Estação Cinelândia, final dos anos 70

Nossa imagem de hoje mostra a Estação Cinelândia do Metrô aguardando suas obras de acabamento, enquanto o sistema metroviário era testado, não só a via como toda a equipagem era instalada.
Grande parte das estações pioneiras da Linha 1 ficaram nesse estado por até mais de ano enquanto as outras estações iam sendo concluídas e os enormes buracos entre vários trechos de  linha eram tapados depois de muito trasntorno para a população.
A Cinelândia junto a a Glória representavam algumas estações da Linha Prioritária 1, a serem construídas primeiro, data limite de 1975, até a Praça Onze. Antes do término da Linha Prioritária 2, de Botafogo até a Tijuca, devendo o resto da Linha , estações de Copacabana e Ipanema , e as até o Meiér serem terminadas em 1990, quando a Linha 2 deveria estar também sendo concluída, exceto o trecho Carioca/Arariboya.
Finalizada nas obras civis básicas em 1976 a estação aguardou mais de 2 anos para começar a operar com público, sendo a primeira estação a ficar pronta, logo em seguida a estação Glória também ficaria pronta, mas a Glória teve seu acabamento terminado primeiro, nossa foto parece ser entre o período de 1976 a 77 quandos os primeiros testes de trilhos com veículos não elétricos emprestados pela Central do Brasil foram feitos.
A incipiente operação comercial começou em 1978, com as estações ainda sendo concluídas, e outras ainda em estado bruto como a Carioca, até hoje não concluída,  e muitas ainda desconectadas com o resto da obra por trechos de execução complexa e problemática. Curiosamente nessa época o metrô com uma frota de 4 composições tinha o intervalo de pouco menos do dobro do de hoje, o que prova que há algo errado com a operação do sistema, que não vem acompanhando a inauguração de novas estações nos últimos anos.
Falando de Metrô não podemos deixar de descer o sarrafo na Metro-Rio, antiga Oportrans que vem fazendo um péssimo trabalho de operação, visando apenas o lucro imediato e dando bananas para o sistema metroviário, o consumidor e a cidade do Rio de Janeiro.
Depois de falarmos a verdade sobre a famigerada Linha 1-A há aproximadamente um mês ( http://www.rioquepassou.com.br/2008/04/01/ ), não podemos deixar de falar sobre a nova sandice implementada pela a operadora, o novo sistema de bilhetagem, anacrônico tanto como a Linha 1-A.
Se fosse apenas anacrônico, por estar sendo implantado aos trancos e barrancos, ser pouco prático; pois o cartão recarregável, é talvez o cartão mais burro de todo metrô mundial por não permitir o controle imediato por parte do usuário, só ser recarregado nas bilheterias onde há filas, não premiar o usuário fiel e não ser integrado com os outros meios de transporte da cidade é lesivo ao consumidor comum.
Não só o Recarregável com o Unitário representam afrontas à nossa legislação de defesa ao consumidor. O Recarregável é expresso em dinheiro e não em unidades/passagens, sendo o preço mínimo para compra R$20,00 e de recarga R$5,00, tais valores não correspondem a passagens redondas, R$20,00 equivalem a 7,69 passagens, sobrando no cartão R$1,80, e a recarga mínima a 1,69 passagens, sobrando no cartão R$2,40, nem a soma dos dois resíduos dá  passagens inteiras, resultando em 1.69 passagem. Isso é um absurdo que penaliza principalmente o usuário com menos recursos financeiros que sempre ficará com reais dentro do cartão, certamente fazendo a alegria do “over-night” da operadora, que curiosamente é de um banco e fundos de pensão.
 O mais curioso é que nem o MP, como os institutos de defesa do consumidor e a grande imprensa se atentaram para isso. O consumidor que não deseja deixar seu dinheiro trabalhando para outros deve se munir de um máquina de calcular e na primeira recarga reequalizar os valores e sempre completar usando o valor de passagens.
Já o cartão Unitário é lesivo, pois tem validade de apenas 48 horas, obrigando a quem usa com mais frequência o sistema a utilizar-se do cartão recarregável e ter que fazer contas. Pois a operadora extinguiu todos os outros tipos de bilhetes, do duplo aos de 10, 12 e até mesmo aos de 30 e 60 viagens que existiam nos anos 80 e 90 e davam descontos. Somando-se a isso o número de bilheterias em algumas estações permanece o mesmo dos anos 80, e na grande maioria diminuiu com guichês fechados mesmo em horário de pico.
Esse tipo de notícia você só vai ler aqui, pois parece que a Metrô-Rio está usando de muita “influência” para dar um belo calaboca na grande imprensa!

