Nossa imagem de hoje mostra o velho prédio que serviu a Academia Nacional de Belas Artes até a construção do novo prédio na Av. Central em seus últimos dias.
Com a transferência para o novo prédio a antiga sede foi rapidamente anexada ao complexo do prédio do Tesouro, ainda mais antigo, que tinha sua entrada principal na antiga Rua do Sacramento, na época já convertida em Av. Passos.
Nossa foto mostra mudanças substanciais em relação a famosa imagem de Ferrez. O prédio e o largo, ambos criados pelo arquiteto francês Grandjean de Montigny numa tímida tentativa de reforma urbana da velha cidade colonial, foram bem modificados.
O prédio ganhou um terceiro andar, no lugar das platibandasde granito com compoteiras em estilo neo-clássico. A inspiração desse andar é nitidamente francesa, com um telhado metálico ou de ardosia com janelas simulando mansárgadas. As duas esculturas que existiam nas laterais do frontão já tinham desaparecido de seus pedestais, talvez levadas para a Escola de Belas Artes. À frente os dois pequenos anexos, também sofreram modificações, notadamente o localizado à direita da imagem, que também ganhou um telhado e uma mansargada. No topo do frontão fixado em letras metálicas a nova função do prédio “Ministério da Fazenda”.
Já tanto a pequena Rua Imperatriz Leopondina e o Largo das Belas Artes tiveram o piso trocado para asfalto e a escultura que ficava no largo, de fronte ao alinhamento da rua foi retirada, desaparecendo, pois seu conjunto, com pedestal, guarda-corpos, muretas não é mais visto pela cidade.
Pouco anos depois, com a contrução da nova sede para o Ministério da Fazenda na Esplanada do Castelo, todo o conjunto, de tanta importânica histórica para cidade foi a chão, deixando um dos maiores vazios urbanos do Centro, em pleno corredor cultural. Só se salvando a pequeno anexo à direita, construído para fazer ambiência com a velha academia, esquecido e com as modificações feitas. Tendo passado praticamente escondido dos órgãos de proteção ao patrimônio e só agora re-descoberto graças a mais um interessado na história do Rio.
Texto bem esclarecedor… não tem o mínimo sentido a demolição para deixar depois tudo vazio aí.
Um imenso estacionamento. Tenho um cliente bem nessa esquina.
Excelente texto.
Dá para sentir o clima da escola, bela foto.
Não é esse frontão que está no Jardim Botânico?
Exato Marcio
prezado amigo,
estou fazendo uma revista sobre o bairro de madureira, e gostaria de obter fotos antigas do bairro em alta resolução, você poderia me fornecer ou me indicar um lugar onde consigo estas imagens?
desde já agradeço,
e muito obrigado pelo seu trabalho de resgate da história do nosso Rio de Janeiro.
Sidney Menezes
Não consegui identificar o tal vazio urbano que vc fala. Onde fica?
🙂
A Prefeitura do Rio de Janeiro tem de transformar aquele CURRAL de Veículos em estacionamento subterraneo e ´fazer uma praça para a cidade. Os prédios que cercam aquele local são de um Rio escondido, e as novas gerações padecem de imagens reais do passado para edificarem o futuro.