Mar de carros – Dezembro de 1970


No lugar de alimentos, carros….Essa é a mensagem dessa foto de dezembro de 1970, retirada de uma reportagem do velho JB que mencionava o caos dos estacionamentos no centro da cidade.
Todo o espaço antes ocupado pelo Mercado Municipal está tomado por centenas, talvez milhares de carros, em uma árida esplanada. Os carros ainda se espalham para perto da construção do Tribunal de Justiça e vão pela via projetada que hoje tem o nome de Rua da Misericórdia, certamente até a Av. Pres. Antônio Carlos.
É triste constatar que evoluímos pouco em todos esses anos, a cidade ainda depende do automóvel, pela total ineficiência do seu sistema de transporte de massa, amordaçado pela máfia do óleo diesel, que mafiosamente dita as cartas no executivo e legislativo municipal como vemos claramente nesses tempos de tentativa de investigação do cartel podre que envolve políticos e ex-motoristas de lotação.
Não obstante as ações meramente marqueteiras da prefeitura, que tentam ludibriar alguns incautos que somos uma cidade antenada com o transporte sustentável, a custa de cortinas de fumaça como ciclovias e ciclofaixas implantadas na base da indigência técnica passando por “dia sem carros” em apenas um pequeno polígono do Centro ( onde todos andam a pé e há poucas vagas) a bicicletas que na verdade são outdoor de uma instituição financeira. Somos uma cidade muito atrasada no transporte de massas, e a prefeitura ao insistir em corredores de ônibus a diesel, invés de VLTs continua alimentando o atraso.
A Barra é o maior exemplo deste atraso, um bairro rodoviarista, onde o pedestre não tem vez no espaço público e onde o sistema de transporte é precário.

12 comentários em “Mar de carros – Dezembro de 1970”

  1. Acabaram com o estacionamento aí, gramaram tudo e deixaram só umas vagas para alguns funcionários públicos (não sei se da PF ou do TJ).
    O Brasil tem graves vícios estruturais de interesses e desonestidades que só no voto não vai resolver nunca.

  2. Imagem: caos nos estacionamentos do centro do Rio, muito conhecido.
    Alternativas: uma delas seria o transporte público coletivo.
    O transporte público coletivo no Rio pode ser traduzido por: ônibus. No Rio, ônibus é um meio de transporte que tem ‘dono’ (o jornal o trata como ‘Rei’).
    Fui conhecendo um pouco do assunto e escrevi alguma coisa sobre isso para os amigos. Logo em seguida o problema do transporte coletivo (agora chamado de mobilidade) “explodiu” em todo o país. O passo seguinte foi o jornal carioca escrever páginas e páginas sobre o festejado ‘Rei’. E mostrar suas atividades aquém e além mar!
    Será que eu estava implicando com o chamado ‘Rei’, ou era um precursor em termos de críticas (a meu ver evidentes) sobre os ônibus cariocas? É a vida.

    1. Hoje o mesmo jornal expõe em duas páginas o uso da máquina estatal e partidária para a proteção dos interesses do Rei, algo que sempre existiu mas não era noticiado, tomara que a casa caia de verdade, a cidade só tem a ganhar !

  3. Hoje temos um metro capenga, e mais onibus.Tudo como dantes no quartel de Abrantes, lembrando que não custa perguntar: Onde estão os bondes de Santa Teresa?

  4. Luiz, todos os estacionamentos do local, com exceção de um pequeno – que acho que pertence ao Albamar – foram desativados. A área foi toda reurbanizada no ano passado e o local se encontra atualmente bem agradável e conservado. Algumas fotos minhas tiradas ao final da reurbanização:
    http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=653687&highlight=marechal+c%E2mara&page=430
    Só falta mesmo a tão sonhada revitalização e restauração do Albamar.

  5. Alguns edifícios ainda sobreviventes da Exposição de 22…até a década de 1970! Incrível a foto! Será possível que a torre quadrada à esquerda da foto seja parte do pavilhão da Caça e Pesca????

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