23 comentários em “Estação Cinelândia, final dos anos 70”

  1. Não sou contra o Pré-Pago, e sim contra o unitário e sua política de “obsolescência programada”.
    O grande problema que a Opportrans arrumou com o pré-pago foi a incompatibilidade com o Riocard obrigando a existência de dois tipos de roletas nas estações. Isto é, geraram um problema pra eles próprios, todo mundo sabe que padronização de equipamentos diminui custos.
    O grande poder político das empresas de ônibus é que emperra soluções mais racionais de pagamento (e olha que estou falando apenas desse aspecto!) como o Bilhete Único de SP, que vale nos ônibus, trens e metrô e promove integrações entre QUAISQUER linhas de ônibus e metrô, por valor promocional, além de permitir que se tomem 4 ônibus num intervalo de 2 horas. Prefeito atrás de prefeito do Rio sempre vem com uma idéia semelhante que nunca vai pra frente.
    Daqui pra frente vou colocar em todos os meus posts no fotolog links para este aqui e para o outro sobre a linha 1-A, seria legal se os colegas fizessem o mesmo, assim aumenta a chance de mais gente ler a história.

    1. Tb não sou contra o pré-pago ou de longo termo, mas integração com o Riocard à parte, porque não podemos recarrega-lo pela Internet, porque ele é em dinheiro e não viagens deixando esse “interessante” resíduo financeiro, porque ver o saldo não é imediato nas roletas ???? Tudo isso é burrice para não dizer desonestidade

  2. Cheguei a andar de trenzinho, puxado por trator, dentro destes túneis durante as obras.
    Passava, diariamente, pela Rua do Catete e, por isso, acompanhei todas as etapas da construção. Não gosto nem de lembrar o caos que foi a obra. Pena que tenha sido subdimensionada para os dias de hoje. Trinta anos depois, já é inviável o uso do metrô nos horários de pico.

    1. O Metrô não é subdimensionado, como bem lembrou o Decourt. Só que sucessivas ingerências tanto públicas quanto privadas fizeram com a capacidade não possa ser totalmente aproveitada. Tecnicamente é possível reduzir o intervalo entre os trens, além disso se a Linha 2 fosse concluída, poderia ter uma capacidade muito maior e aliviar a Linha 1. O que é subdimensionado são os “projetos mirabolantes” para atender apenas à demanda atual, como a bizarra “linha 1A”.

      1. A Linha 1 pode operar com intervalos mínimos de 90 segundos, hoje nos horários de pico não se consegue diminuir de 3 minutos e meio porque simplesmente não há composições. Na linha 2 poderia haver igual intervalo ( 90 segundos ), com composições de até 8 carros, mas não há nem pioloto automático nem carros suficiente para isso.
        Fora as estações capengas, a falta de bilheteiros e a falta do término da Linha 2 até a Carioca, que obrigam os usuáros´a fazer o transbordo numa estação que foi feita para ser o transbordo de apenas uma pequena parte da linha, os que se dirigiam da parte norte da Linha 1

  3. O metrô do Rio de Janeiro foi abandonado a partir de 1982, com a canibalização dos trens. Olha que já em 1982, mesmo toda a frota do Metrô já não era suficiente para atender a demanda, provocando superlotações nos horário de pico. A novela da falta de trens continua até hoje, beneficiando a preservação do mercado das empresas de ônibus, como sempre.
    Me diz uma cidade do mundo onde construíram o Metrô mas não compraram os trens ?
    Hoje o metrô de Brasília que começou a ser construído em 1992 é mais extenso que o Metrô do Rio, também.

