Essa foto mostra a incipiente Favela do Castelo, que nas ruínas da atabalhoada destruição do Bairro da Misericórdia surgiu no lugar dos antigos sobrados que ficavam nas fraldas do arrasado Morro do Castelo, vemos o traçado da velha rua, a mais antiga na várzea da cidade, delimitada pelos postes de iluminação, paralelepípedos e os trilhos da desativada linha de bonde.
As demolições nesse trecho se inciaram logo após do arruamento da esplanada com a abertura de uma comunicação entre o que seria imaginado para a Av. Alm. Barrosos e a Rua da Misericórida, certamente visando chegar ao litoral e a um imaginado túnel para Niterói. Logo após com o Plano Agache novamente se imaginou novo urbanismo, com a passagem de grandes avenidas, que iam em direção a Porta Monumental do Brasil, sepultando o bairro por todo. Com a queda da República Velha e anos depois com a criação do Plano para a Cidade do Rio de Janeiro ou Plano 100, essa região serviria de passagem para a primeira versão da Av. Perimetral e construção da nova prefeitura do DF, novamente levado em banho maria e modificado.
Nessas indas e vindas trechos do bairro iam sendo arruinados de maneira desconexa, até que nos anos 60 decidiu-se demolir praticamente tudo, desaparecendo o bairro, que por muitos anos virou apenas área para parqueamento de veículos e grande parte engolida pelo prédio do Fórum, ainda longe do monstruoso e duvidoso ( em tempos de processo eletrônico) complexo do TJ-RJ.
Com terrenos devolutos, e uma grande área esvaziada e decadente logicamente os barracos, precários, surgiram no que seria parte do leito da Av. Alm. Barroso, vemos incluside um dos refúgios duplos da primeira urbanização do Castelo, na esquerda da imagem, entre o caminhão e as árvores.
A foto foi tirada do prédio, hoje também desaparecido, do Min. da Agricultura, vemos os fundos do Museu da Imagem do Som e de outro pequeno pavilhão da Expo de 22, que ficava no Beco da Música, que foi demolido nos anos 70.
Ao fundo a sede nova do Jockey em construção, que se arrastou por anos, a praça dos Expedicionários e vários muros de arrimo que marcavam a diferença de quota da velha várzea da cidade e a nova esplanada, essa diferença praticamente desapareceu ( embora exista em mais de 4 metros de diferença) disfarçada pelo prédio do Fórum.
Pobre cidade que teve seu antigo centro histórico destruído. Pouquíssimo restou da área da Misericórdia. Enfim, era a mentalidade da época.
Era um bairro já degradado no tempo do arrasamento do morro. Vou discordar do ano da foto por vários fatores. Em alta resolução dá para ver que os trilhos de bonde já foram retirados e restam apenas as marcas de onde estavam assentados. Também não existem mais os cabos de energia elétrica nem tampouco as “andorinhas”. Outro detalhe importante é o modelos dos carros que aparecem e denotam uma época posterior. Por esses motivos eu situo a foto a partir do final de 1964 em diante. ## Quanto ao monstruoso e duvidoso prédio do T.J. realmente acho uma “excrescência moral” em razão não só do processo eletrônico bem como pelas instalações em si. Diferem muito pouco dos palácios pontifícios no Vaticano, onde adornos e portais em ouro AINDA não são encontrados no T.J do Rio de Janeiro. Embora constitucionalmente prevaleça a existência de “poderes harmônicos”, a prática é bem diferente.
Os trilhos estão, lá, como estão ainda por toda a cidade sepultados por debaixo do asfalto. A linha tinha sido desativada, por isso não há mais os cabos, pois foi interrompida na altura da igreja de S. José. Nessa época o bonde vinha somente pela 7 de Setembro e passava pela antiga orla e contornando a Santa Luzia.
Boa tarde a todos. Talvez seja das poucas pessoas Cariocas que conheceram esta região no início dos anos 60, ainda com boa parte do bairro da Misericórdia de pé. As transformações nesta região da cidade foram bastante drásticas, porém sempre as obras foram demoradas e interrompidas, talvez só agora nas obras realizadas para as Olimpíadas as mesmas foram realizadas a jato e a toque de caixa, o projeto ficou bonito, porém a qualidade das obras horrível, visto que boa parte do piso em pedra de granito bruto sem polimento, já está quebrada devido não terem sido assentadas corretamente, sem a fixação a argamassa de cimento, deixou-as todas soltas e com a passagem de veículos as mesmas estão se quebrando dia a dia. Também a falta de impermeabilização em determinados locais, principalmente onde estão instaladas as passagens subterrâneas, as infiltrações já mancharam toda as paredes de contenção e os acabamentos superficiais, bem como nos locais onde a infiltração atingiu partes metálicas estas já se encontram corroídas pela ferrugem. E como a Prefeitura não faz manutenção, os jardins que foram plantados, hoje os que ainda sobrevivem se tornaram um verdadeiro capinzal ou chão de terra batida. Acho esta região da cidade uma das mais bonitas, e tinha tudo para ser uma área de grande atração turística, porém a incompetência da Prefeitura em fazer a sua manutenção e com a falta de educação do povo, que ao invés de preservar, é o primeiro a destruir, roubando mudas e até plantas inteiras, como vi algumas pessoas fazendo logo após o final das olimpíadas.
Boa tarde a todos.
No blog Saudades do Rio, em algum momento eu disse isso: “Carioca adora corrupção, favela, bandidagem, desordens, mendigos, drogados, e esquerdistas”.
A foto publicada hoje aqui e no texto do Decourt vem dizendo que a favela surgiu com a destruição do bairro da Misericórdia, e isso vem corroborar com o que eu havia dito antes no Saudades do Rio e agora no Rio que Passou.
Infelizmente a cultura do povo brasileiro é essa, em especial do carioca.
Não é a toa que a cada dia que passa os bairros em todo o Estado se tornaram uma verdadeira desordem urbana com favelas, cortiços, e camelôs.
O resultado está aí para todo mundo ver.
Pelo menos naquela época você poderia retirar na marra, já hoje… vá fazer isso para ver o que acontece.
E depois que “tirar na marra”, para onde essas pessoas vão? A sua empregada, o seu porteiro, o servente da escola dos seus filhos… Eles precisam morar em algum lugar… Mas na opinião de alguns tudo bem ser num cortiço – desde que longe das áreas “cartão postal” da cidade, longe da vista dos apartamentos de classe média. Tudo bem que eles tenham que acordar às cinco da manhã para estar no trabalho às nove, desde que não estraguem a ilusão de que pobres magicamente “desaparecem” assim que deixam de ser úteis.
Bom dia. Não conheci o Castelo nessa época e parece estranho essa favela.Em Niterói onde resido não existem favelas no centro da cidade. A propósito,eu observo na coluna ao lado a menção do blog Lembranças de Niterói, mas foi desativado.Saberia o motivo?
Parabéns pelo mais do que bem vindo e necessário retorno.
Niterói não tem favela no centro da cidade?
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Uma aula. 👏🏻👏🏻