Tijuca Tênis Clube, primeira sede

Há algumas semanas tive o prazer de ter recebido o primeiro email do João Vicente da Costa, que me perguntava se desejava receber seu livro sobre o Tijuca Tênis Clube, no corre-corre do dia a dia acabei me esquecendo de respondê-lo, e na semana passada novo contato, tendo eu respondido de primeira, afinal poderia esquecer de novo.
Feitos os primeiros contatos, recebi uma grata surpresa. O livro, daqueles feitos por amor à camisa, e que infelizmente não tem a penetração fora dos círculos do Tijuca é uma grande panorâmica sobre a história do clube, da fundação até 1950, sendo que o João viveu uma grande parte dela, intimamente, pois ocupou importantes funções no TTC, inclusive a de presidência. E muito me satisfaz que uma pessoa que ultrapassou os 80 anos mantenha tanta disposição inclusive para projetos futuros, pois o resto da história do clube está para ser condensada em outro livro. Ao João meus sinceros agradecimentos pela gentileza de me enviar o livro e a lição que fazer o que gostamos rejuvenesce e que nunca devemos parar, mas sim continuar produtivo no que nos dá prazer.

Nossa foto de hoje mostra onde tudo começou, e que infelizmente só está guardado na história e nas velhas fotos, vemos a primeira sede do Tijuca Tênis Club, por volta do início dos anos 20.
O velho prédio de caráter senhorial localizado na Rua Conde de Bonfim 451, pelo que conta o livro, era ocupada por uma casa de cômodos a Pensão Cantagalo, e não estava nas melhores condições. Mas o amplíssimo terreno e os contatos promissores com o arrendatário, o imóvel na realidade pertencia à Baronesa de Mesquita, davam ao imóvel as condições ideais para a instalação da agremiação.
Feitos os contatos e não posta nenhuma objeção da proprietária a construção de uma quadre de tênis, os associados do incipiente clube alugaram não só a área livre do terreno, bem como alguns cômodos do prédio. Com o crescimento do quadro social e os pagamentos em dia rapidamente e de bom grado o antes desconfiado arrendatário foi cada vez cedendo mais repartições do prédio, que se mantinha como casa de cômodos. E inclusive tão empolgado virou rapidamente sócio da agremiação.
Em 1916 o clube passa a ser praticamente o arrendatário do imóvel, mediante o saldo de todas as dívidas que o arrendatário possuía com a baronesa, aumento dos alugueres e a ampliação da sede, que foi sendo paulatinamente conquistada ao logo daquela década, com a acupação de mais repartições dentro do prédio.
Em 1921 o clube se torna arrendatário de direito do imóvel, pois de fato já havia se tornado 5 anos antes. E novas melhorias foram implementadas, inclusive uma reforma geral do imóvel que elevou o nível dos ocupantes e por conseguinte o valor dos alugueres, o interessante que vários sócios passaram a residir no velho casarão.
Em 1925, com o falecimento da Baronesa de Mesquita o clube foi notificado pela então Vara de Providoria a usar o direito de preferência para a compra do imóvel ou desocupá-lo entregando-o para a venda em hasta pública. Em meio muita polêmica o clube conseguiu por meio de empréstimo contraído junto a sogra de um dos sócios o numerário para a compra do imóvel, sendo criada uma nova categoria de associados a de sócio proprietário. Depois desta luta uma nova ameaça a Avenida Trapicheiros, com seu PA imaginado da Adm. Pardo Júnior ameaçava fatiar a área do clube ao meio, mas graças a influência de vários sócios o refinado prefeito acatou os anseios dos sócios e mudou o traçado da via.
Mas o velho prédio não obstante a todas as melhorias, era uma construção do séc. XIX e tinha diversas limitações estruturais, não permitindo novas ampliações e modificações mais radicais, era necessário que fosse ao chão e um novo prédio construído, o que ocorreu em 1930.
Continuamos na quarta….

12 comentários em “Tijuca Tênis Clube, primeira sede”

  1. Valeu Sr. João por compatilhar essa fantástica história do TTC.
    Eu, só entrei duas vezes; uma, na minha formatura em 2000 e a segunda, em 2008 num churrasco com a galera da Prefeitura do Rio. Essa segunda vez é que pude conhecer realmente a estrutura do clube. Por sinal, excelente!

