Rua Santa Clara e Bairro Peixoto anos 30

Hoje estamos tendo um post duplo com o amigo Richard do Hoje& Ontem, que vem nos brindando com uma série de fotografias de família de diversos períodos de Copacabana.

A de hoje mostra uma pacata Rua Santa Clara em 1936, totalmente tomada de casas com um agrário Bairro Peixoto aos fundos ( http://fotolog.terra.com.br/crich:34 ), para complementar a foto do amigo Richard, coloco o mesmo trecho da rua, atravéz fragmentos de uma foto tirada pelo grande pintor Elizeu Visconti, na mesma époica, foto esta que faz parte do acervo da nossa exposição Cobacabana Sob as Lentes de seu Morador.

A primeira imagem mostra o conjunto de casas que existia do número 256  (aparecendo só parte do telhado) até o 278, destas todas sobrevivendo em estado de quase abandono a de número 278.

Já a segunda imagem mostra as hortas que existiam onde hoje é o traçado da Rua Maestro Francisco Braga.

A terceira imagem mostra o portentoso renque de bambús que ocupava todo o lado da Praça Edmundo Bitencourt, junto à Rua Décio Vilares, o renque original ultrapassava as medidas atuais da praça chegando próximo ao número 194 da Décio Vilares. O renque foi paulatinamente diminuído em toceiras de bambú durante os anos 40 e 50 até desaparecer de vez em 1968, na primeira reurbanização da Praça Edmundo Bitencourt, quando ela ganhou o chafariz e o playground rebaixado. Sendo os bambús substituídos por um renque de oitis, que por vandalismo nos anos 60 e 70 não completa um dos lados da praça.

Por fim no último fragmento mostra a região do posto II, tomada pelos prédios que subiam na penúltima área a ser urbanizada no bairro, reparem bem, ainda podemos ver os 3 penedos do Inhangá no meio dos prédios,

13 comentários em “Rua Santa Clara e Bairro Peixoto anos 30”

  1. No final dos 40, um tio se mudou para o alto da Sta. Clara. Nos, as crianças, andávamos uns 50m, dobrávamos à direita por um terreno e íamos brincar no que chamávamos de “pracinha nova”. Me lembro muito do bambuzal! Ainda não havia nessa época as charretinhas de bode. Foi o início da praça.

  2. As fotos são quase sequenciais. A sua antiga, vai subindo a rua até a casa de telhado mais plano. A minha, desta para cima.

  3. Excelente série.
    Lembro bem dos bambus, na Praça do Bairro Peixoto.
    Os cavalos de aluguel existiram em meados da década de 50.
    Foram substituídos, em meados da década seguinte, pelo ponto final de uma linha de ônibus elétricos.

    1. Essa linha de ônibus elétricos teria relação com a atual 136?
      Eu lembro que nos anos 80 o nome da linha era “Leopoldina – Bairro Peixoto”, que mudou para Rodoviária-Copacabana com a simplificação dos nomes dos itinerários nos anos 90.
      Ficou faltando a imagem completa…

      1. A 136 até os anos 80 ainda tinha o Bairro Peixoto escrito nos seus letreiros abaixo de Copacabana.
        Pode ser uma herdeira da linha dos trolleys, mas esses entravam dentro da parte central do a 136 apenas a contorna pela Rua Santa Clara e voltando pela Figueiredo de Magalhães. A última linha que teve ponto final do B. Peixoto foi o frescão Castelo-B. Peixoto, de curta duração

  4. Olá André Decourt,
    É uma belíssimo trabalho que resgata a alma do que foi o bairro de Copacabana. Gostaria de propor-lhe que esse trabalho fosse mais divulgado, principalmente aos estudantes das escolas públicas. Se tiver interesse em fazer essa parceria, é só entrar e contanto pelo e.mail: [email protected]

    1. Cara Cristina
      Nosso trabalho não só resgata a história de Copacabana, como busca inspirar os moradores a buscar uma melhor qualidade de vida através da apreciação do que era não só o bairro como toda a cidade, uma cidade mais humana, com menos concentyração popular e com menos influências do populismo e do socialismo moreno.
      Por isso esse site patrocinou, intelectualmente, movimentos como a abertura da Rua Raimundo Correia, que estava em franca decadência com a ausência de movimento de passagem, fechamento esse que causou a mudança de tradicionais lojas como a Nuance, que desisitiu de esperar a reabertura da via, e vai embora quando conseguimos ganhar a luta. Participei junto com um grande amigo do levantamento rua por rua das árvores que eram necessárias para um conjunto arbóreo nescessário, chegando ao número de mais de mil árvores a serem plantadas, sendo o relatório, de mais de 100 folhas, entregues a FPJ há mais de 5 anos. Berramos contra o fim do parque Peter Pan, pois sei que o terreno foi praticamente doado para a City Improvements pela Cia de Construções Civis para a construção do 6 distrito de esgotos em 1906.
      Fomos contra brinquedos na park-way da Praça Vereador Rocha Leão (meu bisavô), que desde a duplicação do túnel velho infelizmente deixou de ter as qualidades de uma praça, que causou o atropelamento de duas pessoas e como medida paliativa um festival de quebra-molas, inclusive na saída do túnel. Somos contra os camelôs, o comércio que não agrega, o uso ostensivo da praia para eventos colossais que causam desgastes ao urbanismo, a help, os escultores de areia que fomentam o turismo sexual fazendo gringos nórdicos e bundas submissas, o abandono da iluminação histórica da Av. Atlântica, e por aí vai

