Teremos um post duplo com o Saudades do Rio “o clone”, onde é mostrado os Trolleys da Guanabara e um pequeno resumo do que era esperado do sistema que Trolleys que estava sendo implantado http://fotolog.terra.com.br/sdorio:1502
Na nossa foto de hoje vemos o primeiro Trolley feito no Brasil, pela Grassi, sendo apresentado ao presidente JK e ao prefeito do DF, pela companhia.
Para demonstrar a eficiência do produto o ônibus veio rodando de São Paulo até a então capital da república. Para essa empreitada ser possível, o ônibus trazia a reboque um grande grupo gerador que energizava seus suspensórios, dando então potência ao veículo. E assim também ele rodou pelo rio em inúmeras demonstrações.
A Grassi planejava vender à cidade do Rio vários veículos para a eminente substituição dos bondes, no qual o contrato de concessão com a Light estava nos extertores.
Mas por alguma daquelas famosas decisões políticas, sem grandes embasamentos técnicos, a cidade do Rio de Janeiro acabou comprando Trolleys italianos, escolha essa que possívelmente provocou o rápido sucateamento do sistema, principalmente após os fortíssimos temporais de 1966 onde muitos ônibus foram danificados pela forte enchente.
Agradecemos ao amigo Carlos Ponce de Leon de Paiva o envio desta imagem.
O fato e, obviamente, a foto são novidades para mim. E eu já era gente na época! Quer dizer: mais ou menos gente – 16 anos!
O mais curioso desta foto é o trolleybus (obs: ônibus elétrico para cariocas e trólebus para paulistas) rebocar o seu próprio gerador de energia elétrica. Naturalmente a Grassi, fabricante da crroceria e do chassi, e a Villares, fabricante dos componentes elétricos, queriam mostrar a robustez de seu produto. O GRASSI-VILLARES veio de sua fábrica em S.Paulo pela Dutra!
Como foi dito pretendia a GRASSI vender unidades de um trolley nacional para o Distrito Federal que iria extinguir os Bondes da Zona Sul. A lógica era mostrar o Trolley nacional para o presidente que instalou a indústria automobilísitica em nosso país! Ledo Ivo engano, os auxiliares de JK preferiram comprar ônibus elétricos na Itália.
A já então tradicional GRASSI fabricou não mais do que umas 20 unidades deste imponente ônibus (para S.Paulo e Araraquara) e literalmente “largou os cabos” e continuou encarroçando ônibus Diesel até a década de 70. A Villares continuou a fornecer equipamento elétrico para vários projetos de ônibus elétricos nacionais.
A Prefeitura do Distrito Federal acabou fazendo uma encomenda de ônibus elétricos na Itália. Talvez a maior frota de ônibus NOVOS que tenha sido comprada em nosso país em uma única encomenda (os famosos 200 ônibus). Na mesma época os italianos também venderam este modelo de ônibus para Rosário (RA), Montevidéu (UY) e para as cidades brasileiras de Santos e Salvador.
Os imponentes trolley GRASSI rodaram em linhas da CMTC (SP) e da CTA (Araraquara) por mais de 30 anos. Os ônibus comprados pela PDF e postos em operação já com o Estado da Guanabara de 1962 até (precariamente) 1971. Pode até ser que o comentarista seja prolixo, mas esta foto ‘fala’ muito!
Confesso que fui um admirador de primeira hora dos ônibus elétricos italianos. Passaram a ser minha condução predileta para ir ao colégio, da Lagoa a Botafogo, ida e volta, com conforto, silêncio, segurança. Era algo assim como o metrô do Rio nos seus primeiros tempos.
Lembro que havia dois pontos junto à Favela da Catacumba, logo após o meu embarque entre a Montenegro e a Gastão Bahiana, e nunca houve qualquer problema de segurança ou qualquer outro.
Como sempre, quando é oferecido um serviço de qualidade, todos respeitam.
Como a manutenção claudicou, começaram os problemas com os freios, com os “chifres”, com as janelas, etc.
Os brasileiros duraram 30 anos e os importados menos de 10. Compraram gato por lebre ou a comissão foi “gorda”.
