Centro 1978

Hoje estamos fazendo um post duplo com o Saudades do Rio, com o assunto da reurbanização do lugar antes ocupado pelo Palácio Monroe.
A foto do Saudades, uma aérea ( http://fotolog.terra.com.br/luizd:1364 ) mostra o local do antigo Monroe, logo após a conclusão das obras do Metrô, e embora a Cinelândia já estivesse urbanizada, a praça criada com a apressada demolição do palácio por parte do governo federal ainda estava vazia, o que indicava que a sua demolição foi uma ato oportunista por parte de Brasília, não havendo planos por parte da Guanabara e logo depois prefeitura  da Cidade do Rio para reurbanizar o local.
Por pouco não se construiu um prédio federal no local, o que foi impedido pela sociedade civil, que não tinha conseguido derrubar o palácio, embora com inúmeros protestos.
Estando a área vazia ela precisava ser ocupada com algum aparelho urbano, e o escolhido foi o monumental chafariz comprado por P. II na Aústria no séc. XIX para ser instalado no Cais Pharoux e que desde a construção da Perimetral não tinha encontrado seu pouso na cidade, tendo ficado mais de 10 anos na Praça da Bandeira.
Ele então foi instalado no local do demolido palácio e a área, antes ocupada pelos jardins do Monroe transformada em praça e reurbanizada com o mesmo padrão usado na Cinelândia. A área foi redimensionada, ganhando mais uma pista para carros além do mobiliário “rio antigo de mentirinha” que era usado nas áreas tradicionais reurbanizadas pelo Metrô, como os postes com elementos misturados e pintados de marrom metático.
Na nossa foto de 1978, vemos a área praticamente concluída, mas vestígios do velho tecido urbano ainda teimam em aparecer como 3 postes do velho jardim do Monroe abandonados no meio da área recém urbanizada, dois já sem globos.

6 comentários em “Centro 1978”

  1. Caro André,
    Nunca entendi o motivo da Ditadura querer derrubar o Monroe. O pretexto inicial era que atrapalhava a construção do metrô. O metrô foi construído fazendo uma curva e evitando o Monroe, o que acabou com a desculpa. Qual o motivo para tanta insistência na sua demolição? Ficava a milhares de quilômetros de Brasília, não incomodava ninguém e, ainda por cima, embelezava a cidade.

    1. Porque o fim da GB, porque demolir o Min. da Agricultura na mesma época do Monroe, porque abandonar todos os terrenos da RFSA facilitando a favelização de grande parte da Z. Norte e inviabilizar futuramente a zona industrial que a Guanabara tinha criado nos subúrbios da Leopoldina. Porque demolir a antiga Faculdade de Medicina?????
      Havia e há uma sabotagem por parte de Brasília contra a cidade

      1. A história do Monroe já foi muito contada, principalmente pelo Celso, especialista no assunto. Pelo que se apurou foi uma questão de rancor do Geisel contra o filho do construtor do palácio, apoiada pelo jornal O Globo. Pra compensar o mesmo Geisel impediu a demolição do Copacabana Palace.
        Acho que a UNE e a Faculdade de Medicina também foram vitimadas pelo mesmo motivo: ciúmes da ditadura. O Ministério da Agricultura eu não sei o motivo.
        Os terrenos da RFFSA foram abandonados no Brasil todo…
        Mas é fato que a “paulistocracia” vem se empenhando em destruir o Rio há mais de 40 anos.

  2. A maior parte da minha vida eu vi esse chafariz na Praça da Bandeira, que depois foi substituido por uma bandeira, mais apropriado ao nome do logradouro.
    Quanto ao comentário-réplica do André tenho que acrescentar que São Paulo também tem forte empenho em “derrubar” o Rio, não só Brasilia.
    Uma prova é a transferencia dos Hubble aéreos todos para Guarulhos/Congonhas mesmo sendo o Rio de Janeiro o portão de entrada do Brasil.

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