Metrô, bons tempos

Nossa imagem remete ao período imediato ao início de funcionamento do metrô, ambicioso projeto do Estado da Guanabara, que previa para nossa época, final da primeira década do séc. XXI, o término da Linha 6, ligando os dois aeroportos da cidade.
Sabemos que nada disso aconteceu, e a implantação do sistema está atrasada décadas, principalmente pela falta de responsabilidade dos populistas governantes que tomaram conta desse estado desde 1982.
Mas hoje o que preocupa é o uso predatório do sistema por sua concessionária, uma empresa que é controlada por outra empresa que detem uns 80% do seu capital, tendo essa empresa uns 90% do seu capital na mão do Banco Oportunity do “banqueiro” Daniel Dantas. Que pelo visto vem tocando uma empresa de transporte de massas como um investimento de títulos em alguma bolsa no mundo. Especulando e arrancando lucros além da capacidade.
Além da superlotação, resultado da ampliação linear da Linha 1, sem a compra de novos carros, a crescente criação de integrações rodoviárias, as quais o metrô não está conseguindo absorver a demanda, o que surgiu como uma boa idéia vai se tornando a crônica de uma  tragédia anunciada.
O leitor mais atento dos jornais e órgãos de comunicação, principalmente na Internet, deve estar percebendo um crescente e preocupante aumento de ocorrências no Metrô, a última ontem, quando um trem teve uma pane eletrica, tendo um princípio de incêndio que encheu a Estação Uruguaiana de fumaça. Mas há relatos de paralizações com composições lotadas por minutos, uma delas em total escuridão e sem ar-condicinado em plena hora do rush. Além das paradas pânicas efetuadas pelo sistema de piloto automático (um computador dos anos 80) em qualquer hora, o que mostra que algo está errado. Há até boatos que contam que pessoas já caíram nos trilhos em virtude do empura-empurra que está acontecendo em algumas estações, e eu já vi gente presa entre o interior e o exterior do trem sendo arrastada até que alguém acionasse o freio de emergência. Além do percepitível desgaste dos vagões que vem demonstrando o uso além do programado para eles, além logicamente do fator idade. mas sabemos que uma máquina submetida a abusos ao longo do tempo se desgasta muito mais rapidamente que outra com um uso até intenso, mas dentro do que foi “engenheirada”.
A agência reguladora do setor, que parece ser inexistente, talvez em breve será instada às falas, quando um tumulto com depredação, ou uma tragédia, mais que anunciada ocorrer.
Bons tempos de um metrô, que tinha problemas, mas com todos seus defeitos era mais transparente na sua eficiência estatal. Hoje em seu lugar temos o silêncio e a ganância de gente que está se mostrando sem condições de operar um negócio desta natureza.
Além logicamente de um ambiente visualmente limpo, sem a balburdia cromática que assola as estações hoje, resultado da incompetência da Metrô-Rio de sequer de cuidar da ambiência das estações.