Nossa imagem de hoje é do arquivo da família, e como já contado algumas vezes, faz parte dos cromos que meu pai produziu no início dos anos 70 para defender perante seus colegas da SEP-GB e da SURSAN que o desaparecimento total do tecido urbano do Catumbi e Cidade nova, bem como a requalificação viária radical eram um tremendo erro, o que criaria uma região morta, que demoraria décadas para voltar à vida, vimos que ele estava certo.
A foto mostra a cabeceira, já assentada e alinhada do concluído viaduto 31 de Março no ano de 1972, viaduto este que corta a Av. Pres. Vargas, à frente temos terra arrasada onde antes havia um quarteirão da Rua Júlio do Carmo e um denso quarteirão, ocupado por imóveis particulares e instalações da PM.
Mais a frente vemos o trecho mostrado na foto do último post, que ainda estava de pé, mas condenado à demolição com todos os imóveis já com decreto expropriatório expedido. Era esse tecido que meu pai ainda queria salvar, pelo menos uma parte, como a ambiência em torno do Chafariz do Lagarto que ficava alinhado com o renque de oitis que vemos mais ao fundo da imagem, característico da urbanização de Passos representada nessa área pela a Av. Salvador de Sá, bem como os imóveis localizados na vertente de Santa Teresa até a Rua do Catumbi, que possuia um conjunto novecentista praticamente intácto.
No canto direito vemos os fundos dos sobrados da Rua Marquês de Sapucaí, também já condenados e demolidos dos dois lados após a fábrica da Brahma.
A foto quando vista em alta mostra ainda o balizamento das novas pistas, que vai direto rumo as construções à frente, bem como as as alças de acesso já estão recebendo a base do pavimento para o viaduto operar, ainda desconectado do Túnel Santa Bárbara e do trecho rumo ao Santo Cristo, como parte da Linha Lilás.
Dominando o extremo direito da imagem temos a fábrica da Brahma em plena operação tendo sua fachada que hoje está emparedada pelos blocos de camarotes do Sambódromo.
Em breve espero substituir a imagem bem manchada por uma limpa e tratada.