Projeto de urbanização e uso do solo da Esplanada de Sto. Antônio – 1968

Como falamos no post passado depois de indas e vindas na arrastada demolição do Morro de  Santo Antônio que se delongou do início dos anos 50 até o fim dos 60, o governo do EGB finalmente apresentava o que julgava definitivo, norteando-se pela abertura as pressas da Av. Chile em 1959 e o início da construção da nova catedral anos após.

Primeiro era necessário corrigir a pressa da abertura da Av. Chile, feita nos estertores do Rio como capital federal, onde JK ao tempo que torrava dinheiro e material humano da PDF para construção da cidade que levou a velha capital a uma decadência sem volta apresentava poucos e quase sempre trôpegos projetos urbanísticos para o Rio, quase todos viários. Um deles foi a Av. Chile aberta do “jeito que deu” nos entulhos do velho morro, de maneira que impediria a passagem da Av. Norte-Sul, imaginada ainda nos anos 40, pois isso a via seria rebaixada, ao nível da Av. Alm Barroso e do Largo da Carioca.
Após isso,  o que fazer com a enorme área residual nas antigas fraldas do morro, pois a Av. Chile já se encontrava destinada por entre ruínas dos imóveis das Ruas do Senado, Lavradio, Pedro I, dos Arcos e Beco da Carioca  com áreas já destinadas a Universidade do Brasil e grandes empresas governamentais que a exemplo da Petrobrás já começavam as obras de suas novas sedes.

 

O plano previa, o aproveitamento máximo dessa área lindeira, ao contrário do imaginado por Reidy nos anos 40, com a construção de vários espigões, inclusive suprimindo os dois primeiros quarteirões da Av. Mem de Sá, para a construção de uma praça ( só em parte realizado) a mudança de eixo da Rua dos Arcos ( tb não executado) a demolição do QG da PM a construção de 4 enormes torres ( algo tentado pela máfia que governou este estado e cidade a coisa de uns 3 anos no oba-oba olímpico) , pelo menos 9 grandes prédios na Rua do Lavradio, do meio do atual quarteirão entre a Mem de Sá e a Arcos até a esquina da Rua do Senado, que também entre a Lavradio e Pedro I seria varrida do mapa, junto com os restos das abas do morro, chegando até um novo trecho da Silva Jardim.
O plano ainda deixava marotamente um enorme área entre o Passeio e os Arcos com uma representação dúbia na maquete, pois com o velho quarteirão triangular demolido agregava um enorme valor fundiário.
Desse plano mirabolante, pouco se implantou como os prédios da Telerj  (hoje OI) e o Metropolitan na Lavradio e a construção de uma grande subestação da Light na Rua do Senado, de resto só terrenos baldios e a decadência de uma região enorme foram os resultados imediatos.
 

6 comentários em “Projeto de urbanização e uso do solo da Esplanada de Sto. Antônio – 1968”

  1. Boa tarde a todos.
    André, e o pior é que fica no ar uma estranha sensação de que o RJ é o lugar mais odiado do Brasil não somente por quem é daqui, mas principalmente por outros Estados da Federação.
    Realmente, depois que o “belo plano” de se criar uma cidade nos confins do país foi levado adiante, em uma nação esta que esqueceu de fazer a sua devida “marcha para o oeste”, o RJ começou paulatinamente a ir para o buraco, ao ponto de se você ligar da televisão e assistir a qualquer grande telejornal, verás de que qualquer desgraça que seja que for no RJ, será logo a primeira notícia a ser dada, porém, se for algo de bom a noticiar, será uma das ultimas coisas feitas.
    Eu não sei se realmente a Capital Federal tivesse continuado aqui, se teríamos chegado a decadência econômica, moral, cultural, social em que chegamos ou então se tudo teria sido diferente.
    Uma coisa é bem verdade e precisa ser dita: Muitos estão batendo palma e rindo a toa a situação o qual o RJ chegou.

  2. Juscelino foi o artífice da decadência do Rio de Janeiro. Corrupto, político matreiro e ardiloso, destruiu a antiga capital federal implementado a sua transferência para Brasília. A sua morte ocorrida em 1976 depois de suposto “acidente fatal” atribuído aos militares, foi um “erro crasso”, já que ocorreu com 12 anos de atraso…

  3. Com todo respeito. O Rio entrou em decadência não por ter deixado de ser capital. Detalhe, em 1891 a Primeira Constituição da República já fixava a Capital em Brasília mesmo. O que aconteceu depois, foram tanto os políticos e empresas corruptas, insistiram em manter a capital no Rio de Janeiro.
    Pode ter absoluta certeza, que os problemas na ex-capital federal foram causados pelos mesmos políticos que combateram a transferência. E provas tem aos montes. Tanto pelo absurdo valor que dizem que a capital custou. E tanto também, pela mentira de enriquecimento de JK. Se não me engano, depois da fake news do Descobrimento do BRASIL pelos portugueses, e depois do Grito da Independência, aonde cavalos estão estampados (detalhe o Brasil sequer tinha cavalos naquela época), o mesmo aconteceu com a fortuna de JK. Se repararem bem, acho se não tivesse tido a Ditadura Militar orquestrada pela direita do RJ e SP. Pode ter absoluta certeza, o Brasil, seria bem diferente do que hoje.

  4. Como carioca, tenho um comentário a fazer: acredito que a decadência do Rio de Janeiro ocorreu por diversos motivos, sendo a transferência da Capital Federal para Brasília apenas um deles.
    A cultura carioca da esperteza e malandragem certamente contou e muito para nossa decadência. Nos versos geniais de Noel Rosa, soava como engraçada, assim como em outras manifestações artísticas. O Rio de Janeiro sempre passou a ideia de esculhambação e paraíso, onde qualquer escroque de filme americano tinha o sonho de fugir, cheio da grana, para o “Rio”. Esta imagem, certamente, não veio do nada.
    Na minha opinião, a pá de cal foi jogada com a fusão da Guanabara com o medieval Estado do Rio de Janeiro.
    Quanto ao Presidente Bossa Nova, não compraria um carro dele.

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