Engorda da Praia de Copacabana

O amigo Rouem está fazendo no seu Arqueologia do Rio uma interessantíssimna série sobre o alargamento da Av. Atlântica, notadamente a engorda da praia por aterro hidráulico, o que hoje é meio esquecido pelos cariocas.
A série, fantástica, vem mostranto as dragas na Enseada de Botafogo, os tubulões pelas vias do bairro, e até mesmo os pontos de lançamento da água carreada com a areia ( http://fotolog.terra.com.br/bfg1:681  até http://fotolog.terra.com.br/bfg1:685 ). Mas além das dragas fixas, na enseada, tínhamos outras duas móveis, que pegavam areia em bancos na entrada da baia, trazendo o material até pouco antes da arrebentação para então despeja-lo. As correntes marinhas fariam o resto.
Na nossa foto vemos a draga Transmundum III, na frente do PostoII, bem de fronte a Rua Rodolfo Dantas onde havia um dos pontos de descarga de material pelos tubulões. Ao observamos a praia vemos que a faixa de areia ainda  não tinha sido deslocada mais de 8o metros à frente, como acontece nsse trecho da praia, sendo possivelmente nossa imagem do início das obras.
O uso da areia do fundo da Enseada de Botafogo, destruiu a Copacabana de areias brancas e finas, que cantavam nos pés, como a da praia mais próxima, a do Arpoador, que possui uma areia bem próxima a original de Copacanana que pode ser observada ainda em qualquer obra no calçadão junto aos prédios, enterrada desde os anos 10 do séc XX ela é mais branca que a da praia.

15 comentários em “Engorda da Praia de Copacabana”

  1. Acho que a areia do Posto 6 ainda é a original da praia.
    Lamentável essa escolha de trazer a areia da enseada de Botafogo, que sempre foi suja. Também acho que o aterro de Copacabana passou da conta.
    Acredito que seja possível fazer um “reaterro” usando máquinas para trocar as camadas de areia de Copa, trazendo para cima a areia original e enterrando a areia escura do aterro.

    1. a escolha de se trazer a areia da enseada de botafogo deve ter se dado por razões práticas, não “estéticas”. Para se fixar uma praia em erosão, é preciso se depositar material com um tamanho de grão MAIOR do que o original do local. Ou seja, foi preciso coletar uma areia mais grossa que a antiga areia “cantante” de Copacabana. Assim, por motivos provavelmente logisticos (fonte mais próxima, menor gasto- $$$$), a escolha do fundo da enseada de Botafogo deve ter sido natural.
      a possibilidade de fazer um reaterro, invertendo a ordem das camadas acredito ser remota. O investimento não se justificaria e, mais ainda, seria um retrocesso, propiciando novamente a erosão acelerada da praia.
      mas não é impossivel de acontecer, vista a politica pública no Brasil, com seus avanços e retrocessos…

  2. que pena que nasci depois disto… 🙁
    eu sempre visito estes flogs, mas agora estou escrevendo por um motivo nobre. hehe
    estou fazendo um trabalho sobre o rio antigo e consegui os livros “o rio de janeiro de pereira passos” e os 2 volumes do “rio de janeiro de lima barreto”
    conhece mais algum que possa me ajudar?
    valeu.

      1. E “Aparências do Rio de Janeiro” de Gastão Cruls, “Memórias do Rio de Janeiro” e “O Rio de Janeiro no séc. XVII” de Vivaldo Coaracy também são interessantes.

  3. A areia de fundo da enseada de Botafogo é mais escura por ter outra composição geológica e não por ser suja. Outro fato que faz com que fique tão diferente em relação à original de Copacabana, é que a dessa última, por ser mais exposta à erosão, seja de granulação mais fina. Daí a saudosa cantoria dos pés.