      1. Prezado André Decourt,
        Não imaginei como o tempo passa tão rápido, após os longos 4 anos em que me comuniquei com você através deste site.
        Para uma pessoa que se diz: “buscar uma melhor qualidade de vida através da apreciação do que era não só o bairro como toda a cidade, uma cidade mais humana, com menos concentração popular e com menos influências do populismo e do socialismo moreno”, vejo como uma pessoa um tanto desinformada em relação a verdadeira história e começo da destruição do antigo areal.
        Não foi só o populismo e do socialismo moreno que degradou o bairro. Se você fizer um levantamento histórico desde a inauguração do bairro em 1892 a partir da abertura do túnel Velho, em que surge um modelo de ideologia que vigora até hoje, a ideologia de que o estilo de vida moderno era a residência a beira mar. Devido a esse fator, a Companhia do Jardim Botânico estendeu suas linhas de bonde até Copacabana, que na época era um local distante do centro da cidade, um areal entre mar e morros.
        A Companhia do Jardim Botânico era uma empresa formada através de uma aliança de interesses centrados na valorização fundiária e imobiliária, os acionistas dessa empresa eram proprietários de terras em Copacabana, vários bancos como o Luso-Brasileiro faziam parte dessa aliança, pode-se dizer que era a elite local formando uma aliança em prol de si. Fica clara a vontade de transformar um local de difícil acesso, em um local para se ter casa de veraneio. Não era só um bairro, uma praia carioca. Era um estilo de vida, rico, sofisticado. Em que muitos deles eram fazendeiros, estrangeiros e políticos. E por conseguinte, estas pessoas não tiveram compromisso com o bairro de Copacabana porque não eram residentes fixos, a não ser os pescadores.
        O que se deu a primeira fama, é que se conta que, no começo do século, quando já se chegava mais facilmente a Copacabana, era moda assistir à Missa do Galo na pitoresca Igrejinha. E dessa mesma gente, não poucos, eram aqueles que, depois de ficar bem com Deus, iam beber e dançar no “Mère Louise”, um restaurante-bar que funcionava dia e noite, e previdentemente, tinha uns aposentos para “descanso” dos casais que se sentissem afrontados pela maresia.
        A Pedra de Inhangá é arrasada que separava Leme de Copacabana. A igrejinha é derrubada para dar lugar ao Forte de Copacabana e como não podia faltar e, no período de pouco menos de 30 anos as casas de veraneio, os palacetes e as mansões foram arrasadas para dar lugar aos espigões.
        A memória da destruição está na raiva da famosa crônica de Rubem Braga, Ai de ti, Copacabana, anunciando a destruição da praia e do bairro.
        Voltemos ao populismo e ao socialismo moreno. Conta-se que o governador Leonel Brizola quando venceu o seu primeiro pleito para governar o Rio de Janeiro, comemorou a vitória em seu apartamento na Av. Atlântica, e lá pelas três da manhã, levantou o copo, talvez fosse champanhe, uísque ou quem sabe, um chimarrão, e bradou em alto tom numa Copacabana adormecida, que destruiria o bairro de Copacabana por ser um reduto de classe média lacerdista. Presentes ao profético evento, Marcelo de Alencar, Garotinho e Cesar Maia, e todo os socialistas morenos que vieram a ser os seus herdeiros políticos que continuaram com as suas sagas de destruição.
        Lamentavelmente, o que eu tenho a te dizer, é que você fazendo parte de um movimento, e que me parece que no alto de sua verdade, na destruição de um pequeno largo, como a Rua Raimundo Correa, foi uma vitória amarga de vocês e uma derrota traidora da pessoa que lhe fala. O processo da abertura se deu na traição do jornaleiro que tem a grande banca atravessando quase todo o limite da calçada. Por três anos o Ministério Público do Meio Ambiente segurou o processo por não achar o motivo de sua abertura, apesar de toda a argumentação dos tais “líderes” e de meia dúzias de moradores. Quanto da última audiência com a promotora a carga de pressão em cima dela era muito grande em que uma delas foi a ameaça de um vereador com relação a Constituição. E outra, um Juiz deu a liminar ao jornaleiro para que ficasse no local, mas através de muitas ameaças dessas lideranças e de um assessor parlamentar desse vereador, em relação a retirada de sua banca, o jornaleiro medroso acabou cedendo a pressão.
        E assim, se deu a derrubada de oito árvores, um gasto do erário público, e que acabou que mesmo com a abertura da Raimundo Correa ficou tudo na mesma, até pior. A poluição dos carros entrando nas janelas e o congestionamento em fila dupla de caminhões e de carros. Os mendigos continuam lá. O alagamento pelas águas da chuva, e assim por diante.
        E agora te pergunto quando você diz buscar uma melhor qualidade de vida, uma cidade mais humana, com menos concentração popular e com menos influências do populismo e do socialismo moreno. Pois a sua retórica não é verdadeira. Qual foi a busca da qualidade de vida e uma cidade mais humana? Nenhuma. Qual o sentido de ter menos influência do populismo e do socialismo moreno? Nenhuma. Já que você se aliou ao Movimento da abertura de uma rua que teve na linha de frente um vereador que fazia parte do governo de um herdeiro populista e do socialismo moreno.
        Só o que nos resta, é isso mesmo, olhar “através da apreciação do que era não só o bairro como toda a cidade”.

