Copacabana, final dos anos 20

Nossa foto de hoje, tirada da esquina da Rua Duvivier rumo ao Posto V mostra uma Copacabana que engatinhava em seu processo de verticalização, embora vários trechos do bairro ainda se encontravam totalmente vazios.
O muro que vemos na direita da foto pertencia a grande propriedade dos Duvivier, uma grande casa, construída no litoral da área em litígio com a família Santos ( http://www.rioquepassou.com.br/2008/06/30/demanda-prejudicial/ ), na qual também curiosamente o Copacabana Palace foi construído ainda com a demanda possessória no Supremo Tribunal Federal. A casa não aparece na foto, embora seja bem famosa em quase toda a iconografia do bairro até os anos 40. A cerca contornava toda a propriedade dos Duvivier, inclusive nos terrenos junto ao Inhangá.
Em destaque na foto temos o Copacabana Palace ainda com seu coroamento e cromática originais, reparem que as persianas das janelas eram bem escuras, bem como a faixa junto ao coroamento, que seria modificado nos anos 50, percebemos também que não há a pérgula como nós conhecemos hoj, outro pedaço da construção também modificado  embora nos anos 40. Mas possivelmente esta modificação já era prevista por Gire quando do projeto do prédio, por constar em gravuras dos anos 20.
Depois da pedra do Inhangá vemos 4 das maiores construções da orla, o prédio localizado na esquina com a Rua Siqueira Campos ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/05/10/av-atlantica-posto-iv-circa-1925/ ), a Casa de James D’arcy ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/09/01/posto-iii-1919/ ) , o Hotel Londres (  http://www.rioquepassou.com.br/2004/03/06/1545/ )     e por fim o prédio mais alto na orla nessa época o Guarujá, na esquina da Rua Constante Ramos (  http://www.rioquepassou.com.br/2003/11/18/edificio-guaruja/ ) que ainda está de pé, embora em outro endereço, curiosamente  a casa de Smith de Vasconcelos ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/02/06/1450/ ), com sua torre de 30 metros de altura por um efeito ótico muito comum, possivelmente por seu cromatismo, some logo atrás da torre do Hotel Londres não sendo notada em constraste com os morros atrás.
A foto tem um detalhe que pode ser notado apenas aos iniciados na história do bairro de Copacabana, o calçadão revestido por placas de ladrílhos hidráulicos replicando o padrão dos desenhos das pedras portuguesas. Uma experiência que foi feita em vários trechos reparados depois da grande ressaca de 1925, certamente na tentativa de se obter um revestimento mais forte aos humores do mar, mas que pelos visto fracassou, voltando poucos anos depois o revestimentos tradicional ( http://www.rioquepassou.com.br/2008/08/01/av-atlantica-esquina-com-rua-rodolfo-dantas-outubro-de-1936/ )
 
Agradecemos ao amigo Carlos Ponce de Leon de Paiva o envio desta imagem.