  2. O Tijuca tenis Clube , é um clássico tijucano. Frequentei-o
    inúmeras vezes em festas e atividades esportivas,fui aluno da escolinha de basquete. O Tijuca é um orgulho tijucano,assim
    como o Montanha Clube e Country Tijuca na rua Uruguai.
    Parabens ao Sr. João Vicente da Costa , pelo livro.
    Vale lembrar que o Tijuca tambem é lembrado no livro de
    Lili Rose e Nelson Aguiar ( Tijuca de rua em rua) da editora
    Rio.

  3. Onde isso ficava exatamente? Conde de Bonfim 451 é o mesmo endereço atual, era lá mesmo?
    Uma citação na internet diz que o clube foi fundado na Rua Uruguai, o livro diz algo a respeito?

  4. Fui sócio desde criança e vivia lá.
    Só depois que saí desta região é que vendi o título.
    Tinha um Derani que foi diretor financeiro do TTC, o Sr. João Vicente deve conhecer.

  5. Sim Rafael o clube nasceu na rua Uruguai nº 391 com o nome
    de Tijuca Lawn Tennis Club no dia 11 de junho de 1915.
    Depois em 1925 compraram o terreno da Conde de Bonfim
    como descreveu o Andre, onde ficava a pensão Cantagalo que
    foi erguida em terras que pertenciam à baronesa de Itacurussá.
    Obs. Dados do livro que eu citei.

  6. Prezado André,
    Acabo de ser gratamente surpreendido pela inteligente abordagem que fez do meu Livro sobre o Tijuca Tênis Clube.Se desejar algum exemplar para alguem que pratique o hábito raro da leitura,me avise. Estou conferindo o 2º livro -“Tijuca Tenis Clube- MAIS um pouco de sua história” que se editado você será um dos primeiros destinatários.
    Abraço do João Vicente

    1. Caro tio João,
      Eu também gostaria de ter um exemplar do seu livro.
      Como tem passado?
      Um grande abraço.
      Seu sobrinho Sergio

    2. Prezado Sr João Vicente da Costa, eu gostaria de saber mais e ver fotos da Tijuca e do TTC. Sou moradora do Grajaú já fui sócia do clube por muitos anos, frequento atualmente com minhas filhas e me interesso muito pela história do RJ antigo e ler este livro assim como a continuação seria sem dúvida mais um conhecimento interessante e valioso.
      Como faço? Sds, [email protected]

  7. Com prazer descobri essa página com tantas informações do meu querido Tijuca Tenis Clube. Entrei para sócio do Tijuca em 1943, na categoria INFANTIL onde fui até os 15 anos, passando depois para a Categoria Contribuinte. Era presidente o Dr Heitor Beltrão.Foi uma vida de sòmente alegria e felicidade no meu querido Tijuca.
    Morando em Juiz de Fora gostaria de poder rever os locais onde passei tantos momentos agradáveis de minha juventude.Indago dos senhores se poderia ir ao Rio e visitar a sede do nosso querido Clube.Amigavelmente, Celso S Braga

  8. Estou com 82 anos, morando no interior de São Paulo. Na minha juventude fui jogador de basket defendendo as cores tijucanas nos anos 50, tendo disputado vários campeonatos carioca. Nunca fomos campeões, mas chegamos até a nos classificar para finais em mais de uma vez. Nosso time quebrou a invencibilidade de alguns anos do flamengo cujos jogadores eram: Mário Hermes, Godinho, Evora, Algodão e outros que não lembo. TIMASSO, dirigido pelo Kanela, que chegou a ser campeão mundial. Nosso treinador mais destacado foi o Simões, que também chegou a ser treinador da seleção brasileira que disputou um sulamericano nos anos 50. Me lembro de alguns dos nossos jogadores: Simões, Odin, Alvaro Assaf, Murilo Santos, Romeu, Márcio, Morena, Petit, Cláudio “Maozão” e outros dos quais não lembro os nomes. Nosso time, do qual participei, inaugurou a primeira quadra coberta num jogo com o Grajaú Tenis Clube (não sei se é no mesmo local da de hoje) porque a área toda sofreu muita alteração. Infelizmente não tenho nenhuma foto para comprovar o que relato. Passados mais de 50 anos, voltei em visita ao Clube para matar saudades quando constatei com um dos diretores, que dessa época não há nada registrado nos seus anais. O presidente de então, se não me engano chamava-se Hélio (ou Hugo) Beltrão. Fiquei muito triste por constatar que não há memória num clube tão grandioso e de tradicional como o Tijuca. Se voltar a morar no Rio, ingressarei novamente como sócio.
    Em compensação tive a grata satisfação, AGORA, de saber da existência do seu livro, que gostaria de comprar. Peço me enviar o título do livro e em qual livraria posso adquiri-lo. Parabéns. Parabéns.

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