Obras de reestruturação da Rua Barata Ribeiro, metade dos anos 50

Ao contrário das maquiagens feitas atualmente com nomes hiperbólicos, marketing  e péssima qualidade, obras de infraestrutura pesada atingiam ruas que já estavam urbanizadas e nos dias de hoje seriam mantidas como estavam.
Nossas duas fotos de hoje, tiradas na R. Barata Ribeiro na altura do Posto III, mais precisamente nas esquinas das Ruas Paula Freiras e República do Peru mostras as obras implementadas pela SURSAN, para troca das galerias de águas pluviais e esgoto, elevação do pavimento da rua, realinhamento de calçadas e meio-fios, além do posterior asfaltamento.

Na primeira foto, tirada na esquina da Paula Freitas, vemos os trabalhos da base para o pavimento asfáltico, feitos em tabuleiros onde eram despejados os insumos como pedra britada, saibro, betume etc….
Mais a frente vemos empilhadas no quarteirão seguinte muitas manilhas, que pelo diâmetro indicam ser para o sistema de águas pluviais, todos os prédios mostrados estão até hoje no local, inclusive o menor, quase chegando na esquina da Rua Hilário de Goveia, mas todos já com expressivas modificações, mais notadamente nas varandas e nas lojas.

A segunda foto mostra os trabalhos de asfaltamento da esquina com a Rua República do Peru, o prédio em construção são o condomínio gêmeo dos Ed.  Finúsia e D. Fátima de autoria dos Irmãos Roberto, mantendo uma de suas principais características, o uso de brises na fachada de maior insolação, além da curvatura da mesma para evitar uma maior exposição aos raios solares.
As obras na Rua Barata Ribeiro, mais precisamente nesse trecho do Leme até a Rua Siqueira Campos certamente eram necessárias pois essa via foi uma das primeiras a serem urbanizadas no bairro, antes mesmo da Av. Copacabana que no meio do anos 10, em vários de seus trechos sofreu profundas obras de levantamento de piso, pois possuia problemas com o lençol freático.
A nota triste é que praticamente todas as árvores mostradas na foto morreram nos últimos 05 anos, envenenadas por vazamentos na rede da CEG, aquela que se eximia das exposões em bueiros na nossa cidade. Quem conhecia a situação das árvores não só nesse trecho da Rua Barata Ribeoro, como em um dos lados da R. Bolivar em em trechos da R. Santa Clara, Souza Lima etc…. sabia que a companhia de capital ibérico/chileno mentia descaradamente.
Nas vias mais antigas da cidade, as tubulações de gás passam rente ao meio fio, pois nessas ruas já houve o sistema de iluminação por combustores a gás, a morte de árvores, que ficam alinhadas com as tubulações, nessas vias mais antigas é o primeiro sinal que algo vai mal no sub-solo, pois o gás vai contaminando o solo e causa a morte  de uma maneira bem peculiar, perda das folhas de maneira gradativa e distribuída e escurecimento de toda a casca da árvore.

9 comentários em “Obras de reestruturação da Rua Barata Ribeiro, metade dos anos 50”

  1. As obras como mostram as fotos , eram feitas com material
    da boa qualidade como bem explicou o Andre e os piso durava
    muitos anos. Agora é só uma manta asfáltica de péssima qualidade que não dura seis meses. Talvez por causa dos bondes o asfltamento tería que ser mehor para suportar o peso dos mesmos, com os trilhos e dormentes bem acentados.

  2. Tem que se levar em conta que o tráfego de hoje é muito maior, por melhor que possa ser o asfalto. Há várias tentativas de se usar materiais diferentes, que misturados ao asfalto normal, aumentam a vida útil do piso. Alguma solução precisa ser encontrada, nas estradas há o excesso de peso dos caminhões e nas cidades o número de veículos. Até que o horário que o serviço for executado tem de ser observado, fazer repros durante o dia, como nas fotos, causam um caos no trãnsito já problemático das grandes cidades.

  3. Talvez esse problema de horário para não afetar o transito
    caótico por falta de metro, possa ser feito a noite como aconte
    ce na cidade de Nova Iorque , das 6:00 pm até 10:00 pm, até
    acabar o serviço. Vi o asfaltamento da 5 avenida durante esse
    horário. Porque não executá-lo aqui.

  4. Quando criança acompanhei da janela de casa alguns recapeamentos da Barata Ribeiro. O cuidado com que era feito e a qualidade do asfalto sempre me pareceram bem melhor do que o modo que é feito hoje. Involuímos.

  5. …a impressão que se tem é que saiu de moda fazer as coisas bem feitas…ou melhor, primeiro o meu bolso e o resto que se dane…rss…

  6. Hoje no jornal O Dia saiu a notícia de que amanhã a prefeitura irá apresentar para a imprensa um caminhão, que, segundo ela, é capaz de fazer todas as etapas do recapeamento das ruas. Essa é uma missão para São Tomé…

    1. O pior não é o racapeamento, é o que está por debaixo e está totalmente podre. Ruas recém asfaltadas como a própria Barata Ribeiro e a Av. Copacabana estão sendo esburacadas pela CEG para a troca de tubulações que já estão podres há anos

  7. Recapeamento é “obra de fachada”, só mexe no que está visível, não se preocupa com nivelamento nem caimento de água, vai levantando cada vez mais o eixo da via criando verdadeiras ladeiras junto às calçadas e “enterrando” ralos e meios-fios.
    Em qualquer buraco que se faça, vê-se que existe uma camada de asfalto de uns 20 cm, depois da obra o buraco é enchido com concreto até a borda, deixando só “um dedo” para o asfalto novo, se muito.
    As ruas não são feitas para aguentar o peso do tráfego, debaixo dessa camadinha de “asfalto liso” existem décadas de remendos feitos sem critério, paralelepípedos e trilhos de bonde, um leito que vem do século 19. É preciso alguém com voz se levantar contra os “tapa-buracos” e os “recapeamentos”, as ruas precisam ser RECONSTRUÍDAS, seguindo critérios técnicos usados em rodovias.

  8. gostaria de publicar essas fotos antigas de construção em nossa revista. Com quem posso falar sobre os direitos e para conseguir essas fotos?
    abraços

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