Pasmado e Praia da Saudade, início dos anos 20

foto de andredecourt en 22/12/05

Complementando a exposição sobre a Av. Pasteur, trago esse fragmento de imagem de uma vista de Botafogo, me enviada pelo Francisco Patrício, que mostra bam como era a região, como também as amuradas da avenida dando a volta do morro do Pasmado.

A foto também nos mostra na região do Pasmado, pena que com pouca nitidez, o pavilhão Mourisco, a antiga sede do clube Guanabara, a elevatória de esgotos da City e sua chaminé, como também nas encostas do morro a casa de Oscar Gama, dono da Empresa Urca SA, que está de pé até hoje envolta em densa vegetação e meio escondida pelos prédios da região.
Na parte direita superior da foto, vemos o cais que existia onde foram feitos os aterros do Yatch Clube, bem como o quadrado da Urca, ainda usado como piscina.
Dou para essa foto, 1922/23, pois a Av Portugal já está arruada, embora sem nenhuma construção.

Comments (30)

prfragoso 22/12/05 11:14 …
E nessa época não existia ainda a favela do Pasmado, nem tampouco tinham aterrado a Praia da Saudade…
A propósito, quando foi feito o tal crime, digo, aterro da praia?
Paulo.
luiz_d 22/12/05 11:23 …
Paulo,
O Fluminense ganhou a concessão para aterrar a Praia da Saudade em 1927.
Veja a história, publicada em vários “posts”, esta última semana, em http://fotolog.terra.com.br/luizd
AG 22/12/05 11:25 …
Andresíssimo,
nesta foto, mais uma vez, viajei geral. Estou até agora detectando lugares desaparecidos ou descaracterizados. Pareço um daqueles caras que mergulham para encontrar o que sobrou do Titanic ou do Bismarck.
Aliás, essa comparaçaõ não me sai da cabeça; no fundo (sem trocadilho) não passamos de escafandristas procurando o que sobrou na nossa cidade.
Uma tristeza.
Rafael Netto 22/12/05 11:54 …
Me chamou a atenção a área cercada no Morro do Pasmado. Tem um muro ou algo parecido em cima, e uns caminhos subindo. Seria parte do terreno do Oscar Gama?
Também parece que a Av. Pasteur era bem arborizada e que a elevatória da City já foi feita sobre um aterro. Hoje em dia a única construção que permanece no local é a Policlínica.
No pé da foto tem uma grande construção, estou achando que está no lugar do então futuro Cine Guanabara. A única rua que se vê saindo pra baixo da foto deve ser a Voluntários. Mais para a direita, pouco depois do meio da foto, tem uma maçaroca que me parecem ser casas geminadas, talvez uma vila que ainda existe na curva da Rua da Passagem.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
photomechanica 22/12/05 12:18 …
Cadê o aeroclube?
Mauro_AZ 22/12/05 12:24 …
Pois e’, a Urca tinha um piscinao… hehehehe
Desculpe Andre e comentaristas do flog mais uma vez por sair do assunto do post, mas a monografia da simpatica Keila esta’ dando pano para manga! Li os comentarios dela de ontem somente agora e tambem o comentario do Dr. D’, que dessa vez enganou-se. Eu nao nego que o titulo de mais-querido foi arrebanhado na mao grande pelos rubronegros, muito pelo contrario, faco questao de sempre menciona-la como exemplo do habito rubronegro de se vangloriar das suas molecagens. Se os outros fizessem as sacanagens que eles fazem para levar vantagem, seriam condenados, claro, sao os manjados dois pesos e duas medidas. Mas quando a coisa vem do lado rubronegro, e quase sempre vem, eles sao os mais esperrtos, os moleques malandros, representantes maximos da malemolencia inzoneira carioca. Por outro lado, realmente nao soa plausivel a alegada historia de que os jornaleiros evitariam vender jornais exceto para os vascainos. Provavelmente nao passa de pretexto para justificar a fraude nos votos. Parem para pensar: Faz sentido que jornaleiro portugues, vivendo com dificuldade do seu proprio suor, ia trabalhar contra o patrimonio escondendo jornais dos fregueses, por qualquer motivo que fosse? Perguntar a cada fregues para qual time torcia antes de vender um jornal? Fala serio.
(continua)
sami_rj 22/12/05 12:25 …
Nossa…cada achado !
🙂
Mauro_AZ 22/12/05 12:25 …
A respeito de 1927, gostaria de fazer a seguinte observacao: Influencia politica de um clube junto `a federacao era (e e’) uma coisa, e a popularidade de um clube, outra coisa diferente. E’ absurdo concluir pela ultima baseando-se num evento que caracteriza a primeira. Mas fazer o que, e’ o jeitinho rubronegro de argumentar. Repito: Durante a fase do amadorismo, a base de torcida do Flamengo tinha basicamente a mesma constituicao da do Fluminense, refletida inclusive na constituicao social do seu time, tradicionalmente composto de rapazes de familias de boa posicao social, bem educados, muitos academicos, principalmente de medicina. Pobre e preto, muito dificil. O primeiro foi o Jarbas, ponta esquerda, somente la’ para 1932.
