Parc Royal, seção Avenida

andredecourt's foto van 11-8-05

O “Chic” é no Parc Royal

A Parc Royal era uma das lojas, na realidade um Magazim, mais sofisticadas da cidade no final do sec. XIX e início dos XX, sua matriz ficava no Largo de São Francisco ao lado da igreja, tendo sido ampliada durante os anos, de um típico imóvel de um só andar dos primeiros anos, até um grande prédio eclético nos anos 10.
Em 9 de Julho de 1943 o prédio do Parc Royal foi protagonista do então maior incêndio urbano Rio, destruindo praticamente toda a construção e tomando quase meio dia de trabalho dos bombeiros para ser controlado.
Em virtude do fogo o prédio desabou parcialmente e foi demolido, para alargar a então travessa São Francisco de Paula a prefeitura desapropriou o terreno, criando então a rua Ramalho Ortigão, que foi proprietário do Parc Royal.
Com a abertura da Av. Central todas as casas chiques e nem tão chiques assim, se tranferiram ou abriram filiais na avenida como a Casa Colombo, a Ao Barateiro, Casa das Fazendas Pretas e logicamente também o Parc Royal.
É o que vemos nessa foto provavelmente dos anos 10, elegantes senhoras passando por diante das vitrines literalmente escovadas da filial do Parc Royal na Av. Central.

Comments (18)

Luiz D´ 11-8-05 9:38 …
André,
Tenho uma belíssima foto do Park Royal, bem de frente e de perto, diferente destas duas.
Qualquer dia vou postar e, aviso logo, vou aproveitar este seu magnífico texto.
Abraços
http://fotolog.terra.com.br/luizd
epinha 11-8-05 9:47 …
As Modas!
abs /fotocity
brites 11-8-05 9:51 …
Meu Deus! Não consigo me imagirar nem por 10 min numa roupa destas! Mas q são bonitas, são, sem a menor sombra de dúvidas! As vitrines a sua arrumação são chiquérrimas! E seu texto sempre perfeito, claro!
Bom dia!
Rafael Netto 11-8-05 10:03 …
Que fim levou o Parc Royal? Achava que tinha acabado com o incêndio, mas agora fiquei sabendo que tinha filial na Rio Branco. Continuou a existir depois disso? Ou a filial já tinha fechado em 1943?
andredecourt 11-8-05 10:12 …
Rafael suas perguntas são minhas.. não sei até quando durou o Park Royal, mas acho que aos anos 60 ele não chegou
jban 11-8-05 10:40 …
Queima de Estoque no Parc Royal !!!!
Waldenir 11-8-05 10:46 …
Boa tarde,André, e desculpe o sumiço,é que eu estava mudando o meu posto de trabalho para Niterói.
Duas perguntas emergiram do texto : A que altura ficava o Park Royal da Av. Central?(ou o que seria hoje)
A rua Ramalho Ortigão é aquela que liga a rua da Carioca ao largo de São Francisco.Mas as construções dos dois lados dela são ecléticas, e certamente anteriores a 1943.Antes havia uma rua mais estreita? Ou a casa incendiada ocupava todo o miolo?
roney 11-8-05 10:54 …
otimas fotos… falta tempo pra conseguir ver e ler todas estas HISTORIAS…
abracos
AG 11-8-05 11:17 …
Sempre achei que a Rua Ramalho Ortigão homenageava o escritor português, pertencente ao grupo famoso Perdidos da Vida. Eça de Queiroz, também do grupo, gostava de referir-se ao amigo como “a ramalhal figura”.
Mas agora descubro que havia um homônimo dono do famoso Park Royal.
Quando minha mãe chegou ao Brasil com meu pai, o Park Royal já tinha desaparecido. Mas havia cá uma tia que, saudosa, volta e meia dizia à minha mãe: ” – Pena que não estavas cá, pena que não estavas cá; era a loja mais LINDA do mundo”.
Minha mãe ria e apelidou tia Maria José de “tia royal”.
Eu nunca tinha visto uma foto do magazine enquanto vivo; só vi uma foto da loja no livro Rio Antigo, logo após o incêndio.
Achei a cara de Paris.
Tia “Micas” tinha razão.
jban 11-8-05 11:36 …
Senhores…
É PARC ROYAL. Assim mesmo com C.
andredecourt 11-8-05 11:39 …
Waldenir, os números da Park Royal Av. Central estão aí na foto 130 e 132, no quarteirão entre a rua do Ouvidor e Sete de Setembro, o que tem lá hoje não sei e não passarei por lá hoje para conferir, fica a sujestão de quem estiver pelo Centro dar uma passadinha agora na hora do almoço.
Já a velha travessa, era bem estreita, e tinha um lado que existe até hoje, o outro é onde há a lateral da igreja, e se não me engano um jardim tb, realmente a parte que fica após a igreja é do pperíodo Passos, mas o prédio damagazin praticamente fechava a passagem com o largo a partir da rua do Teatro
AG 11-8-05 12:08 …
Desculpe, jban, você tem toda razão.
Mas nesse nosso “aculturamento” yankee, qualquer “royal” que apareça precisa obrigatoriamente ser acompanhado de um “park”. Afinal, por que “parc” ? E porque não “royale” ?
Isso me lembra o número absurdo de pessoas que chama o Hotel Le Meriden de “merídien” com acento no “í”.
Marcelo Almirante 11-8-05 12:25 …
Parece ser tão bela quanto a vitrine da Livraria da Travessa, na mesma Rio Branco, lá na altura da Marechal Floriano. Uma beleza que espero que seja preservada.
tumminelli 11-8-05 13:07 …
Essas roupas deviam ser uma tortura mediaval para as senhorinhas… Mas que era elegante isso era!
:-)))
Rafael Netto 11-8-05 14:36 …
Neste ponto da Rio Branco hoje existe o edifício Generali, que ocupa os terrenos 128 a 132. Donde se conclui que a Parc Royal era vizinha do jornal O Paiz.
Luiz D´ 11-8-05 15:34 …
Para homenagear o Mestre André Decourt, fiz um “post” duplo sobre o Au Parc Royal em http://fotolog.terra.com.br/luizd:61
tumminelli 11-8-05 23:23 …
cara, vou fazer um post triplo… recebi do Antonio carlos e da esposa uma propaganda da loja supra citada, da revista O Malho de 1918
:-))))))

