Fogo

Uma foto de quando os veículos no Rio pegavam fogo apenas por pegar fogo….
Odeio fazer esses posts, mas fazer o que diante do populismo e das politicas equivocadas cm o único propósito de não perder votos.
O que seria de um rei sem o seu castelo, diante desse raciocínio o que seria dos “donos do pedaço” sem os seus muquifos e becos. Siglas pomposas com Ps em profusão, sejam boladas pela esfera estadual ou federal, apenas podem resolver o problema de maneira limitada e possivelmenete por um curto espaço de tempo.
A solução é a remoção do tecido necrosado de nossa cidade, extirpando-o onde ele nunca  poderá ser curado ou irrigando onde há condições de termos ali uma cidade formal para gente de bem, onde o estado e seus agentes, poderes, deveres e direitos penetrem sem pedir licença ou sem serem usados como moeda de troca eleitoral.
Trecho incial da Av. Brasil, anos 50.

20 comentários em “Fogo”

  1. “A solução é a remoção do tecido necrosado de nossa cidade”…..Eu sempre falo isso….. e o pior é que esse tecido contamina cada vez o restante da cidade…. prinipalmente no suburbio

  2. O prédio, à direita, fica nas proximidades do Caju/São Cristovão, está de pé e é habitado, até hoje.
    Fica de frente para a Av.Brasil, na mão de ida do Caju para a Rodoviária Novo Rio
    Quanto ao tecido necrosado, ele pode ser extirpado uma, duas, três, n vezes, mas se o organismo vivo, seja o corpo humano ou uma cidade, não reagir, não desejar sobreviver de uma forma sadia, não há cirurgião que dê jeito…
    E eu pergunto:
    – Quem deseja sobreviver de uma forma sadia?
    Vou dar um exemplo prosaico. Outro dia, na fila do banco, uma senhora reclamava da corrupção e dos maus-costumes. Mas, eis que, de repente, não mais que de repente, ela avistou uma amiga, lá na frente da fila e lhe passou vários boletos a serem pagos.
    De uma só tacada, furou a fila, deixando para trás vários bobos como eu…
    Eu já estou ficando cansado de reclamar sozinho, em situações como essas!
    Quem quer sobreviver de uma forma sadia?
    Quem?
    Quem?

  3. O tecido necrosado não será removido. Talvez seja possível remover parte dele e criar veias que possam irrigá-lo com o fluido da própria cidade para assim transformá-lo em parte dela. O que não se pode fazer é fingir que este tecido não existe ou deixá-lo crescer em nome seja lá de que populismo for. Comentei sobre a guerra do Rio cuja batalha da hora ocorre em um destes tecidos necrosados:
    http://cariocadorio.wordpress.com/2010/11/27/mais-alem-da-guerra-do-rio/

  4. Foi tão gratificante encontrar esta página! Estava à procura de referências sobre o Colégio Juruena, antigos alunos… Bom rever o Rio antigo. Eu saia cedinho e caminhava pela Oswaldo Cruz até o Colégio. Vcs conhecem alguém de lá ou algum forum de ex-alunos?

  5. Tecido necrosado?
    Parece taaaanto um termo higienista…
    Que deu origem a outras ideologias -istas deveras danosas.
    O problema da segurança pública é olharmos a ponta do iceberg achando que vemos o todo.
    O traficante da favela é a ponta do iceberg.
    Os verdadeiros capitalistas NÃO ESTÃO LÁ.
    O dono do tráfico não são os Fernandinhos nem os Uês, nem os fbs, nem nenhum desses que agente lê os nomes. Esses são os testa de ferro.
    Agora, a sociedade está disposta a mexer no ‘tecido necrosado’ quando esse tecido esta nas áreas ricas? nos palácios de governo? nos tribunais de justiça? nas altas esferas militares?
    Ou é a eterna defesa da criminalização da pobreza, a tão perigosa pobreza? o nesfasto ‘tecido necrosado’ das favelas?
    Enquanto não forem expostos e combatidos os reais donos do tráfico continuaremos a enxugar gelo… e a assistir ao teatro bem ensaiado da guerra, da retomada de territórios e toda essa farsa que nos empurram goela abaixo.

    1. Tecido necrosado SIM, uma parte da cidade onde não há ventilação nem insolação, onde os imóveis não podem ser acessados pela ambulância ou caminhão de lixo, onde não se respeita as normas do Plano Diretor, onde se constroe em área de proteção ambiental, acima da quota 100 ou nas varzeas, onde não há rede de esgoto, onde doenças respiratórias como a tuberculose graçam sem controle………
      É impressionante como o discurso politicamente correto defende em nome da nada uma porção de coisas erradas só porque vc pode estar ofendendo algém, mesmo que esteja tudo errado !