E para encerrar: Uma das coisas mais obcenas do futebol brasileiro e’ o dinheiro publico, via Petrobras, uma empresa estatal, financiar um e apenas um clube de futebol. Ainda mais um clube administrado da forma que e’ o CRF. E’ por isso que eu boicotava os postos da Petrobras quando morava no Brasil, e ainda hoje quando visito, continuo boicotando.
AG 22/12/05 12:49 …
Eu não ia me meter nessa discussão em torno da monografia da nossa querida Keila. Até porque, o clube da Cobal do Leblon, já é por demais esculhambado e não precisa de mais ajuda.
Mas eu só queria chamar a atenção que essa história de jornaleiro português é muito estranho. Todos sabem que, o negócio, principalmente em priscas eras, ficava nas mãos dos italianos.
Sei lá.
Leflaneur 22/12/05 13:04 …
É uma vergonha para uma empresa estatal, patrocinada com recursos públicos, financiar clubes de futebol, e particularmente, clubes com a má administração que o Flamengo tem, teve e terá.
andredecourt 22/12/05 13:50 …
A parte cercada era a propriedade da casa e mesmo na época da favela ela permaneceu com cobertura vegetal, acho que esse muro existe até hoje.
A impressão que se dá é que a City fou mesmo construída sobre um pequeno aterro.
Rafael, a construção grande é a do cine Guanabara, na época tinha outro nome se não me engano Hight Life
Mauro_AZ 22/12/05 14:10 …
Me parece que foi um torcedor do Flamengo, Joseph Goebels, que cunhou a frase que e’ a pedra de toque da filosofia rubronegra: Uma mentira repetida milhoes de vezes torna-se verdade.
eduardo bertoni 22/12/05 14:15 …
Mais uma foto sensacional do Patrício. Jamais tinha visto esta região por este ângulo. Parabéns!
Bertoni
AG 22/12/05 17:41 …
Andresíssimo,
desculpe voltar ao assunto de Pedro II mas é que me lembrei de um documento curiosíssimo que não sei se todo mundo conhece. Sabe aquela coleção de livrinhos fininhos que custam 5 pratas cada, publicada pela Editora Paz & Terra ? Pois é, um desses livrinhos é o relato de um cara chamado Georges Raeders, um estudioso sobre o Brasil que morreu aí pelos anos 30. Esse historiador pegou as cartas de um francês muito louco chamado Gobineau que, por motivos que não vem ao caso, deu com os costados aqui no Brasil. Poeta, escultor, romancista o cara era na verdade um tremendo racista e teceu um retrato do Brasil, principalemente do Rio de Janeiro, nada lisonjeiro.
O que nos interessa nesse caso é que nessas descrições ele fala muito de Pedro II porque o imperador conversava com ele em palácio duas ou três vezes por semana, às vezes por quatro, cinco horas.
Quem estiver interessado pode procurar em algumas livrarias (acho que a Argumento do Leblon tem) e tirar do livrinho as suas conclusões.
Solange Passos 22/12/05 18:00 …
Hoje, no Globo,saiu uma reportagem sobre prédios antigos que estão prestes a desabar por falta conservação.Entre eles,um situado na Av.Gomes Freire e que, soube hoje, é a antiga Cocheira Recreio. Conheço esse prédio e toda vez que o vejo não deixo de admirá-lo,pois dá pra ver que deveria ser um conjunto impressionante na sua época,apesar do estado lastimável que se encontra hoje.
Alguém saberia mais sobre a história desse prédio ?
Existe alguma foto da época em que funcionava ali a cocheira ?
Mais uma vez é de se lamentar a pouca importância que damos à nossa história.
obrigada, e Feliz Natal a todos.
andredecourt 22/12/05 18:17 …
Solange, se não me engano vi uma foto aérea do Cocheira, praticamente ao seu lado também funcionou a vila Ruy Barbosa, uma vila proletária que ocupava um grande terreno, hoje com poucos prédios abandonados e muita área vazia transformada em estacionamento
lerfamu 22/12/05 18:28 …
Gostei da estória da mão que foi parar na brasilia!!
Abraço
Solange Passos 22/12/05 19:03 …
Obrigada, André.
Mais uma vez parabéns pelo seu amor ao nosso Rio !
leflaneur 22/12/05 20:53 …
AG, Gobineau era amigo de Dom Pedro. As teorias racistas não eram tabu na época. Eram discutidas e defendidas. O Imperador ouvia a todos. Era amigo de Vitor Hugo (para os de esquerda). Vitor Hugo o chamava “o filho de Marco Aurélio”.
Agora chega. Vcs não tão a fim de conversar, tão querendo chatear. E chateado, recolho-me. Minha biblioteca está à sua disposição, AG, quando quiser pesquisar. Tenho prós e contras.
Como eu disse para o outro, me chame de burro, mas de bobo não me chame, porque bobo não sou eu. São vocês que ainda combatem a Monarquia 116 anos depois. Não era hora de dizer a que veio a República? Francamente… Vou dormir entediado e bestificado, como o povo desta nação.
leflaneur 22/12/05 20:54 …