  4. Esta draga transportou dois milhões de metros cúbicos no seu trabalho de aterro do local. A sua tripulação era constituída de 22 homens formada por holandeses , alemães e seis brasileiros. Li que todos nesta tripulação tinham binóculos para ficar admirando as cariocas passeando pela praia. Como marinheiros freqüentavam muito a Praça Mauá mas em pouco tempo trocaram estes passeio pela Zona Sul, pois na opinião de um deles as meninas de Copacabana eram mais bonitas. RS! RS!
    Post duplo em http://fotolog.terra.com.br/bfg1:686

    1. E nos finais de semana os engenheiros do Rio, responsáveis pelas obras, vistoriavam a obra, sem ganhar um níquel sequer pelo seu trabalho em finais de semana. Raros tiveram a chance de levá-los consigo para ficarem juntos no final de semana.
      Sim, eu passeei de draga com meu pai, Diretor da Sursan nesta época (talvez estivesse nesta da foto rsrs) e me orgulho muito disto. A lembrança mais forte que tenho desta época é que meu pai trabalhava muito, era respeitado pela sua competência, não ganhava mais por vistoriar obra nos finais de semana, mas…não podia estar lá na areia comigo ou no parquinho, ou no teatro…
      A propósito, esta equipe respeitava o dinheiro dos impostos e além de criar soluções, buscavam executá-las sem desperdício de dinheiro público.

      1. Vivência semelhante!!
        Assim como você eu também frequentei canteiros de obras quando criança (coisa que hoje nem é mais possível). A razão era simples, meu pai ficava extremamente mobilizado pela responsabilidade de sua obra. Por isso vistoriava obras nos horários os mais diversos.
        Uma obra em via pública é um verdadeiro abacaxi! E em vista disso meu pai considerava que era melhor ficar atento para que o trabalho corresse bem. Desta forma não foi poupado de ser chamado à noite, de comparecer em delegacias, hospitais e de entrar em contato com concessionárias em emergências relativas a uma obra.
        Foi visitando desde cedo obras em que o meu pai trabalhava que pude ver a sua dedicação. Procurava fazer bem feito pensando nos brasileiros que se beneficiariam daquela construção (é um tipo de pensamento que havia no Brasil daquela época).
        Eu não entrei nessa draga e fico curioso como pode ter sido o seu ‘passeio’ e creio que você (na medida do possível) poderia até relatar brevemente a experiência. Certo de que a Engenharia nacional já não trilha o caminho da dedicação desinteressada envio Saudações!

  5. Caros amigos,
    sou estudante de oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e estou realizando uma pesquisa sobre a erosão das praias oceânicas cariocas.
    Gostaria de saber se alguém poderia me ajudar com dados e/ou trabalhos sobre este assunto desde essa época da engorda da praia de copacabana.
    Atenciosamente,
    Naydeo

  6. Estive pela primeira vez no Rio, em janeiro de 1971. Nessa época o aterro de Copacabana já estava concluido , permanecendo no entanto até aquela data, a antiga Avenida Atlântica , do posto 06 até a Av. Princesa Izabel. As obras já estavam concluidas no Leme!
    Lembro na época,que os cartões postais vendidos na cidade obviamente mostravam a praia ainda na sua forma original, o que para mim pareceu muito mais interessante e tambem,sempre suspeitei que haveria uma diferença na areia utilizada no aterro!
    Sei que a obra era necessária, tanto para o desafogamento da densidade ocupacional do bairro como, para evitar os estragos das ressacas e implantação do emissário. No entanto ao meu ver, houve claramente um exagero no alargamento,o qual fez perder a escala humana da Av. Atlântica com o fim do contato imediato com o mar e com a consequente ocupação desordenada da larga avenida, a qual se mostra hoje, terrivelmente degradada. Os antigos postes de iluminação pública, junto aos edifícios, sumiram ou estão vandalizados, o que é uma pena, pois seriam os ultimos testemunhos de um época mais “civilizada”

  7. oi,
    acho que a praia di copacabana tem muitos problema, a comecar da o povo, infelismente falta de educacoes.
    desculpa pelo meu portogues, sao um turista que ama rio de janeiro, ma sento muito por o sujo que fica na rua mas expecialmente na praja.
    marco

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