Hoje teremos mais uma imagem do acervo do amigo Jason Vogel em ângulo opsoto a foto do dia 8 de Julho ( http://www.rioquepassou.com.br/2010/07/08/av-atlantica-ultimos-dias-da-velha-avenida/ ).
Vemos em primero plano a esquina com a Rua República do Peru e pouco mais ao fundo o Ed. Netuno, um dos mais antigos da orla construído no início dos anos 30 em estilo art-déco, bem contido, mas com vários importantes elementos dessa escola, que nessa época já começavam a ser modificados. O granito negro, presente em todo o embasamento da construção no projeto original como podemos comprovar por esta foto dos anos 30, postada em 2007 ( http://www.rioquepassou.com.br/2007/11/07/portaria-do-ed-netuno-e-confeitaria-alvear/ ), já começava a ser arrancado ou pelo menos recoberto por outros materiais, como vemos na loja da Alitália. Infelizmente a foto sofreu com o passar dos anos e não consigo identificar que material seria, aposto em aço escovado, a própria marquise do prédio também era revestida por painéis metálicos, acima vemos o granito original.
A fachada ainda conservava seu revestimento original, com frisos junto as varandas e abaixo das janelas, estando algumas das varandas ainda abertas, durante os anos 70 praticamente todas foram fechadas, e o prédio perdeu seus elementos déco na fachada quando ela foi revestida por pastilhinhas, algo muito comum nesse período.
A casa que havia ao lado, tinha ido ao chão e um prédio capitaneado pela Veplan, grande especuladora dos anos 60 e 70 subia, causando o emparedamento de uma das fachadas do Netuno, que era descolado das divisas, como determinava o plano Agache, embora com pouca distância dos limites do lote e sem o afastamento da linha da Av. Atlântica. Certamente pelo Netuno já ter sido construído quando o P. Agache era revogado pela nova ordem pós 1930.
A praia estava cercada por obras; guindastes, monturos de terra, barracões, postes provisórios compunham um interessante constraste com a foto do dia 8, onde nas costas do fotógrafo a base da nova avenida já estava sendo compactada.
O tráfego reúne os típicos veículos da época, Variants, TL´s, DKW´s, Zés do Caixão, um solitário Opala e muitos Fuscas. Estacionado na rua vemos um Ford dos anos 40, que embora íntegro já viu melhores dias.
Os pirulitos, no padrão EGB indicam a loja da Lan-Chile na Av. Rio Branco, e no outro vértice a Joalheria Ledoux, que até hoje continua funcionando na loja do Ed. Netuno virada para a Rua República do Peru, sendo certamente o estabelecimento mais antigo desse pequeno pedaço do bairro.
As pessoas na calçada da Escola Roma ficaram fora de foco ou foram propositadamente “nubladas”? O foco parece ser o anúncio da Alitalia.
Como é bom ver o dia-a-dia da Avenida Atlântica com mão-dupla e a praia tão perto dos prédios, infelizmente nos seus últimos dias.
Como tudo parecia tão limpo e organizado nesta época…
Eu gostava mais das placas de rua com fundo branco e letras azuis que aparecem no pirulito do que as de fundo azul de hoje. Era muito mais nítido para ler o nome da rua.
Na época não entendi a troca. Aliás, até hoje não sei a razão.
Em S. Paulo usam colocar o nome abreviado pelo qual a rua é conhecida em letras garrafais que podem ser lidas de longe. Em baixo, o nome completo. É feio mas muito prático.
Fotos antigas como essa mas de uma época que a gente viveu são muito interessantes.
João, na época no fim da Guanabara, início da PCRJ, foi feita uma padronização em todo o mobiliário urbano da cidade, postes pretos, placas azuis, inclusive as de transito. Que foi sendo abandonado ao longo das décadas. Para os que não sabem antes dessa padronização os sinais “Celso Franco” o Padrão Rio de hoje teve seus protótipos em cor amarela, sendo implantados em preto por força desta nova programação visual
Valeu e explicação, André.
Acho que o nome das ruas nas placas precisam ser visíveis à distãncia.
E obviamente a padronização precisa ser velada a sério.
Volto mais tarde com calma.
Gostei da foto!
😀
O carro da foto não é um Ford e sim um Chevrolet de meados dos 40…
Pode até ser premonição, mas a LAN se juntou com a TAM alguns dias após a foto ser postada…
…vendo imagens assim dá até um troço!
Frequentei muito LEME & COPACABANA quando menor. Alias um dos pais foi criado num destes.
E nem sabia que havia PLACAS DE RUA BRANCAS.
Onde resido (Porto Alegre), muitas das vias não possuem: alias a crise assola aqui também.
E devia ser bem mais tranquilo tal época. Apesar de haver BEM MENOS RECURSOS.