Essa é a casa do barão Smith de Vasconcelos, construída em 1915 na Av. Atlântica que dominava o “skyline” do bairro antes do Copacabana Palace ser construído, pois sua torre chegava a 30 metros de altura ou um prédio de 10 andares .
Tinha o apelido de “máquina de escrever” pela sua curiosa forma do telhado, com paredes externas ocres e janelas azuis, possuía um forte efeito cromático, e foi junto com o prédio do Elixir Nogueira construído no mesmo ano uma das obras mais marcantes do arquiteto Antônio Virzi .
Com formas que misturavam estilos, que iam do Art Noveu ao Medieval, a casa foi um marco de Copacabana, ficava no número 680 da Av. Atlântica entre a Santa Clara e a Constante Ramos.
Resistiu bravamente a especulação dos anos 40 e 50, mas tombou em 1964, no início da guerra suja das construtoras, que passaram a demolir verdadeiras obras de arte em plena ditadura, onde a grita era praticamente zero, nessa época uma por uma as obras do grande arquiteto, como o Solar Monjope na rua Jardim Botânico, o Elixir Nogueira na rua Glória com Cândido Mendes , o Palacete Martinelli na Av. Oswaldo Cruz…. em nossa cidade hoje só sobram quatro construções do arquiteto, a Casa Villiot na rua Sá Ferreira 80, o Villino Silveira no Russel, a igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes na Av. 28 de Setembro 200 e um Galpão no Catumbi na rua Aníbal Benévolo 315 na última vez visto por este fotologger em péssimo estado .
Foto e informações construtivas obtidas na revista da FAU-UFRJ V.7 1989
Comments (21)
Eu me lembro do Palacete Martinelli e das belas estatuas que existiam no jardim. A que eu mais gostava era de um pensador. Este teu flog me faz voltar no tempo e nas lembranças…
Onde hoje existe o Hotel Marriot (Av. Atlântica próximo à Rua Santa Clara) existia um castelo de pedras muito bonito e que também foi impiedosamente colocado abaixo. Se fosse em Paris eu duvido que se demolissem, em nome da especulação imobiliária, estas obras de arte ao ar livre.
Olha André, depois que demoliram o Palácio Monroe, durante a ditadura, simplesmente porque ele trazia à lembrança um período de liberdade política que deveria ser esquecido, eu deixei de acreditar na bondade humana. A desculpa da época foi a de que ele estava no caminho dos trilhos do metrô. Mais tarde, já demolido, ficou claro que a demolição fôra desnecessária. Hoje existe no local um majestoso estacionamento…
http://www.fotonadia.art.br/monroe/hist/
`Vem, ó velho Malta
saca-me uma foto
pulvicinza efialta
desse pouso ignoto.
Junta-lhe uns quiosques
mil e novecentos,
nem iaras nem bosques
mas pobres piolhentos.
Põe como legenda
Queijo Itatiaia
e o mais que compreenda
condição lacaia.
Que estas vias feias
muito mais que sujas
são tortas cadeias
conchas caramujas
do burro sem rabo
servo que se ignora
e de pobre diabo
dentro, fome fora.
Velho Malta, please,
bate-me outra chapa:
hotel de marquise
maior que o rio Apa.
Lá do assento etéreo,
Malta, sub-reptício
inda não te fere o
super edifício
que deste chão surge?
Dá-me seu retrato
futuro, pois urge
Fragmento de `A um hotel em demolição` de DRUMOND DE ANDRADE, Carlos. Lição de coisas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1962. In: FOTOGRAFIA: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Maria Inez Turazzi, organizadora. Brasília, IPHAB, 1998. n.27. p. 44-5.)
se fosse o poema de 1952 certamente seria sobre o hotel Londres que ficava ao lado dessa casa, mas como é de 1962, fica a pergunta de qual hotel Drumond se lamentava
Já onde fica o Marriot era o castelinho da Veplan, quando eu era criança eu adorava ver o chafariz que tinha no jardim
putz, escrevi pra dedéu e a conexão caiu… bem, voltei pra checar se tinha dado tempo,não deu… mas eu gosto das fotos, só não gosto do que foi feito deses prédios…
PS- o telhado parece mesmo uma máquina de escrever… a minha Royal por exemplo…
Uau!
Gente, por que não fazemos o nosso encontro de amanhã na exposição dos fotojornalistas que mostraram no programa Rio Maravilha?
Ao invés do Picnic que foi cancelado, seria um ótimo lugar para o novo encontro. Mesmo que em cima da hora!
O que vocês acham?
É no CCBB, ali no Centro!
Inimaginável essa construção hoje em dia.
Este flog é maravilhoso! Belo e triste olhar para obras que deveriam ser reconstruídas novamente em seu lugar de origem.Uma utopía…
O poder da fotografia em parar o tempo,nos faz navegar na vastidão da memória.
Nossa! A casa é completamente surreal! E aquela torre arredondada??!!
:Clube do AltoLapa – http://www.altolapa.com.br
Esta mesma família, dona desta casa fantástica, foi a responsavel pela construção de um castelo em Itaipava – Petrópolis, igualmente fantástico, que ainda resiste até hoje apesar do crescimento daquela região.
JRO :-))
É mesmo uma salada de estilos. Gostei das cores: ao sol devia ser uma visão, considerando-se que a Atlantica na época era um areal. Mas, à noite, não dormiria aí, parece mal assombrada!
Impressionante. A foto e as informações.
UAU, moro na mesma rua da igreja Nossa Senhora de Lourdes (28 de Setembro), passo por ela sempre e não sabia dessa curiosidade. Interessante, adorei!!!
Uma das casas mais lindas que eu já vi. Imagino como deveria ser bom morar lá.
Imagino também a alegria de quem pôde passar a infância nessa casa. Muitas brincadeiras, escadarias, esconderijos, lugares secretos, quantas aventuras em cada quarto e cada sala!
Mais de um post por dia? Vai gastar essa relíquia de arquivo, queridão.
Abraço grande