Continuamos hoje no Bairro de Ramos, nosso fotógrafo está no sentido oposto as fotos de ontem e mantém a mesma janela de tempo.
Vemos a escadaria de acesso à estação de trem e mais a frente a pequena plataforma coberta, na esquerda temos alguns armazens férreos e aparentemente um pequeno desvio para vagões.
Na direita vemos a Rua Uranos, e mais uma vez o prédio que se destaca é um cinema, também em estilo Art-Déco como o Rosário. Trata-se do Cinema Ramos, construído em 1940, dois anos depois que seu vizinho de bairro a sala era um pouco menor mas o estilo arquitetônico também tomava conta de todo o prédio.
O prédio está mais bem conservado que o Rosário, pois abriga uma filial de uma igreja evangélica famosa ocupar salas de cinema e teatros, bem como incentivar a intolerância religiosa e por fim rapinar os que nela acreditam.
Na rua vemos o movimento típico com destaque o bonde com reboque, o que mostra como voltamos atrás nos meios de transporte colocando o sistema sobre trilhos como mero quadjuvante, quando até os anos 50, um sistema de carris alimentava ferrovia.
Fora o término das passagens de nível a geografia no local não mudou muito, nesse trecho temos apenas de um lado uma rua acompanhando o leito da ferrovia, com as construções se debruçando para a linha
O movimento era mínimo se comparado com hoje em dia.
Engraçado que no horizonte parece que já existiam muitas construções! Claro, todas sendo casas e pequenos prédios, mas o solo já bastante ocupado!
Decourt, por acaso no original dá para ver o número de ordem do reboque do bonde? Em caso positivo, você poderia enviá-la para mim?
Hélio, o original pode ser copiado clicando na imagem, infelizmente apesar do bom tamanho pixeliza bastante no zoon, não consegui nem ver o filme que passava no cinema.
O abandono dos bondes e dos bens públicos em geral é impressionante.
Investimentos pesados totalmente abandonados.
O que se vê na região da Av. Brasil, é de se lamentar.
Milhares de prédios enormes, completamente abandonados.
Linhas férreas, viadutos de trens, partes do porto, etc.
Definitivamente, somos um país rico, ninguém me convence do contrário.
Ate a década de 60, os bairros da Leopoldina fervilhavam no comercio, principalmente Penha (Festa da Penha), e Bonsucesso. Infelizmente com a chegada dos grandes supermercados e Shoppings este comercio local não pode acompanhar e sofreu o impacto do progresso da cidade.
É certo que com o surgimento dos shoppings o comércio tradicional de rua foi prejudicado. Mas não esqueçamos que este comércio ficou vulnerável a bandidagem que assolou aquela área durante muito tempo, em vista que as lojas de shoppings são protegidas pela segurança.
Lindissíma foto Andre: Tambem não consegui decifrar o numero de ordem do bonde, um bataclã que era o modelo usado na Tijuca na linha usina-praça xv. Qual sería a linha desse bonde da foto , alguem sabe? O bonde foi sem dúvida
o melhor meio de transporte da cidade , era o metro de superfí
cie da época.Acabaram com tudo com so bondes, onibus elétricos, e o sistema de trens suburbanos totalmente defasado.
Graças à Fetranspor…
O bonde que passa por Ramos segue pela rua Uranos em direção ao Largo de São Francisco é o bonde 94 Penha ( ou o esporádico bonde 92 Ramos – Largo de São Francisco – pois o reboque é grande) . O bonde 94 Penha está passando em frente a uma padaria e confeitaria que ficava ao lado do antigo Bazar Lealdade, loja de brinquedos e etc que ficava entre as ruas professor Lacê e a rua Aureliano Lessa . A passagem de nível que se vê ficava em frente a rua do Social Ramos Clube ( rua Aureliano Lessa) e já não existe mais pois foi fechada por um muro.
O bonde 93 Penha – Praça Mauá passava por esses mesmos trilhos e tinha sempre um reboque pequeno apesar de serem todos os bondes de tração desta região da Leopoldina o motor/(motorneiro) serem sempre grandes e talvez os mais modernos carros da Light do Rio.
Esclarecido Aires.
Eu, em 1950, morava em Ramos, e lembro muito bem desta maravilhosa era-de-ouro, que não existe mais. Valeu pelas fotos camarada…
Regredimos muito. A estação de Ramos é muito mais utilizada como ponto de ônibus do que como estação mesmo. Há apenas uma bilheteria, que curiosamente dá conta do recado (baixa procura). Os trens estão bem melhores que os da época de declínio da CBTU (imagem que a maioria das pessoas ainda têm do trem), mas tem o que melhorar. O “intervalo” no horário de vale é de 30 minutos, com constante perda de condução por conta de trens… adiantados! Isto desanima os passageiros e acaba fraquejando a demanda para a diminuição do intervalo.
Hoje em dia, o acesso é por baixo. possivelmente, as estações do ramal tiveram de se ajustar às catenárias (o que exige mezaninos mais altos), o que explica a constante de as estações desse ramal terem acesso por baixo. Talvez tenha havido aproveitamento das trincheiras dom mata-burros.
Essa foto já permite ver o desnível da rua Uranos (um pouco mais alta que as ruas do outro lado.) Verificar que a estacão não se moveu, contrariando o que me pareceu ao ver o post anterior. E ainda imaginar os “elos perdidos” entre a estação como na foto e a atual. Se bem que é interessante parar pra pensar que muitos desses prédios estão “conservados”…
A cidade trocou o eixo de crescimento. Antes era para norte e agora é para oeste.
Vendo essas e outras fotos, vejo como regredimos nessa cidade.
Regredimos muito! Ramos era para ser considerado um bairro próximo do Centro. Da estação de Ramos até a Central do Brasil, a distância é de 12km, o tempo de viagem é de 18 minutos… E não tem ainda um trem que funcione em regime de intervalos… Pelo menos o ramal foi eletrificado… Mas como uma via segregada ferroviária não pode ser a base do serviço? Fica a retórica.
Nasci na rua Itapiru mas, nos anos 30, fui morar em Ramos. Naquela época a rua Uranos era o único caminho para quem quizesse chegar ao Rio de Janeiro, vindo de São Paulo ou de Minas Gerais. Eram raros os onibus e o carro praticamente nâo existia. É muita lembrança. Passando a linha de trem, eu ia à praia de Ramos, mas por um caminho praticamente deserto. Parece mentira, mas é verdade. Frequentava a Igreja Nossa Senhora das Mercês, onde fiz a primeira comunhão com o padre Barros. Estudei na Escola João Barbalho e no Colégio Pedro Primeio, que eu não sei se ainda existem. Tinha 12 nos e ia à cidade de bonde, que demorava mais de uma hora, para entregar as roupas que minha mãe fazia. Ficava feliz em tomar o bonde andando Espero chegar aos 90 anos com a cabeça boa e lembrando o passado.
Preciso ir da Barra da Tijuca para a Rua Uranos.Gostaria que me informassem se existe uma linha de onibus e aonde seria o ponto.Se nao existir onibus direto,qual a melhor maneira de chegar la? E urgente!!!!Obrigada a quem puder responder.
Poste de energia livre, tecnologia da antiga Tartaria. A história do Brasil é só mentira atrás de mentira. Façam suas próprias pesquisas e ficarão surpreendidos !!