Rua Valença s/n Catumbi

Na nossa foto de hoje vemos um belíssimo sobradão com vários elementos do séc XIX em, estado de abandono do Bairro do Catumbi em foto de 1970.
A construção com forte influencia neo-clássica é só memória, pois ficava no trecho da Rua Valença que desapareceu com a construção do conjunto de viadutos da Linha Lilás, que ligaria Botafogo até o Gasômetro, via Santo Cristo, nunca concluída.
O prédio se destaca por suas portas de loja e de acesso ao segundo andar dispostas de forma pouco comum, além, de um belo frontão, com um fino trabalho de serralheria, janelas com belas esquadrias novecentistas e no topo uma ânfora, na época da foto já sem alguns elementos.
Além disso possuia também duas estátuas de bronze, possivelmente francesas, nas duas extremidades superiores da fachada, que na época da foto tinham acabado de ser furtadas e postas a venda em um brechó da Rua da Lapa, mesmo com a denúncia do meu pai às autoridades competentes nada foi feito, e as estátuas se perderam, como aliás todo o imóvel.
As calhas com buzinotes destacados da fachada, estavam em perfeito estado, como também a interessante flor no centro do topo do frontão, curiosamente não é vista nenhuma data na fachada do imóvel.
Olhando por cima do frontão e rumo ao telhado o imóvel nos reserva outra surpresa, um chalet, outra moda de fins do séc XIX, que curiosamente possui compoteiras.
O estado geral do imóvel não é nada bom e está fechado, pronto para a demolição que mesmo sobre tentativas de um pequeno grupo de arquitetos do Estado da Guanabara não pode ser evitada, pois outro grupo ganhou a queda de braço e criou uma das áreas mais degradadas e estéreis da cidade.
Ao lado do sobradão também vemos uma casa térrea, outro tipo de imóvel que despareceu em nossa cidade, com as várias demolições dos anos 70 em regiões centrais que mantinham um tecido urbano parado no tempo.
Foto: Arquivo da família

17 comentários em “Rua Valença s/n Catumbi”

  1. É incrível como que no Rio quase tudo que foi construído no século 19 foi demolido.
    As “casas antigas” que existem em grande quantidade são todas de 1900 pra frente.

  2. Boa tarde,André.
    O curioso é que boa parte das construções mais antigas ainda durou até os anos 70,quando veio o Metrô,e, no proceso de cavar verdadeiros “desfiladeiros” ao longo das ruas,pôs todas abaixo.
    O frontão tem um medalhão que lembra muito aquele da Santa Casa de Misericórdia, e a porta em arco abatido ainda é uma reminiscência colonial.

  3. Meu pai morou no Catumbi, quando criança. O que ele contava sobre o bairro nada tem a ver com o que é hoje.
    Degradou-se completamente, como aliás já vimos em fotos anteriormente postadas aqui mesmo.

  4. O Catumbi é um dos bairros que foi mais desfigurado no Rio. Antigamente existiam por alí várias casas de pessoas de posse.
    Caso parecido é o Rio Comprido.

  5. Sabia que a quela casinha da Rua do riachuelo era especial, só não sabia que tanto. O interessante é que cada pedacinho da cidade tem uma história particular e eu gostaria de saber mais a respeito dessa, do por quê ela conseguira sobreviver ao impetuoso século XX para ,de uma entre tantas casas térreas, se tornar o último vestígio, que simboliza algo que nós preservacionistas tanto admiramos e que os contemporâneos das reformas tanto desprezavam.

  6. Quantas saudades desta rua,Meu DEUS!Aqui no domingo de carnaval o BAFO DA ONÇA,formava suas alas.Eram mais de 3000 componentes,me lembro bem.No outro lado da rua havia um botequim que eu e meus amigos da Ala dos Intocaveis,ficamos bebericando cervejas geladas,esperando o OSWALDO GUEDES pelo microfone chamar as alas para se formar para a gente ir para a Avenida desfilar.As primeiras alas eram as mais antigas e as mais importantes com maiores componentes.As mulheres iam no lado esquerdo.Havias chefes de alas femininas comandando as mulheres.Tinha uma passista que eu era gamado por ela chamava-se Liromar,e naquela epoca morava na rua Padre Miguelinho.O BAFO era tao grande que o ABRE ALAS Ja esta va Pres. Vargas enquanto o restante do Bloco e bateria ainda estava no Catumbi.Era muito maior do que estas escolas de samba de hoje.Na Segunda Feira,tinha que esperar a feirinha acabar la paras 13 hras para o Bafo começar a se arrumar.Que saudade!Meus DEUS!HJ estou morando e SSA-BA carnaval daqui e chato e so da elite.Pra brincar no trio tem que ser branco e ter dinheiro para o abada.(Uma discriminaçao)Queria saber desta passista que eu era apaixonado nos anos 60.Dizem que ela foi morar no Sao Carlos.

  7. Alo, velhos companheiros de ala do Bafo da Onça dos carnavais de 60 se vcs entraram nesta pagina ,por favor entre em contato comigo ,estou em SSA,com muitas nsaudades de vcs,moro em SSA to com saudades.

  8. Foram 18 anos na ala FEITIÇO DE MADUREIRA que curti muito os grandes desfiles pelo glorioso BAFO DA ONÇA, hoje sinto tristeza ao ver o bafo, cacique e o boemio defilarem na rio branco,ai bate aquela saudade dos velhos e bons carnavais, quando o bafo entrava na frente do cacique era uma amarração para atrasar o desfile do cacique e assim vice e versa, era um querendo atrasar o outro, fora as porradas que comia solto entre os dois quando se encontravam, mais tudo isso foi saudavel, infelizmente hoje eles passam por desapercebidos pela avenida, ainda torço que eles voltem a serem uma atração a mas no carnaval carioca.
    Deixo um grande abraço ao Capilé que até hoje estou esperando uma flâmula do bafo desde 1976 que me prometeu. rs

  9. Meus avós moraram na rua Valença número 53. Gostaria de saber exatamente qual é o número desse casarão.

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