Neste domingo a cidade assistirá uma grande implosão, complexa, pois além da estrutura a ir abaixo estar ao lado de uma das principais vias de entrada da cidade ela tem como vizinha a sua outra parte, unida desde a construção e somente agora tenuamente separada com a demolição de alguns vãos.
A Perna Seca, como é conhecida a ala nunca concluída do Hospital do Fundão; planejado no final dos anos 40 para ser um dos maiores da América do Sul e hospital de referência para todo o Brasil é um dos maiores absurdos em se falando de saúde pública no Brasil que agora será oportunamente eliminado por algo que se anunciava há pelo menos 10 anos. A falência estrutural, causada pelo abandono e também acelerada desde os anos 90 com o roubo de janelas, brises, esquadrias causando entrada definitiva do meio ambiente dentro da estrutura inacabada e abandonada, que provocou um processo ainda mais intenso de oxidação e de exposição das ferragens do concreto armado, nas vigas , pilares e vãos.
Se a não conclusão da ala já era um acinte, o roubo de tais elememtos dentro de uma área sob a tutela da Governo Federal é uma vergonha, como também é uma vergonha o material sair desta área, sem nenhum embaraço e ser derretido ou picotado em uma das várias favelas da região as quais o poder público também fomentou com um total abandono nas políticas públicas de habitação desde dos anos 70, agravando-se com o socialismo moreno de um certo gaúcho que desgovernou este estado por duas vezes e deixou uma farta prole política.
Demolida a parte mais podre e depois de concluído um novo prédio, que consumirá alguns milhões que poderiam estar sendo gastos de outra maneira, a outra ala, a ocupada, mas também negligenciada irá ao chão. Quem sabe daqui uns 20 anos, quando o outro prédio se dignará a ficar pronto.
Na foto vemos a conclusão do corpo principal e início da projeçãos das alas em algum ano entre 1952 e 1954, num árido fundão ainda não urbanizado, como aliás está até hoje.