      1. O patrimônio histórico. 1982 marcou o fim do “bota-abaixo” das décadas anteriores e o início da era dos centros culturais.

        1. O movimento já vinha de antes, só houve uma consolidação do pensamento de uma elite da arquitetura carioca para começar a se preservar conjuntos inteiros e não imóveis isolados. Não foi um pensamento que veio em 1982, ele já existia e ganhava força já no final dos anos 70.
          O movimento para a preservação da figueira da Rua Faro em 1980 reflete bem o que era esse movimento, sinalizando o que se cristalizaria, repito, por força de uma pequena elite, vinda da Guanabara, nos primeiros tombamentos e no incipiente Corredor Cultural, dos anos 80, que ao longo desses anos ajudou a preservar grande parte do Centro.
          Mas é uma guerra que não terminou, as tentativas dos especuladores de acabarem com as APAC´s é um claro sinal disso.

  4. Mas o metrô de Brasília também já começa a mostrar os primeiros sinais de saturação, muito por causa da inauguração das novas estações. Sem contar que lá também faltam trens e o que é pior, são composições de apenas quatro carros. O metrô do DF pode até ser maior que o do Rio, mas as estações de lá são muito distantes uma das outras. Sou mais o do Rio, mesmo com todos os problemas atuais.
    Andre, bem que você poderia fazer uma série sobre a construção do metrô carioca.

  5. Em Brasília já foram encomendados novos trens e dentro em breve (2010) terá integração direta com todas as linhas de ônibus do DF.
    Me perdoe, o Metrô do Rio de Janeiro vem sendo detonado desde o Brizola, já não bastando o erro de 1975 quando escolheram o Estácio como principal estação de tranferência ?
    O Metrô do Rio de Janeiro é sem dúvida uma grande conquista do Rio de Janeiro, mas deve ser “colocado nos trilhos” para que recupere o padrão de excelência e conforto para que foi construído, com tanto esforço de toda a população, desde 1970. Só o custo de construção da Linha 2, em valores atualizados, se equipara ao custo de construção dos 42 km do Metrô de Brasília, que conta com 10 km de trechos em galeria.

  6. André, vc poderia fazer uma série do metrô. Principalmente mostrando o que era para ter sido: as linhas no projeto original (sempre escutei que eram 6), por onde passavam, etc. Sempre tive curiosidade de conhecer este projeto que poderia estar ajudando a esta cidade ser muito mais agradável, diminuindo a necessidade de carros e onibus.

  7. Volta e meia ouço esses papos de que o Metrô do Rio está enre os melhores do mundo… Só se for pelos Visconti e Verschleisser, que projetaram bem o trem. Mas na prática, o problema é a falta deles (e estações mal-acabaadas ou não-acabadas. Isso acaba com a gente…) Resolveria satisfatoriamente o problema do alto movimento.
    Mas me incomoda hoje essas bilheterias parecerem filas de banco (com caixas vazios sempre…) e não ter desconto em bilhetes múltiplos. Acho até umaa ssolução válida esses ônibus do metrô, mas dia desses senti a falta que faz um destes na região da Pavuna. Meu caso é complicado. Moro em Ramos, que é relativamente perto de Maria da Graça (e do Fundão, onde tem integração), mas por falta de integração entre os transportes, ou fica no problema de custo de passagem ou tempo demais a pé (o que tornaria o metrô um contrasenso).
    Se cavar em pedra é difícil, isto não exime a política de falta de metrô ou de falta de racionalidade de transportes. E também não acho bom o serviço que a concessionária presta não…

