era impossível colocar cortinas,resultado, acordava-se com o sol na cara e a Pedra da Gávea também.Muito louco!!!
dr_ocio 1/24/05 12:51 PM …
PS- lembro das ultimas 3 localizaçoes da Feira da Providencia que o alvaro cita acima, não lembor dela no Pavilhao de Sao Cristovao
eduardo bertoni 1/24/05 1:55 PM …
Como velho rato da Feira da Providência também estava estranhando a informação de que ela tinha tido algumas versões no Pavilhão.O Alvaro mostrou o pau. Ou a cobra. O André deve ter ido mesmo ao Riocentro pois em 1978 ainda andava de calças curtas :)))))))))))))))))
Eu fui muito amigo do Claudinho, filho do Sérgio Bernardes que morreu estupidamente antes de atingir o auge da sua carreira há alguns anos atrás num desastre de automóvel.
Eu freqüentei muito a casa deles na Niemeyer (que era uma beleza) e lembro de ter ouvido muito a respeito da tal água sobre o teto do pavilhão.
Nesta época acho que o teto de acrílico já tinha ido para o espaço.
Você tem uma foto do interior do Pavilhão na época do teto de acrílico?
Abs,
Bertoni
http://fotolog.terra.com.br/outromundo
andredecourt 1/24/05 2:08 PM …
Eduardo não tenho não, meu pai disse que foi ver na época o teto, mas não tirou fotos.
Meu pai conhecia o Sérgio na época que ele morava num apartamento térreo no edifício Albervânia ( o mesmo do Lacerda) com soluções típicas de Sérgio Bernardes, e também conta às vezes que Sérgio que era um louco no volante tentou andar nas pistas de corrida….meu pai conta que ele um dia falou prô velho, “tem gente que fala que sou um louco no volante,mas na minha primeira corrida um maluco já afundou a minha porta, e eu quase bati porque levei o maior susto”.
Realmente era uma figura
frederico_mendes 1/24/05 3:09 PM …
Acho que em 66 teve uma feira de eletrodomésticos no Pavilhão. Não me çembro de Feira lá não.
Mas eu sou garoto…
andreleblon 1/24/05 3:51 PM …
Muito legal a foto!
Alguém sabe o ano que tiraram o telhado de acrílico?
Quanto a feira acho que posso esclarecer um pouco, pois foi a única vez que fui nesse pavilhao e isso ficou bem gravado na minha memória pela grandiosidade do lugar, afinal eu tinha só 6 anos de idade.
Foi numa feira chamada “EXPO 70”, do que tinha na feira eu nao me lembro bem, mas se nao me engano era sobre tecnologia nova da época.
Fui a feira com a turma do primário, e só nao estou certo de, apesar do nome da feira ser Expo 70, ela aconteceu realmente em 1970 ou lá pro final de 69
Abraços a todos
André
[email protected] 1/24/05 4:11 PM …
Trabalhei em várias Feiras da Providência na década de 60 (tinha uma barraca no Setor Jovem que sorteava LPs!!!- era o maior sucesso) com a D. Marina Araújo. Ela tem toda razão sobre os locais.
rockrj 1/25/05 6:30 AM …
André, fui no 1º Festival de Cerveja do Estado da Guanabara, neste pavilhão, e até hoje tenho o caneco guardado…você comprava o caneco, bebia a vontade, e depois …já pensou você la?
Joguei tenis lá uma vez também, na década de 80. Existiam quadras dentro do pavilhão, não sei de que orgão do governo, e eram alugadas.
Francisco Antunes 1/29/05 4:22 PM …
No Pavilhão realizavam-se diversas feiras, afinal era o Rio Centro de antigamente.
O teto é um paraboloide-hiperbólico e me parece que é o, ou pelo menos foi, o único do Brasil na sua época.
AndreM 12/7/05 6:24 PM …
No Pavilhão de São Cristovão tinha também o Festival Nacional da Criança. Todo ano tinha anúncio na TV com uma musiquinha meio assim “…4º Festival Nacional da Criaaaaança!”. Lógico que no ano seguinte era o 5º Festival Nacional da Criaaaaança! Eu lembro da música mas não lembro do festival, ehehehe.