10 comentários em “Parc Royal, seção Avenida”

  1. Prezados amigos,
    Meu avo, Vasco Marques Nunes, s’ocio do Vasco Ramalho Ortigao, eram donos do Parc Royal, ate seu incendio em 1943, ano de meu nascimento. O Parc Royal foi fundado pelo meu bisavo, portugues, pai do Vasco meu avo, nao sei em que ano. Apos o incendio, meu avo na epoca com 52 anos nunca mais trabalhou, vindo a a falecer com 83 anos no Rio de Janeiro. Minha avo Germaine Alice, francesa, conheceu meu avo acho que no Parc Royal. Nao sei se ela trabalhava la.
    A verdade e que eu gostaria de resgatar essa historia, e peco a ajuda daqueles que se interessam pelo Rio antigo como eu, de reunir fotos e depoimentos q

    1. ROBERTO
      minha mae é anna maria ramalho ortigão, neta de jose vasco ramalho ortigao e amelia marques ramalho ortigao.
      E filha de Jose Duarte e Francisca, ambos trabalhavam no Parc Royal.
      Gostaria de saber um pouco melhor da historia do Parc Royal.
      quem sabe, podemos trocar informações.
      abs
      thereza

  2. AG, gostaria de lhe esclarecer que o Vasco Ramalho Ortigão do Parc Royal, era filho do escritor portugues, e grande amigo de Eça de Queiros, e não homonio como foi citado.

  3. Meu avo, Jacy Pinto de Almeida Franco, foi gerente do Parc Royal e tinha algumas cotas da sociedade com o amigo Vasco Marques Nunes. As principais clientes, como d Darcy Vargas, eram atendidas exclusivamente por ele. Começou a trabalhar lá atrás dos balcões até aprender o idioma francês. Faliu com o incêncio. Deprimido, afastou-se da profissão, mas continuou a imprimir os costumes da elegância, na casa do bairro de Pilares, às cinco filhas e um filho. Minha mãe e dois irmãos ainda guardam fortes lembranças do cotidiano do Parc Royal.

  4. Gostei muito de ver que ainda existe pessoas que lembram-se do Parc Royal, eu fui muitas vezes lá com minha mãe e minha avó, era uma loja deslumbrante. Quando li no suplemento do Globo, de sábado sobre o livro da Marissa Gorberg, fiquei louca para comprar na mesma hora o livro. Marissa parabéns, eu também amo história.
    Afinal de contas foi provado se o incêndio foi criminoso ou não?
    Abraços Marly.

  5. Eu tinha 7 anos na ocasião do incêndio do majestoso prédio do Park Royal lembro-me da tristeza que se abateu no coração de quem frequentava seus departamentos chics e elegantes aos moldes de Paris . Os valorosos bombeiros muito lutaram ,mas nada pode ser salvo inclusive custando a vida de um jóvem companheiro . fui na ocasião ver os estragos com meus pais e a cidade toda lamentou o ocorrido . No local nunca mais foi construído prédio algum

  6. THEREZA NOLASCO
    É muito difícil a posibilidade de se conectar com você, mais vou tentar.
    Eu nasci e vivo em Barcelona (cidade do estado espanhol). Eu nunca fui para o Rio de Janeiro, mas eu ouvi falar muito sobre o Parc Royal e vi fotografias, porque uma irmã da minha avó morava em Rio no inicio do século XX. Ela era casada com José Duarte Ramalho Ortigao, seu avô. Eles nao tiveram filhos. Depois de alguns anos eles se divorciaram e ela voltou para Barcelona. Provavelmente foi então que ele se casou com Francisca, sua avó.
    Gostei muito do livro Parc Royal: um magazine na modernidade carioca publicado em 2013, onde aparecem muitas fotografías do Parc. Eu espero que você também teria gostado d’ele.

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