Visitantes ao Corcovado, primeira metade dos anos 30

Em mais uma das ótimas imagens de Ferreira Júnior, fotógrafo da ABI, nos encaminhadas por Sidney Paredes, seu afilhado, vemos um grupo de visitantes na estação final da linha férrea do Corcovado.
O post é muito oportuno, primeiramente para reclamar o abandono que está novamente relegado este trem do Corcovado, que há menos de 03 anos foi totalmete restaurado por um especialista. Hoje o pequeno trem, pintado de vermelho, está novamente se destruindo no pátio da arruinada Estação Leopoldina, juntamente com outras carcaças ferroviárias em mais um exemplo típico de ignorância, falta de memória e desperdício de dinheiro público por parte de nossos (des)administradores públicos.
Os mesmos administradores que gastando fortuna em obras para manter favelas nos morros, com caríssimas obras de contenção de encostas e urbanização, se “esqueceram” de monitorar outros pontos de encosta da cidade. Nem o violento temporal de 1966 provocou tanta destruição no alto do Silvestre e em outros pontos da Serra da Tijuca, isolando o Parque Nacional da Tijuca e todas as suas atrações. E também eliminando os atalhos por cima dos morros da cidade que ligam de forma rápida ( para quem conhece) do Centro a Z. Oeste.
Para completar, juntamente com o abandono temporário da unidade de conservação, os porcalhões, outra praga pós 1982, picharam totalmente a estátua no topo do Corcovado, a incluindo na vala comum da totalidade dos monumentos da cidade, vandalizados por porcalhões com sérios problemas de auto- afirmação.
Como nas ocupações irregulares, vem se fazendo vista grossa aos porcalhões da cidade, que com suas latinhas de tinta esculhambam o patrimônio público e privado, impunemente, sem serem detidos e condenados a penas alternativas.
2010, está dando um bom recado aos nossos homens públicos e suas políticas tolerantes, que tudo o que vem acontecendo nas últimas semanas não se perca, mas sirva de lição e aviso.
Já a foto é muito interessante, todos os senhores que posam para o fotógrafo não são turistas ou visitantes comuns, todos trazem objetos interessantes nas mão, máquinas fotográficas, pastas, tripés, estojos metálicos. Há inclusive um vigário entre eles.
Pelos caixotes atrás, e o barracão à esquerda, acho que a foto testemunha a visita de órgãos da imprensa e algumas autoridades as obras de construção ou da estátua ou dos melhoramentos do mirante

6 comentários em “Visitantes ao Corcovado, primeira metade dos anos 30”

  1. É inacreditável que um monumento como o do Corcovado, numa cidade como o Rio, fique sem vigilância.
    O descaso dos órgãos públicos “responsáveis” é impressionante.
    Fico imaginando um local desses sendo explorado por uma empresa séria de turismo – seria uma mina de ouro.

  2. Mais um testemunho de um Rio de Janeiro que já não há, nem haverá mais…
    Tudo muito europeu, com todos os homens de paletó (alguns jaquetões), gravata (algumas borboletas) e chapéu…
    Na verdade, existem dois padres na foto.
    E as mulheres, onde estão?
    Não há uma sequer na foto!
    Sinal daqueles tempos…

  3. Muito boa a foto. Rica em detalhes.
    Há, sim, uma mulher no meio da foto. Está atrás de um dos padres.
    Aliás, parece haver um terceiro padre ao fundo. O colarinho dá essa impressão.

  4. Andre,
    Vc teria alguma foto antiga da rua São Cristóvão? Procuro por alguma imagem do prédio do antigo Museu da Polícia onde, posteriormente, funcionou o Serviço Nacional de Menores.

  5. É verdade, Ana, existe sim, uma mulher na foto.
    Está usando uma espécie de terninho e um tipo de touca na cabeça.
    Esse traje me enganou…
    E há, mesmo, um terceiro padre, lá no fundo da foto.
    Por que tantos, para um número pequeno de presentes?
    Talvez fosse uma solenidade religiosa, mais voltada para o próprio Jesus Cristo do que para a sua estátua.
    Quem saberá?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

8 + 1 =