Ah.. O imperador não comungava das idéias de Gobineau. Nunca o fez. Aliás, era das pessoas mais democráticas em seu tempo, em questões raciais. Os judeus o têm em grande conta. Estudava hebraico e recebia rabinos para discutir questões.
leflaneur 22/12/05 21:11 …
Na verdade isso ficou chato. É a velha história que se repete: o País do politicamente correto é o País dos provocadores. Se D. Pedro fosse um racista, a Família Real não teria sido embarcada na calada da noite com medo dos capoeiristas. André Rebouças não os teria acompanhado ao exílio. Joaquim Nabuco não seria Monarquista até o fim de sua vida e minha avó, já no início do século XX, em Alcântara, no Maranhão, não teria visto os pretos velhos serem enterrados, com a Princesa Isabel, em retrato, às mãos. O quilombo do Leblon, as Camélias dos jardins cultivadas pelso pretos, que Ruy Barbosa criticava e a Princesa ostensivamente usava (dizia que estava havendo influência indevida do Trono em questões da Legislatura)
E o Obá, o Rei dos Pretos, recebido sempre por ele, e que o chamava de “primo” (deixe entrar o Obá). Este fez quase uma pequena revolução entre os pobres ao dizer que os republicanos eram contra os negros (a República já proclamada).
E mais: não teria o Imperador tido enterro de Chefe de Estado na França republicana, mesmo sob protestos do Governo (?) do Brasil.
leflaneur 22/12/05 21:17 …
Não há o que discutir. Argumentos contra, Dom Pedro é um homem histórico. Os que o destronaram ficam no chulé da sua existência. Como eu disse, isso já passou do razoável. Não vejo intenção de conversar, vejo a velha história de chamar monarquistas de loucos ou burros, e dar ânimo de inteligência aos republicanos. Fico aqui no meu hospício, ou na minha turrice, mas coloco minha biblioteca à disposição para quem quiser pesquisar (tenho este livro e muitos outros, AG).
Mas a intenção não é ouvir, isso eu sei há tempos. É rir e debochar dos que fogem ao parâmetro risível do 2+2 positivista. Desde que a República se instalou (res publica, isso é brincadeira ou o quê?) não houve um movimento de Dom Pedro para retomar o País. Nem aceitou o pagamento de mesada que o Governo da República ofertou a ele: “E quem deu aos Srs autoridade para dispor do orçamento?”
Só isso já valeria uma legenda.
Vou sair por uns dias. Sinto que virei uma espécie de Judas. Não tenho mais saco para ficar aqui discutindo, como já disse, porque sou cachorro morto. Vocês já ganharam, AG e Flavito, porque não mostram com realizações o que tão fortemente defendem. Falem sobre os Golpes, as Intentonas, as falácias, as trocentas revoluções. Falem aonde estão os negros hoje, depois de tantos anos de república…
leflaneur 22/12/05 21:20 …
E se todos esses argumentos não servissem, nós perdemos o plebiscito.
E daí? Somos mais felizes?
leflaneur 22/12/05 21:26 …
Confesso que o flavito teve um grande gesto na vida dele. Retirou, como de fato os poderosos fazem, a mim das discussões desse fotolog. Retirou por absoluta discrição: quis fazer. E fez, pois eu não vou mais discutir com quem berra mais alto, e berra mais alto o que já a audiência já está preparada para ouvir. “Fico aqui quieto”, como disse o Barão do Bom Retiro. “Um dia lembram e me perguntam o que eu achei de tudo isso.”
Não lembraram. Eu, no entanto, lembro.
leflaneur 22/12/05 21:27 …
Boas Festas a todos.
leflaneur 22/12/05 21:59 …
E me desculpem todos, se houve excesso, foi todo meu, não no falar. Nos copos, como de costume. Peço desculpas.
leflaneur 22/12/05 22:05 …
Como registro histórico, Gobineau veio ao Brasil, onde chegou em 1876, por Napoleão III, como representante do governo francês. Segundo os que comentam as relações do Imperador Pedro II com os intelectuais europeus, este teve particular amizade com Gobineau. No entanto, não há nada que dê respaldo, por parte do Imperador, a suas teses.
Gobineau nunca deixou de referir-se ao Brasil como uma péssima experiência.
Keila 22/12/05 22:39 …
Gente, eu sabia q o assunto Flamengo daria mt discussão, mas não imaginava q daria tanto pano pra manga assim!
Mais uma vez digo q só escrevi o q consegui apurar, mas a gente sabe q a maior torcida do Brasil não é a do Flamengo, e sim a anti-Flamengo.
Já tinha a Policlínica aí na época desta foto? Nasci lá e estudei no campus da Praia Vermelha (q na verdade está mais pra Botafogo…).
eb 23/12/05 2:12 …

ATENÇÃO!!!
Hoje, no meu flog, estaremos elegendo as “malas” do ano.
É a sua oportunidade de vingança.
Não deixe de votar!
Abração,
Bertoni
http://fotolog.terra.com.br/outromundo
Flavito 23/12/05 7:32 …
Leflaneur, espero um dia que nós dois estejamos numa agradável mesa de botequim esvaziando uns excessos de copos e, sadiamente, bater um bom papo.

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