Aérea, Ponta do Calabouço segundo Agache, final dos anos 20

A imagem de hoje, possivelmente feita pelo CAN no final dos anos 20 foi nos indicada pelo amigo Ricardo Galeno que a apontou num link e é muito interessante.
A foto mostra o planejamento e preparação para algo que nunca existiu, embora como vemos esteve bem perto de se concretizar que era a Esplanada do Castelo segundo o urbanismo de Agache, que já tinha como realizado a Praça Paris, que vemos mais ao fundo na imagem.
Vemos os contornos da Ponta do Calabouço imaginada para abrigar um grande parque público na concepção do urbanista francês, é impressionante constatar o avanço do aterro se pensarmos que a antiga ponta está sob o bico do Pavilhão das Grandes Indústrias da Expo de 22, ainda não demolido. Podemos também observar os núcleos urbanos isolados pela demolição do Morro do Castelo e não ocupação imediata da espalanda. Temos a antiga área do Moura, ocupada pelos restos da Expo de 22, o Bairro da Misericórdia e seu denso casario, nessa época já condenados e o trecho antes praiano da Santa Luzia separado pela projetada avenida principal da nova esplanada.
Na área vazia vemos algumas vias abertas seguindo o traçado de Agache, que pouquíssimo tempo depois simplesmente sumiriam, algumas tragadas pela Feira de Amostras outras pelo novo re-arranjo viário, que inclusive destruiria o Forte do Calabouço, transformado em pastiche Neo-Colonial, mas se tivesse sobrevivido estar restaurado como foi a antiga Casa do Trem.
De lambuja a foto nos mostra ainda os diques do Arsenal de Marinha na Ilha das Cobras e a construção das pontes que ligaram a Ilha Fiscal a esta.
Por fim notem o movimento de pequenas embarcações atracadas junto ao desparecido Mercado Municipal, a época tão importantes para o escoamento dos gêneros produzidos no Recôncavo de Inhaúma, Sertão Carioca, Baixada e Região Serrana.

11 comentários em “Aérea, Ponta do Calabouço segundo Agache, final dos anos 20”

  1. Está visível na foto, no dique do Arsenal de Marinha, um dos dois encouraçados da Marinha do Brasil, de nomes São Paulo e Minas Gerais.

  2. E como tinha terra esse Morro do Castelo!
    Haja aterro…
    Interessante o rumo tomado por este aterro, formando as pistas do aeroporto numa época em que ainda predominavam os hidro-aviões.

    1. Ricardo
      Infelizmente as pontes não estão visíveis. O que vemos na foto é o molhe que liga as ilhas Fiscal e Das Cobras.

  3. Jovem Rio de Janeiro, adolescente e imberbe, à espera de pais que o educassem para um futuro promissor.
    Cresceu muito, meio largado na vida e agora é um adulto castigado pelas cicatrizes do tempo, cravadas, sem perdão, em um corpo, antes tão sarado, e que, agora, segue meio claudicante.
    Mas, apesar de tudo, é um coroa ainda charmoso, com a alma intocada em sua pureza tão grande.
    Rio, de quê?
    Rio de janeiro a dezembro, acho que você não precisa de lipo, nem de reduzir o estômago, nem de plásticas, nem de dietas, nem sequer de terapia …
    Rio, você precisa é de juízo!

  4. Amigos,
    Acabei de comprar, na Amazon norte-americana, uma foto de 1930, com exatamente as mesmas características da foto desta seção. Tanto pelas características técnicas e estilísticas das duas fotos, quanto pelas características do Rio de Janeiro, parecem se tratar do mesmo fotógrafo (a foto que adquiri na Amazon é do fotógrafo Albert W. Stevens), possivelmente na mesma sessão de fotos aéreas. Se desejarem, tentem ver se o link na Amazon ainda abre: https://www.amazon.com/gp/product/B00M4HY7T2/ref=oh_aui_detailpage_o00_s00?ie=UTF8&psc=1
    O título do item é: 1930 Print Nictheroy Bay Capital Rio de Janeiro State Country Stevens Albert W – Original Halftone Print
    A minha fotografia inclui parte significativa do centro de Niterói. Percebe-se, também, por exemplo, a estátua do Cristo Redentor ainda cercada por andaimes.
    Se alguém desejar muito ter acesso à foto a que me refiro (que ainda não cheguei a receber), meu e-mail pessoal é: [email protected]. Moro em Niterói. Meu telefone é: (21) 99177-2000
    Saudações muito especialmente fraternas a todos!
    Cláudio

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