Carnaval, Av. Rio Branco, 1978

 

Nessa pequena imagem vemos a Av. Rio Branco decorada, como era de costume para o carnaval. Decoração essa sem patrocínio de telefônica ou cervejaria, feita pelas oficinas da CME, que todo ano decorava não só a Rio Branco, como a Sapucaí e  fazia pórticos comemorativos como na boca do Túnel Novo, em Botafogo.
É curioso o porque do abandono por décadas e as tentativas de se fazer ressurgir  essa decoração sempre com algum patrocínio acoplado, o que acontecia antigamente e que não acontece mais, ou que não acontecia e hoje acontece, fica aqui nossa pergunta…
Na foto temos vários elementos setentistas, com os taxis já pintados de amarelo java, e mais ao fundo um fuscão taxi, de frota, ainda azul com as faixas amarelas, que durou poquíssimo tempo, os postes curvos padrão-rio de 12 metros com luminárias Philips, os primeiros frescões com carroceria Marcopolo e um quentão Ciferal.
Em primeiro plano um sinal “celso franco”, uma verdadeira revolução na sinalização urbana do Brasil, onde tinhamos uma grande modularidade de sinais de transito, isso por volta de 1976/77.
Grupos óticos grandes no topo dos postes, repetidores de tamanho médio ( antigo tamanho dos grupos que ficavam pendurados por cabos) no meio dos postes e sinais de pedestres com lentes quadradas e sinalização por sinais e não o “pare e siga” e o principal, braços e postes para todo o tipo de via, dos curtos até os de alcance progressivo, como que vemos na foto, onde a seção interna do braço superior era regulada para os sinais ficarem sempre centralizados com a via.
Passados mais de 30 anos disso, voltamos para trás, não há mais praticamente a variação de braços e os grupos semafóricos vem sendo desparelhados pela própria prefeitura, ao arrepio da segurança viária, retirando-se os repetidores inferiores com a desculpa da troca dos grupos superiores por unidades com leds.
Tudo equivocado como sempre, ao contrário de se modernizar os conjutos grandes, que teriam mais leds e sofreriam menos com a dificuldade de visualização caso a unidade não esteja perpendicular com a via. Vem se utilizando os grupos óticos de tamanho médio, voltando ao que tínhamos ha 40 anos atrás, um absurdo. Por serem mais concentrados esses grupos com leds quando desalinhados são mais difíceis de se ver que os iluminados por lâmpadas incandecentes. E a ausência dos repetidores latereis vem em muitos lugares fazendo a visualização da sinalização ser simplesmente impossível, colocando em risco os motoristas e pedestres. Mais uma na conta da afoita administração municipal, que quer mostrar serviço e normalmente mostra deficiência.
A imagem um pouco maior é cortesia da querida Milu.

17 comentários em “Carnaval, Av. Rio Branco, 1978”

  1. Os ônibus:
    Em primeiro plano:
    Marcopollo II da Acari
    À frente:
    Ciferal da Auto Diesel
    Curvado na Av.:
    Marcopollo II da Pégaso
    À frente:
    Outro frescão da Auto Diesel
    Na minha visão, o serviço de frescão de nossa cidade foi descontinuado. Esses veículos da foto são mais mais confortáveis do que os que tentam hoje em dia se passar de frescão. Eles eram rodoviários de verdade. Tinham motor traseiro, suspensão a ar, maior largura entre os bancos e no corredor.
    Já os atuais: motor dianteiro, pouco espaço para pernas e corredor estreito. Isso em virtude de se utilizar o mesmo chassis de ônibus urbano, como motor motor dianteiro.

    1. Frescão com motor dianteiro? Acho que até existem, mas não são a maioria, se não me engano apenas em linhas para Baixada e talvez Zona Oeste. A maioria dos frescões atuais são ônibus rodoviários.

      1. Não há no Mun. do Rio de Janeiro nenhuma linha de frescões que opere com ônibus rodoviários. Todos são ônibus urbanos, com motor diateiro adaptados.

  2. É lamentável que o carnaval, antigamente uma festa democrática de rua, tenha se perdido ao longo dos anos. Primeiro, com o abandono dos blocos de rua pelos bailes nos salões de clubes. Depois com a comercialização do carnaval, através do cartel das escolas de samba, que eram somente uma das categorias de desfiles que aconteciam no carnaval: blocos aos sábados; ranchos aos domingos; escolas de samba, nas segundas; e as grandes sociedades às terças feiras, ditas gordas. Com isso, hoje vemos muitos cariocas que ainda gostam de carnaval, saindo do Rio para brincar em Salvador ou Recife/Olinda para curtir a farra de rua.

    1. O carnaval de rua, depois de amargar um ostracismo entre os anos 80 e 90, vem se revitalizando nos últimos anos, atualmente são popularíssimos os blocos espalhados pela cidade, e o Bola Preta arrasta multidões pela Rio Branco. O que talvez tenha se perdido era a “inocência” e simplicidade de décadas atrás, mas isso aconteceu com a sociedade como um todo, no mundo inteiro.

  3. Complementando, embora eu não tenha sido jamais carnavalesco, tinha grande satisfação de apreciar à tarde na Rio Branco os famosos blçocos do EU SOZINHO, que produziam figuras dignas de admiração, quer por sua grande imaginação na elaboração da fantasia, quer por suas críticas mordazes políticas ou sociais. Uma perda de se lamentar.

  4. A gente percebe que a foto não é do trânsito no carnaval, mas sim, do carnaval no trânsito, que já existia, desde aquela época.
    Táxis embolados com ônibus, pessoas atravessando fora da faixa, inclusive um pedestre com a famosa calça “boca de sino”, em primeiro plano, caminhando em direção ao Táxi Fusca Amarelo.
    Nossa formidável carnavalização do trânsito, já existia desde antes de 1978 e, lamentavelmente, ainda permanece…
    Mas a decoração é simples e bonita…

  5. Sem dúvida alguma a Cidade do Rio de Janeiro veio perdendo ano após ano a qualidade de vida, resultado de governos que desprezam a Cidade como um todo.
    os exemplos aí estão , com a Prefeitura a lançar ” Choques de Ordem”, que deveriam se chamar ” Fracassos de Desordem”.

    1. E o Xerife do Choque de Ordem vai se candidatar a Deputado. … Eu não voto. Isso é puro oportunismo e carreirismo. Que termine o trabalho na Prefeitura antes de alçar outros vôos.

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