Pegadinha

 

 
Hoje teremos uma pegadinha!
Onde estamos, o que vemos, existe ainda e como está ?
Resposta:
Se o Luiz deu o passe o Carlos Paiva fez o gol e o Tom Araya sepultou de vez a pegadinha.
De fato estamos no bairro de Irajá em algum período do final dos anos 50 vendo um dos muitos conjuntos habitacionais construídos na região. O que vemos respeita a fórmula tradicional do período Vargas, sem inovações. Prédios baixos, em grandes blocos iguais distribuídos por vias abertas para o acesso das construções.
Ao contrário de outros conjuntos na região ele se mantém relativamente íntegro, embora os mais de 50 anos decorridos sem nenhum controle do órgão regulador que o criou sofreu logicamente mutilações em sua arquitetura básica, mas nada que faça a identidade visual desaparecer.
Quase todas as varandas foram fechadas, os apartamentos térreos foram isolados por muros, na área de recuo da via, alguns ganharam telhados e áreas fechadas com esquadrias, outros viraram algo parecido com quintal, até com churrasqueira e chuveiro, outros improvisadas garagens. Mas impressiona que dentro da despadronização que há um apreço pelo cuidado e manutenção. Os prédios e gradis estão pintados, não há pixações, as calçadas estão relativamente em bom estado etc.. As transformações mais radicais são nas laterais que separam os blocos, ali  foram construídas construções com a nítida aparência de serem garagens, mas que deturparam o projeto que deveria ser área comum, possivelemente de lazer.
A nota curiosa é que as Cássias Grandis que vemos como raquíticos brotos nessa imagem, não vingaram, como podemos ver pelo link do Street View postado pelo Tom Araya, tendo sido substituídas em sua grande maioria pelas inadequadas amendoeiras, embora vemos mudas plantadas há pouco de Ipês e Sibipirunas.
Infelizmente não achei o IAP que foi responsável pela construção desse conjunto, mas seu estado mais ou menos íntegro até os dias de hoje e o tipo de apartamente, sala com 2 quartos e varanda indique que ele era destiando a uma classe média.