Projeto para a superfície da Estação Carioca início dos anos 70


Nossa imagem de hoje mostra um desenho do que seria a superfície da estação Carioca do Metrô, quando as obras, iniciadas naquele período terminassem.
Para um desavisado tudo pareceria igual a hoje, mas no transcorrer das obras, que se arrastaram bem mais do planejado, diversas alterações foram realizadas. A primeira diferença é que já na reurbanização da área tanto o Largo da Carioca, como ruas próximas como a Uruguaiana, Gonçalves Dias, 13 de Maio foram transformadas em calçadões de pedestres e o tráfego nunca passou da maneira imaginada no croqui, essa alteração também eliminou a rampa de veículos que subiria quase repetindo o velho traçado da Ladeira de Santo Antônio e que daria acesso ao convento e talvez ao prédio sede do BNDES que se encontrava no início de seu planejamento.
Outros dois diferenciais são os acessos para essa parte  da estação, o acesso que vemos em primeiro plano nunca existiu e mesmo se procurando por de dentro do Mezanino as alterações foram tão profundas que simplesmente é inimaginável como esse aceso se articularia por de dentro da estação, pode-se perguntar se essa acesso não era uma variante ao que existe hoje na Rua Bittencourt Silva, mas não este também estava previsto, como mais um na Av. Alm Barroso ao lado do prédio da Caixa.
Já o outro acesso no início da Av. Chile estava disposto de maneira diversa e descia rumo ao mezanino por rampa e não na atual e desconfortável escadaria, o que faz todo o sentido se pensarmos que talvez existiria uma  articulação com a rampa de saída da plataforma sentido Norte-Sul da Linha 1 bem como das plataformas lacradas da Linha 2 e da galeria comercial, hoje sub-utilizada. Possivelmente o causador desta alteração foi a mudança do acesso para carros do BNDES e Convento, do Largo para a Av. Chile, que retirou o espaço para se fazer a rampa.
Junto às escadarias de acesso ao Convento percebemos outra entrada, que foi implantada, mas de forma totalmente diversa, e possivelmente seria dedicada prioritariamente a Linha 2, pois desce ao nível das plataformas e não do mezanino. Até mesmo a escadaria para o convento se modificou.
Percebemos também que não há chafariz, nem lago, as grandes vigas que disfarçam as aberturas de ventilação do teto da estação terminavam num jardim, e não no lago alimentado pelo chafariz localizado na praça acima.
Por fim vemos já em direção a Rua da Carioca um conjunto de prédios baixos, não sei se seriam do convento (estranho pois a área foi desapropriada) ou era ali imaginado a construção do Teatro de Arena da Guanabara, que ocupava a superfície do Largo e foi demolido para a construção da estação.
 

5 comentários em “Projeto para a superfície da Estação Carioca início dos anos 70”

  1. O metrô nunca foi o que deveria ter sido. Grande oportunidade foi perdida por sucessivas administrações.

  2. O Metrô do Rio foi, inaugurado em 1979, nunca primou pela objetividade do traçado nem pela racionalidade das linhas. Muita gente querendo se “apropriar” dos recursos normalmente destinados às obras. O “calvário” da linha 2 foi um exemplo disso.

  3. O desenho é como seria visto de uma janela do ed. Avenida Central? Nesse caso a rua em primeiro plano seria a continuação da Gonçalves Dias, que não foi aberta, certo?

  4. Esse herança cultural maldita que herdamos de certos povos, é a tônica para o que sempre isso aqui foi.
    Hoje, chegamos ao cumulo de vermos certa categoria pública brincando de Guerra nas Estrelas em um de seus “Forte Apaches”.
    A fase mais inteligente que já ouvi na minha vida foi a proferida por Charles De Gaulle em 1965: “O Brasil não é um país sério”.

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