Túnel Rebouças a série, cap. IV

Vamos aproveitar o período de obras, para condensar uma das maiores séries já publicadas no “foi um RIO que passou” ainda nos tempos do fotolog.com, que expicava as origens do Túnel Rebouças. A série dispersa em post’s ao longo de quase todo o mês de Dezembro de 2005, poderá ser condensada aqui no site em uns 4 post’s, facilitando em muito a consulta.

As obras continuavam apesar de o túnel estar inaugurado e funcionando há anos, vemos nessa foto, as bocas das galerias Rio Comprido-Cosme Velho, fotografada nesse bairro, conforme vimos na ilustração de 1954, bem como na de 1969 não haveria nenhuma pista subindo por cima das bocas das galerias, mas primeiro governo Chagas Freitas, quase 10 anos da construção do túnel, começam novas obras para os acessos ao bairro, feitos de maneira diversa do planejado, inclusive com grandes cortes na rocha.

 

Nessa foto de 1975, vemos que o projeto original para a região já se transfigurou, as rochas por cima da galeria Cosme Velho-Rio Comprido, foram totalmente cortadas, criando a pista que hoje liga o bairro à Lagoa, as demolições existentes em 1969 já cessaram, e logo após a entrada do Largo do Boticário temos a simpática praça Prof Silva Melo, que possui um pitoresco laguinho com repuxo, que pode ser visto nessa foto, e que poucos conhecem pois fica escondido na vegetação, que cresceu muito e é frondosa, e só pode ser visto pelos que passam pela Rua Cosme Velho quando o repuxo está ligado, e durante o dia, pois a praça apesar de contar com uns 10 postes antigos do modelo americano, não possui um só globo.

Os viadutos já estão juntos, e há uma grande cicatriz na vegetação do morro, que nesses últimos 30 anos já se recompôs.

 

O túnel permaneceu dessa maneira, de 1975 até 1982, onde novamente em um governo Chagas Freitas ele sofreu profundas modificações.

Tudo o que foi mostrado nos croquis sábado passado, exceto o sistema de ventilação foi abandonado, a cidade ressentia-se de um sistema de transporte de massas eficiente, o Rebouças e o Santa Bárbara da época da Guanabara projetados para serem uma válvula de escape numa Cidade Estado que nessa época, 1982, já estaria com suas linhas de Metrô 1 e 2 totalmente concluídas e sendo executadas a 3 e a 4, já com várias estações operativas, estavam sobre-carregados.
Decidiu-se então abandonar o acostamento do Rebouças, estreitar as outras duas faixas de rolamento, e construir mais um viaduto na Lagoa, além de novas agulhas e mudanças nos acessos.
O que sobrava dos suportes para as placas laterais, foi destruído, as luminárias, ainda provisórias, foram retiradas, pois se projetavam pelo acostamento e seriam arrancadas por algum veículo mais alto, foram então instaladas luminárias a vapor de sódio, comuns aos outros túneis da cidade, que foram repotênciadas em 1992, e hoje já se encontram em péssimo estado.
Nessa foto de 1982, no final de nossa linha do tempo, nos estertores do governo Chagas Freitas, mostra a saída da Lagoa, o viaduto Eng. Humberto Vital Bandeira de Melo, se mostra novinho, o asfalto preto atesta isso, mas mesmo nessa foto onde tudo parece estar como hoje existem diferenças, a saída que desce para a rua Jardim Botânico, de quem vem do Rio Comprido ou Cosme Velho, ainda não existia, e o asfalto pouco emborrachado na entrada da rua Pio Correia, mostra que o acesso direto via rua Humaitá ainda não tinha sido aberto estando ainda muito parecido com essa foto de 1970 publicada pelo Luiz Darcy http://fotolog.terra.com.br/luizd:196  .
Outro detalhe é que o viaduto Saint Hilaire no sentido Lagoa, ainda não tinha sido alargado, ainda contando com 2 pistas, hoje nesse sentido ele tem três largas faixas de rolamento.

7 comentários em “Túnel Rebouças a série, cap. IV”

  1. A imagem recente da última foto foi reproduzida em 2006:
    http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto:141
    http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto:142
    Na época, cheguei à conclusão que o viaduto Saint Hilaire não havia sido alargado, apenas reduzido o espaço entre as pistas e a largura das faixas.
    Pensei que tivesse fotos das luminárias…. achava interessantíssimos aqueles postes verticais com as luminárias viradas pra frente, diferentes de qualquer outra via ou túnel da cidade.
    E afinal, quando foi inaugurado o túnel?

  2. Caro André
    Tenho duas dúvidas em relação à entrada da galeria Lagoa-Cosme Velho do Rebouças. Antes da abertura do túnel, até onde ia o limite do morro? Devia ser próximo da rua Jardim Botânico. Seria no alinhamento atual daquela última casa à direita de quem vai entrar no Rebouças?
    A rua Pio Corrêa passava por cima do morro e terminava em qual rua? Seria a Ministro Arthur Ribeiro?

    1. Victor o alinhamento do morro possivelmente fazia frente ao início do trecho habitado da Pio Correia, que tinha sua entrada mais a frente, possivelmente debaixo das pistas do viaduto Saint Hilaire. Começando ali pelo final da Rua Humaitá, ela fazia um curva galgando o morro e terminava exatamente na Min. Arthur Ribeiro na sua junção com a Eng. Alfredo Duarte. O cotoco de rua que fica à direita de quem sobe vindo da Eurico Cruz fazia parte da Pio Correia.

      1. Eu falei isso num post anterior, mas não lembrava do nome das ruas. Ainda existem cabos elétricos cruzando a entrada do túnel indo de um lado ao outro da Pio Correia. E o antigo Guia Rex mostrava a rua íntegra, como se o túnel passasse por baixo dela.

      2. Pelo que eu entendi, então a rua Pio Corrêa passava por cima do morro, onde atualmente estão as gambiarras citadas pelo Rafael e terminava na Eurico Cruz, sendo que seu trecho final atualmente chamam-se Ministro Arthur Ribeiro. É isso?

    2. Do lado do Rio Comprido o morro também foi “desbastado” cortando a rua Santa Alexandrina, por isso fizeram um viaduto ali. A minha curiosidade é como se chegava ao alto da rua enquanto a construção estava sendo feita.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

13 + = 21