Enseada de Botafogo, primeira metade da década de 30

O amigo Carlos Ponce de Leon, mandou uma das imagens “mosca branca”  da Life, aquelas que só aparecem para uns poucos, e como de costume é fantástica!
Aparenta ser uma fotografia e não um postal, tirada na primeira metade da década de 30, como podemos observar por vários detalhes, que poderão ser vistos, em tamanho grande, clicando na imagem.
No extremo esquerdo da foto, a meia altura vemos a Casa Martinelli, com sua fina torre  neo-gótica, num dos devaneios maravilhosos de Virzi, no topo mo morro da Viúva obervamos a construção do reservatório, feito ainda no Império, que está lá até hoje, escondido pelo paredão de prédios e desativado pela CEDAE, sua atual proprietária. Ao rés do chão vemos o início do processo de verticalização das avenidas Oswaldo Cruz e Ruy Barbosa, com destaque para a fachada curva do Ed. Vifer, que está nos dias de hoje em processo de recuperação.
Outro prédio, na parte esquerda inferior da imagem, sobe, possivelmente se tratando do edifício Paropeba, que se encontra até hoje na esquina da Rua Marques de Abrantes com a Praia de Botafoto, e que fica no exato lugar da residência de Carlota Joaquina, a primeira moradora nobre do bairro. No meio da imagem temos uma das melhores surpresas, os fundos da antiga Embaixada da Argentina, com um grande jardim de inverno, uma bay window, com toldos e uma pequena varanda. O renque de palmeiras imperiais também se faz notar, com grande classe.
A Urca já está bem ocupada, mas sem nenhuma construção se destacando, talvez os pequenos prédios de inspiração déco que existem no bairro ainda não tivessem sido levantados.
Mas o melhor indicador para datarmos a foto está na Praia Vermelha. Ela ainda está fechada pelo prédio do Terceiro RI, antigo Pavilhão das Indústrias da Expo de 1908. O prédio aparenta estar intácto, sem os danos do bombardeio do governo na Intentona Comunista de 1935.