Projeto de Posto de Salvamento – anos 30


Nossa foto de hoje mostra o projeto para os novos postos de salvamento nos anos 30.
Desde o início do século XX os moradores do incipiente bairro de Copacabana reclamavam da ausência de assistência e proteção aos banhistas que frequentavam a ainda quase selvagem praia, ainda mais depois da eletrificação dos ramais de bonde e a construção dos bares do Leme e de pequenos balneários que atraíam mais gente e com o perfil diferente dos banhos terapêuticos de antes. Afogamentos ocorriam sempre, algumas vezes múltiplos ceifando famílias inteiras.
Só em 1915 as primeiras cadeiras, nomeadas de postos de salvamento, começaram a ser instaladas, dando uma parca proteção aos banhistas, segurança essa só resolvida 15 anos após os primeiros apelos do jornal O Copacabana, em 1922 com a inauguração do sauvatage da Praça do Lido.
Mas o conforto dos guarda-vidas e melhores condições operacionais ao longo dos 6 postos ao longo da orla ainda não eram ideais. Planejou-se então a construção de postos de salvamento definitivos, de alvenaria, com abrigo para os guarda-vidas, local de guarda para os equipamentos, serviço de alerta sonoro e também amenidades para os frequentadores da praia, como pequeno bar na parte inferior e um relógio.
O estilo é art-déco total, que deveria estar bem na moda para a elite política carioca ( todo o escritório de meu bisavô era no estilo streanline em 1932), temos balaústres, mastros e até mesmo escotilhas de ventilação, tal como um pequeno navio pousado na areia.
Apesar do desenho mostrar nitidamente Copacabana, esse modelo com o observatório duplo e coberto não foi o construído no bairro, ou por corte de custos ou por alteração de projeto. Esse modelo foi construído anos depois na orla de Ipanema e se não me engano o Postinho da Barra também era deste modelo.
 

9 comentários em “Projeto de Posto de Salvamento – anos 30”

  1. Boa tarde.
    Hoje mesmo passei próximo de um posto de salvamentos. A da Praia do Flamengo é bem mais simples.
    Interessante saber de que havia um bar no andar térreo. Parece até piada de Português.

  2. A referência era sempre o “Posto”, mas nem sempre o “banhista” estava vigiando. Esse tipo de torre de vigilância nunca funcionaria hoje em dia. A população decuplicou, a educação decresceu à níveis africanos, e se estivessem de pé atualmente, essas delicadas torres seriam abrigo de “crackudos” ou algo pior.

  3. Se não me falha a memória, os 2 postos de salvamento do Leblon, até a metade dos anos 70, eram art-decó como os citados de Ipanema. O 12 tinha como titular o famoso “Jair Banhista”, amigo de todos do bairro.

  4. Que foto interessante! Como eu apreciava esses postos! Esse blog está bem interessante! Está mais concorrido que o do Luiz! Mais versátil e sem mimimi!

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