Ramos, anos 50

 

 

Nossas fotos de hoje mostram um pequeno trecho do Bairro de Ramos, no Subúrbio da Leopoldina nos anos 50.

A primeira foto foi tirada no final da estação do bairro rumo à  Olaria. A rua que vemos na direita da imagem é a Leopoldina Rego, e o prédio que aparece em destaque em estilo Art-Déco é o prédio do Cinema Rosário, um dos 3 do bairro e um dos melhores fazendo concorrência como Cine Ramos, do outro lado da linha do trem na Rua Uranos.
O prédio apesar de tombado pelo DGPC está fechado há anos desde que a boate que ocupou o imóvel após a debandada do Grupo Severiano Ribeiro da sala fechou. Segundo apurei o estilo art-déco se propagava também pelo foyer e na sala de exibição, não podendo afirmar o quanto ainda está intácto.
Falando em Rua Uranos vemos que nesse pedaço da foto ela não acompanha a linha do trem, temos imóveis rentes a via férrea e uma précária passagem de nível, desconectada com o atual traçado do bairro, pois ela não está alinhada com a Rua Euclides Faria.
Nossa segunda imagem, mostra os imóveis junto a linha do trem e a Rua Uranos fazendo a inflexão no seu traçado até hoje existente. Esses imóveis foram demolidos no início do EGB para criarem o afastamento e a via de acesso ao Viaduto Cosme e Damião, um dos primeiros a ficar prontos no plano viário da cidade-estado
Vemos que nessa época o ramal não era eletrificado, bem como não havia segmentação entre as ruas e a linha do trem, como acontecia em todo o ramal da Leopoldina e também no Rio do Ouro, o que causava inúmeros acidentes e atropelamentos. A rede telefônica ainda é bem antiga o que demonstra a precariedade do sistema telefônico nos subúrbios do Rio, sendo um dos motivos para a Briga entre Carlos Lacerda e a CTB que causou a criação da CETEL-GB, logo implodida pelos militares.
O trem cargueiro de considerável tamanho aparentemente conduz uma grande partida de álcool, pelo que podemos ler nos tanques em primentos plano, um com a palavra “destilaria” e outro com as iniciais do Instituto do Açúcar e do Alcool.
É interessante notar nas duas imagens o profundo “mata burro” na linha do trem que certamente tinha a função de evitar a evasão de passagens pela linha, devendo os passageiros acessarem somente a estação que era cercada.