  8. Amigos, há tanta coisa a dizer sobre o metrô, principalmente o do Rio de Janeiro…
    Bem, com relação ao cartão, é realmente um abuso, tanto a validade de 48h, quanto a obrigar a comprar um bilhete a cada vez que se deseje utilizar o metrô sobre rodas. Outra incongruência é existirem 2 tipos de cartão, o do metrõ e o RioCard. Será impossível buscar uma unificação? Até pq o RioCard serve no metrô (eu tenho e já é um adianto, mesmo não havendo nenhuma redução no valor da passagem).
    Já quanto à “excelência do metrô”, realmente, enquanto não colocarem mais composições, fica difícil melhorar o padrão.
    Outra coisa, para todos os que gostam de nossa cidade: Até quando o Metrô vai brigar contra o espaço urbano? Se no interior, tudo é ordenado, para fora é uma sucessão de “trambolhos” enfeiando o espaço, respiradouros, grades, casas de máquina que não têm nenhuma ordenação no espaço. Isso sem falar na incongruência das entradas/saídas, que têm sempre degraus para subir e depois descer a escada. Se a preocupação eram as enchentes, estas já são raras, mas e o transtorno para quem tem dificuldade de locomoção?

    1. As escadas são justamente para defender a entrada das estações das enchentes, principalmente com medo das bombas não derem conta caso uma inundação.
      Mas por exemplo na estação Botafogo na boca São Clemente por várias vezes as águas chegaram muito perto de entrar dentro da estação, cncordo com vc que esses degraus deveriam se transformar em rampas.
      Outro ponto é que quando da construção das estações sempre se pensa em algo em cima, a estação Botafogo foi prevista para ter um centro comercial em cima, há inclusive na ante-sala do presidente da Rio-Trilhos um desenho desse centro. Como também a estação Siqueira Campos foi feita para ter dois prédios de 20 andares por cima, brecados pelos moradores.

      1. Quando da construção das primeiras estações, não houve preocupação com a implantação das entradas com relação ao resto do espaço urbano e isso ainda continua. Se havia preocupação há 30 anos, a política continua igual e, em vez de se equiparem para reduzir o impacto, é mais fácil sobrecarregar o cidadão.

  9. Por que aqui tudo é tão complicado, difícil, arrastado, mal-feito, desfeito, refeito e acaba sem efeito ? (ih ! rimou !). Como é difícil ser Carioca !
    O Metrô funcionando bem será uma benção para o Rio de Janeiro. A locomoção nesta cidade beira o impossível.
    Como é que se implanta um bilhete com validade ?? E quando se implanta uma aberração dessas, porque não se melhora o atendimento nas bilheterias ou vende-se bilhetes em outros pontos de venda ? O deboche com o usuário é um contra-senso.
    Ainda assim, o Metrô é sensacional.

    1. Curiosamente, o serviço de trem (Supervia) tem bilhetes vendidos em pontos que não as estações de trem. Como não concorrem com metrô, existem ‘integrações’ trem-metrô. Mas veja como são as coisa: em São Paulo, basta comprar um bilhete comum do metrô que você pode usar os dois serviços. Aqui isto não ocorre*. Ai de nós.
      Mas o que se passa na cabeça de um cara que inventa esses cartões do metrô (já sei que não é boa coisa…)?
      * Sem contar que as composições lá são de minuto em minuto…

  10. Só num ponto não posso concordar com o artigo. A inauguração do metrô carioca foi em março de 1979, num dos últimos dias do governo Geisel, e, portanto, não poderia haver operação comercial, ainda que incipiente, em 1978.

  11. bom dia venho por meio de comunicar
    para administraçao do metro que estou muito satisfeito
    só que eu estive observando
    a população estar crescendo a cada dia que passa
    nos temos que tomar uma providência de colocar mas vagão nos trilhos
    e aumentar as plataformas
    tenho 42 anos moro em inhauma trabalhou em são cristovao.
    aguardo resposta ,
    muito obrigado

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