Nossa foto de hoje mostra o ocaso da Rua dos Arcos poucos meses antes da demolição do que restava do conjunto edificado, que já vinha se arruinando desde o meio dos anos 60, com um desabamento causou a destruição de quase todos os imóveis do lado oposto da rua em março de 67 ( jornal do Brasil recorte) e o incêndio dos imóveis da esquina em 69, dos quais vemos os terrenos ocupados por entulho e ônibus e caminhões estacionados.
O imóvel vizinho, já também sem o sobrado (possivelmente demolido em 67) que ficava ao seu lado se mantinha em pé por milagre e possivelmente cairia em breve, ou sozinho ou pela mão do Governo da Guanabara, que em 1969 apresentou mais um dos vários planos para a esplanada, ocupando as áreas residuais não alinhadas com a Av. Chile, já loteadas para os prédios do BNH, BNDE e Petrobrás, bem como a Catedral.
Tal plano previa o arruinamento de todo um lado da Rua do Lavradio, da do Senado, dos dois da dos Arcos e também, a ocupação de trechos hoje vazios da Evaristo da Veiga, destruição parecida com o Plano 100 dos anos 40, mas com uma ocupação bem mais agressiva, com poucos espaços livres e a ausência de prédios institucionais e residenciais.
Ao fundo, vários dos sobrados que vemos na Lavradio não resistiram até a criação do Corredor Cultural na segunda metade dos anos 80, só sobrevivendo os dois mais a direita, e que hoje fazem parte do complexo do TRT.
A Lapa junto com o Catumbi e a Cidade Nova foram bairros que sofreram tremendamente com os desastrados projetos de expansão do Centro, gestados desde os anos 40, que chegaram no seu climax no final dos anos 60 e início dos 70.
Como sempre, planejamento falho.
A deterioração dos imóveis foi determinante para o arrasamento da região. Notório antro do submundo, da prostituição, da pederastia, e do incipiente uso de “tóxicos” {terminologia da época}, foram décadas de abandono, à exemplo do ocorrido na Cidade Nova e Catumbi. Um detalhe importante é o fato de que na época o país vivia na ditadura militar, o que de certa forma inviabilizava protestos ou passeatas visando impedir a ação do governo. Mas o dano foi irreparável. A Lapa é um vazio sem qualquer sentido. Acredito que a especulação imobiliária norteou em parte as intenções do projeto que não tem “pé nem cabeça”. Afinal “os dias eram assim”.
Aguarde terça que vem !!
Boa tarde a todos.
Francamente? Já foi tempo que eu chorava quando colocavam de uma edificação antiga assim no chão.
Hoje em dia, até dou Graças a Deus para que não vire mais um cortiço, pulgueiro, antro de miseráveis em nossa cidade.
Ou se preserva decentemente o edifício, inclusive em seu interior também, ou então se coloca no chão.
Uma coisa é bem verdade. O processo de expansão da cidade do RJ nunca deu certo mesmo. Acredito que a cidade poderia ter sido maior no sentido de se aproveitar melhor do espaço, com edificações como aquelas existentes na Avenida Rio Branco ou então em forma de arranha céus, e inclusive poderiam ter aproveitado bem da Zona Norte.
Agora, infelizmente é tarde.
Não adianta mais chorar do leite derramado.
André. Você teria fotos de um edifício que durou até a virada do século na esquina da Rua do Lavradio com a Rua Visconde do Rio Branco onde hoje é ocupado por um vazio onde ficava antes esse prédio?
E mais: Como faço para te enviar fotos caso assim você deseje?
Desde já obrigado.
Possivelmente se tenho ele aparece parcialmente misturado com outros imóveis ou de longe. Se vc quiser me mandar algo que julgue interessante pode usar o [email protected]
Abraços
Wolfgang, eu tenho duas ou três fotos onde aparece esse prédio. Fica quase em frente à DEAM. Nessa esquina, o prédio ao qual se refere aparece. Se quiser, posso enviar para você.
Agradeço Joel.
[email protected]
Na maioria dos casos imperava a especulação imobiliária pura e simples.