      1. E Copacabana?
        Um paredão ininterrupto de prédios horrendos, em intermináveis camadas, onde tãopouco circula ar, ou bate sol, com uma rede de esgoto que sistematicamente transborda aos borbotões, apartamentos de menos de 20 m2, lixo que se acumula por horas, hordas assustadoras de ratos e baratas, uma poluição de onibus e carros desmedida… Não é ‘tecido necrosado’?
        E a Barra da Tijuca? Com seus suntuosos condomínios que, por deliberada economia, jorram incessantemente esgoto in natura no sistema lagunar destruindo todo o ecossistema e propagando SIM diversas doenças. Não é ‘tecido necrosado’?
        E as mansões da gávea e do alto da boa vista, acima da cota 100? é mansão tudo bem?
        E o que falar do centro, de Ipanema/Leblon, do catete. Tudo tecido muito saudável, né?
        E se vamos falar em tuberculose não há melhor lugar para a sua propagação do que em copacabana.
        E respeito a que plano diretor? a esse que libera a especulação em vargem grande? ou o que imobiliza imóveis sem valor histórico no leblon? Numa cidade onde os ricos sempre fizeram o que quiseram e depois se utilizaram da ‘mais valia’ é até piada falar em plano diretor…
        A cidade é toda problemática. Em toda a cidade há absurdos e abusos e coisas a arrumar. Mas vivemos momentos em que ser pobre é quase um ato criminoso. Eai de quem fala isso, aí é taxado de politicamente correto e outras coisitas mas…
        Mas é necessário que se diga: ser pobre não é crime.
        Ser pobre não é doença.
        O Lugar onde os pobres vivem não é um ‘tecido necrosado’ e em analogia não usada mas muito possível de ser extendida, ser pobre não é ser bacteria necrosante.
        O que se critica na favela é rigorosamente o que se encontra na cidade dita formal.
        E a favela obedece uma lógica economica e social que serve e obedece a quem nao vive na favela.
        Muito cuidado, meus caros, com o discurso segregador. Muitos estudiosos estão destacando o ressurgimento do Fascismo, não mais como um movimento partidário, mas como um fenômeno da sociedade. Boaventura santos por exemplo destaca no que ele chama de Fascismo Social algo que podemos encontrar aqui nesse lamentável ‘manifesto do tecido necrosado’.

        1. Você novamente descamba para o politicamente correto ao mencionar mansões acima da cota 100, que a lei se aplique para todos, mas no atual estágio do populismo tupiniquim, remove-se apenas a mansão e torra-se fortunas em dinheiro público para instalar uma bica d’água nos barracos em igual situação.
          Já Copacabana foi um erro urbanísitico, mas ao se confrontar os números de TBC entre Copa ( só asfalto) e Rocinha vemos uma enorme, monstruosa diferença, o que prova que há erro urbanístico, mas não insalubridade.

          1. Não se ‘descamba’ para o politicamente correto.
            O que não se pode mais tolerar é o politicamente INcorreto.
            O país das senzalas têm que aprender a respeitar. Só isso: respeitar.
            Se referir a TODOS e a cada um com o respeito e com a civilidade indispensável.
            E novamente afirmo: TECIDO NECROSADO NÃO DÀ. POBRE NÃO É BACTÉRIA.
            Já se viu com naturalidade o discurso preconceituoso e segregador contra negros, pobres, gays, nordestinos. Discurso que acaba sempre descambando para a intolerância e para a violência.
            O politicamente correto, diferente da conotação de crítica que setores reacionários impingem, deveria ser chamado, na verdade, de ‘civilizadamente correto’.

          2. Acho lamentável gente que tem raiva de pobre, assim como gente que tem raiva de rico. Acho lamentável se ter raiva de gente, ser preconceituoso, achar que todo rico é ladrão ou traficante de drogas.
            Nunca vi críticas aqui a pobre, mas sim a favelas. Comparar Copacabana, Ipanema ou Leblon a favelas é forçar muito a barra.

          3. Necrose no caso aqui remete-se a Câncer Urbanístico, que fique bem claro, não bactéria que se cura com antibióticos. O caso aqui é mais grave, precisa de rádio ou quimeoterapia ou até mesmo uma cirurgia agressiva para se voltar as áreas dominadas pelo populismo, ilegalidade em uma cidade formal, com pessoas que tenham a cultura de direitos e deveres de forma equânime.
            Não se trata de uma guerrilha entre ricos e pobres como os sociólogos de botequim gostam de alardear, mas sim entre o legal e o ilegal. Teoricamente os com mais educação deveriam ser menos ilegais ( o que não corresponde aos fatos) mas a confusão vem do fato que a educação hoje é o maior patrimônio material que um brasileiro pode ter, vide o belíssimo trabalho que nossos governantes vem fazendo para NÃO dar educação e espírito crítico aos de menor renda, mantendo-os como reservas eleitoreiras. Como também a preocupante distorção entre a universidade e o ensino técnico, que deveria ser o majoritário em nosso pais, formando uma classe média qualificada e competitiva, mas se tenta formar uma elite ( com cotas), até mesmo com incentivos fiscais, mantendo o grosso à margem da qualificação laboral e ascenção financeira !

  6. A propósito, não vejam nas minhas palavras nenhuma critica direta ou pessoal ao dono do blog, que eu adimiro e reconheço como dotado de cultura e sabedoria.
    Apenas ao ler um discurso que descamba para algo perigoso, quis ressaltar, em fortes tons, que mesmo sem ser nossa intenção as vezes as nossas idéias estão articuladas com um sistema ideológico complicado. E sem ter consciencia vamos reproduzindo essas ideias, naturalizando elas, banalizando elas e quando vemos nos damos conta de que algo que não pretendiamos surgiu do solo que aramos… E o Fascismo é algo assim mesmo. Surge da intransigência, da não escuta, da criminalização e da desumanização de grupos humanos… e dá no que todos sabemos no que deu.

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