        1. E antes que me esqueça, sobre o seu argumento em relação ao fechamento da Rua Raimundo Correia.
          O bairro de Copacabana ao longo dos anos, a partir do tal socialismo moreno, no começo da década de 80 do século XX, popularizou, se tornando um bairro populesco. A saída da NUANCE não se deu pela questão do fechamento da rua Raimundo Correia. E sim, pela pauperização dos senhores moradores e da população flutuante. Assim, como se deram, os fechamentos dos grandes comércios que atendiam a essa tal classe média lacerdista, como a Casa Sloper, a Hermany, a Ducal, Confeitaria Colombo, Bazar 606, Segadaes, Helio Barki, a Bonita, Petit Ballet, Barbosa Freitas e muitas outras por não ter mais clientes a altura dos seus estabelecimentos comerciais.

        2. A senhora continua batendo num ponto que está sepultado, enterrado, comido pelos vermes e desintegrado….. A RUA ESTÁ ABERTA HÁ 4 ANOS, E O QUE A SENHORA FALA NÃO CORRESPONDE OS FATOS, CONTINUA ALIENADA A ELES QUE ESTÃO MAIS QUE CONSUMADOS.
          A rua melhorou muito, o comércio está renascendo, a banca continua lá, na frente da única livraria do bairro, há uma padaria de luxo movimentadíssima, um café arrumadinho, a loja de moda íntima triplicou a sua loja, há outra de roupa de cama e banho, restaurentes etc….. Lembro que houve um abaixo assinado subscrito pelos moradores da rua, que desejavam que ela voltasse a vida do bairro, e não do que deveria ser por alguém que residia no Leme, fui a Audiência Pública no auditório do MP e o que a senhora viu só a senhora viu, um membro do MP acuado dentro de seu próprio prédio…
          Lembro que fila dupla de caminhões existia antes, quando a rua tinha virado um grande bolsão de carga e descarga com dezenas de caminhões atochados que para fazer manobra entravam calçada a dentro, fora os mendigos e o comércio fechado.
          Aliás a senhora saia de seus devaneios e perceba mais a rua ( não só esta mas todas), mais o ambiente, e menos o interior de sua cachola. O mais surreal voltar aqui CINCO ANOS DEPOIS do assunto estar resolvido para deitar falação…..para mim isso é falta de opiáceos e assemelhados….. FRANCAMENTE !!!!!!
          O pior é que a senhora, presidente de uma associação que parece mais o dial de um elevador subindo, numa analogia aos posto os quais diz que representa ainda é ouvida por desinformados….por fim….PASSAR BEM !

  5. Essa é uma fotografia especial para mim, por ter sido o último morador do número 270, parte da direita da casa dupla que aparece ao centro da primeira foto. A casa que aparece por completo mais à direita da foto, foi residência de Procópio Ferreira e Bibi Ferreira. Logo à esquerda vemos a casa em estilo norueguês construída pelo Sr. Benedito, cujo interior era todo em mármore. Convidado a participar do governo Washington Luis, ele nunca a habitou pois mudou-se para São Paulo. Em seguida as casas da família Moreira, nos números 270, 272 e 274, todas construídas pela mesma empresa. Os números 270 e 272 embora pareçam uma casa única eram na realidade 2 casas simétricas e independentes. A casa 274, mais estreita, foi inicialmente a residência de meu bisavô.
    Havia um desnível entre as casas e o terrenos do Bairro Peixoto, que ficavam mais abaixo.Logo atrás das casas, corria um rio que terminava na rua Tonelero.

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