Segunda, na audiência do plano diretor, teve um que manifestou-se contra o BRT por emitir carbono… Corretamente, diga-se de passagem. O BRT se instalado elétrico, poderia não emitir carbono. Mas do ponto de vista do trânsito seria a mesma porcaria, já defasado até em Curitiba. Ainda mais, uma linha inútil como a T5 onde a demanda é de metrô. E a finalidade de ligar transversalmente as linhas ferroviárias é atribuída a uma linha de ônibus. Mas se pelo menos nos corredores, como as faixas exclusivas da Avenida Brasil esses chifrudos fossem usados, nossos pulmões agradeceriam. E quem sabe, aquelas palmeiras que tentaram colocar no canteiro central vingariam? A boa é que esses ainda são menos barulhentos. Isso comparando os elétricos de hoje aos diesel de hoje.
Será que o grande problema seria o poder público ser o fornecedor das catenárias e tanto as empresas quanto os atuais representantes do poder público terem a postura de funcionamento separado? Ou seja, paga aqueles impostos, circula sem grande fiscalização e deixa tudo isso quieto?
E ficamos parados, esperando… E parados ao invés de andando. Quando não damos largos passos atrás…
O mais risível nessa audiência foi o catedrático da PUC achando que se resolve o problema dessa cidade com bicicletas. Bicicleta é mais um personagem no sistema, mas não somos uma cidade média européia, mais sim uma megalópole sulamericana, precisamos de transporte sobre trilhos.
Esses Catedráticos vivem num mundo à parte. Só dando uma coça.
Não foram esses “catedráticos” que deram um nó no trânsito em Petrópolis ?
Ops, perdão, acho que me enganei.
Caro Andre Decourt e amigos, gostaria de lembrar ao interessados pelo transporte de passageiros no Rio de Janeiro que a decisão do nosso governador no sentido de DEIXAR DE CONSTRUIR um parte IMPORTANTE da Linha 2 do METRÔ (amplamente estudada e planejada), tem um peso NEGATIVO muito maior do que qualquer outra medida que se faça pelo transporte.
Ou seja, a decisão de NÃO construir a Linha 2 do Metrô passa a ser um problema de transporte público a ser contornado.
Paulo sempre batemos nessa tecla aqui. Aliás sabe como se chamará a nova estação desse absurdo chamado linha 1-A, Estação Leonel Brizola, acho nunca nada foi tão bem batizado !
Achei um absurdo sacaram o nome do defunto. Vai que o espírito resolve assombrar por aqui ?
Caro Andre Decourt, não sabia desta sua informação! Mas está sob medida a escolha do nome do nosso ex-governador Leonel Brizola para a nova estação do METRÔ. Pois foi Brizola que SEMPRE atacou o METRÔ e fez tudo para que ele NÃO progredisse! Concordo, nunca uma estação do METRÔ foi tão bem batizada!
É uma pena que Cabral não tivesse acesso a nenhuma voz que mostrasse a ele que o que estão fazendo é criar um gargalo para o METRÔ! Saudações.
O grande perigo da Linha 1-a é que num primeiro momento ela realmente deve surtir efeito. O Cabral ainda vai ficar bem na fita e deixar a bomba pra explodir mais tarde.
Toda iniciativa em relação ao transporte público no Rio sempre tem o objetivo de perpetuar o domínio da máfia dos ônibus. Eles são os verdadeiros vilões da cidade desde que o transporte por ônibus foi organizado no início dos anos 60.
O mico dos trólebus, o emperramento do metrô, o insucesso de todas as tentativas de ordenamento dos ônibus, a bagunça das vans, tudo isso pode ser atribuído ao poder deles.
Rafael,
só um comentário: muitos desses empresários, donos das empresas de ônibus, começaram como as vans hoje, fazendo lotação! Estão provando do próprio veneno!
abraços
Eles foram os predadores do sistema organizado, agora são predados por causa de seu cartel
Recentemte o Flávio Gomes fez uma matéria no Museu de Transportes de São Paulo onde um desses ônibus foi rpeservado, e ele contou essa história da vinda para o Rio com o grupo gerador montado no reboque, de repente você podia mandar essa foto pra ele colocar na seção “bus Stop” que tem no blog, acho que ele vai gostar.