Transposição de draga para o canal da Lagoa, 1921

Vários dos tipos sociais que sempre caracterizaram uma cidade tão impar como o Rio são vistos aqui, engenheiros da PDF, marinheiros, trabalhadores braçais, curiosos com ou sem outras coisas para fazer (notem a última pessoa à direita da foto fumando seu cachimbo, certamente pertencente a esse grupo) e crianças acompanham no longínquo ano de 1921 os trabalhos de transposição da draga do mar de Ipanema para dentro da Lagoa Rodrigo de Freitas.
A administração era a de Carlos Sampaio e a Lagoa tinha chegado a um estágio de completa putrefação, o canal se encontrava bloqueado, pois a ponte construída nos anos 10 unindo as avenidas Vieira Souto e Delfim Moreira era muito estreita. As águas que escoavam dos rios das fraldas do Corcovado como os dos Macacos e da Gávea  não tinham para onde ir, aumentando o nível das águas e o pior deixando a água completamente doce.
O engenheiro Saturnino de Brito chegou à conclusão que a Lagoa para sobreviver, deveria ter sua água o mais salobra possível, pois só assim se combateria o lodo, e as mortandades de peixes, que existem desde que se tem notícia.
Deveriam ser construídos dois canais um de comunicação com o mar, o hoje canal do Jardim de Alah, e outro para conduzir o excesso de água doce e também pluviais para o mar, o hoje canal da Visconde de Albuquerque .
Além do mais as margens da Lagoa na área da restinga, hoje Ipanema, e Cantagalo/Catacumba deveriam ter suas margens regularizadas para evitar o avanço de sedimentos para dentro do espelho d’água , sendo para isso construído um enrocamento e que deu origem a Av. Epitácio Pessoa, na época com 30 metros de largura total, com duas pistas de rolamento com caixa de 7 metros, refúgio central arborizado de 8 metros, e passeios laterais de 4 metros cada, hoje pelos sucessivos alargamentos das pistas e modificações dos PA’s essas medidas estão completamente diferentes.
Foto de Malta