Nossa foto de hoje é uma daquelas que podem ser consideradas “5 Estrelas”, pelo conjunção do fantástico ângulo, beleza plástica e momento histórico, mostrando elementos urbanos em transformação e outros que não mais existem.
Acredito que a foto foi tirada de algum helicóptero ou avião no final dos anos 50, onde a moderna cidade começava a se impor sobre a da Belle Èpoque e do entre guerras.
O que domina a imagem é o desmonte do Morro de Santo Antônio que cria um grande vazio do lado direito da foto, vemos que o processo tinha destruído o seu centro, mas várias abas ainda estavam íntegras como no final dos Arcos, na encosta do Largo da Carioca, por de trás do QG da PM e lá no fundo junto da Rua do Lavradio, acredito que também pelos lados da Rua Pedro I, fora do campo fotografado, também tínhamos a aba intácta.
A Lapa também estava íntegra, os Arcos ainda estão inseridos dentro do seu conjunto urbano original, salvo logicamente as intervenções do período Passos e dos anos 30, notamos as duas arcadas duplas abertas em épocas distintas, a da rua dos Arcos e mais claramente, pela insolação a do encontro das Av. Mem de Sá e R. do Riachuelo.
No meio da imagem vemos o Quarteirão Serrador, com todos os seus prédios originais ,onde podemos notar o grande volume do Ed. Rex, como também do Hotel Serrador, na direita os dois gigantes da imagem o Ed. Municipal e o Darke de Mattos a sua época os dois maiores edifícios da cidade, ao lado do Darke vemos o primeiro prédio a respeitar o atual PA da Rua 13 de Maio, nos anos 30, com linhas retas e simples ao estilo Bauhaus, hoje demolido.
Na base da foto os telhados do Rio de Passos e também os arranha-céus déco ou modernistas da Esplanada do Castelo.
Por fim temos uma das combinações mais felizes da cidade entre o modernismo e o ecleticismo, o Palácio Pedro Ernesto e seu anexo, construído em 1949, que dialogam muito bem entre si.