7 comentários em “Pavilhão de São Cristóvão”

  1. Eu nasci em ão Cristovão ño Pavilhão havia, Feira como a Expos na decada de 60 a 70. Onde tinhamos feiras de carros importados,feira dos cavalos das forças armadas, feira de tecnolias vinda dos Estados Unidos, Shows da Jovem Guarda, exposição de aviões. Enfim de uma infinidades de coisa. Era o POINT da época, aquilo sim que era maravilhoso, lá faziam também os carros alegória era tudo feito a mão no bruto. Não tinha maquina para facilitar o seu trabalho, era maravilhoso. Eu tinha 6 (seis anos) e nunca me esqueci, sentávamos no gramado que tinha em volta do Pavilhão. Havia um banheiro público vindo da França com vitrais lindo, eu adorava ver o sol refletido nele. Hoje onde fica os palcos existiam dois lagos imensos que andavámos de pedalinho, tinha até patos. Onde foram aterrados. Tinhamos em cada feira da Expo, tinhamos um imenso Parque de Diverssões é época boa! Sem assaltos violência podiamos curtir bem mais. As feiras tinha o nome de EXPO 60, EXPO 61, 62 63 e assim sucessivamente. Vimos, ROBERTOS CARLOS, WANDERLÉIA, ERASMO CARLOS, RONNIE VON ENFIM TODOS DA JOVEM GUARDA. Éramos crianças e não podiamos entrar como morávamos em frente na RUA SENADOR ALENCAR, ouviamos o show e espiavámos pelosburacos da construção do Pavilhão. O nosso pai foi dos funadadores da Feira dos Paraiba, era assim que era chamada em sua época. ELe se chama JOÃQO BATISTA DE ALMEIDA (O JOÃO GORDO). O seu retrato esta pintado nos fundos do Pavilhão. Juntamente com os outros fundadore o seu DODGE, um cidadão que tinha o apelido de macaco, ele começou vendendo redes no chão. O meu pai faaz parte dessa historia, tanto que dentor dopavilhão tem uma rua em sua hoenagem. Se eu fosse falar do Pavilhão daria umfilme. Esses nunca saiu das nossas mentes porquefomos criados vivendo no pavilhão e na feira.
    Obrigada
    BJS

  2. Escrevo a biografia do empresario que bancou o pavilhao. Joaquim Rolla
    O mesmo que construiu o Quitandinha em Petropolis e era dono do cassino da Urca.

  3. MEU PAI ERA QUEM FAZIA E BOLOU E FEZ ALGUNS FESTIVAIS COMO FESTIVAL DA CRIANCA , FESTIVAL DA CERVEJA E DA MODA . EU MORAVA ATRAZ DO PAVILHAO DE SAO CRISTOVAO . TENHO FOTOS TIRADAS COM DENER E MEU PAI E OUTRAS DE ALGUMAS FEIRAS .
    ME LEMBRO DA CALOI NA FEIRA DA CRIANCA
    HOJE MORO NOS USA MAS MINHA IRMA AINDA MORA NO BRASIL , NA TIJUCA E TEM MELHORES LEMBRANCAS QUE EU .
    SE QUISER MAIORES INFORMACOES , MANDA UM E MAIL E TE PASSO O TELEFONE DA MINHA IRMA .
    ABRACOS
    TEREZA

  4. Lembro de ter visto no pavilhão shows de Barão Vermelho com Cazuza, o Festival Nacional da Criança tinha um globo da morte.As feiras expo tinha animais bizarros bizerros com 5 patas, concurso de miss enfim muito boas histórias e de tempos tranquilos em que poderíamos ficar até tarde a rua. Realmente bons tempos.

  5. o que acontecia no pavilhâo de sâo cristovâo era à. expo ex- festival nacional da criança realizada pelo exercito brasileiro fui varias vezes

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