Quarta feira passada o caderno Carro & Etc. do Jornal O Globo publicou uma fantástica reportagem sobre a primeira exposição de automóveis realizada no Brasil, em 1925 e o mais interessante, realizada no que sobrava de alguns dos pavilhões da Expo de 22.
O amigo Jason Voguel enviou ao site, para apuração e identificação, fotos que indicam que os pavilões utilizados para a mostra automobilística foram os da Itália e Portugal este um dos três maiores pavilhões em área plana do evento, junto com o de Festas e o de Grandes Indústrias, hoje MHN.
Mas, além dos fantásticos carros e do evento em sí, muito distantes das modelos, raios laser, acessores de imprensa e muito dinheiro. As fotos indicam um período de transição da cidade, que era a criação da Esplanada do Castelo e aterros do Saco da Glória e Ponta do Calabouço, além da mudança do traçado da Beira-Mar do que foi idealizado por Passos, pós Av. Rio Branco.
Estávamos na Adm. Alaor Prata, e nessa época nem a Praça Paris havia sido construída, havia apenas uma grande área elameada além das amuradas semi-arrazadas do período Passos, e o Morro do Castelo ainda se encontrava em processo de demolição por desmonte hidráulico inciado quase as portas a realização da Exposição de 22, sob as sátiras de J. Carlos, que como grande parte da imprensa achava que a exposição do Centenário da Independência nunca ficaria pronta dado o atrasar das obras.
Portanto é muito interessante constatar que das fotos do livro de registro da Exposição Automobilística pertencentes ao Eng. Adelstano Porto d’Ave e hoje sob a guarda de seu neto Rodolfo havia uma mescla de imagens de dois períodos, da Expo de 22, e de pouco mais de três anos a frente. Das imagens enviadas a nós, para acessoria ao Jason Vogel, temos certeza que as imagens externas dos pavilhões foram realizadas antes e durante a exposição de 1922, e as internas e dos eventos associados realmente em 1925, sendo essa imagem uma das principais evidências.
Estamos vendo a pequena linha de montagem da Ford, que montava em pleno Castelo kit´s de veículos desmontados vindos dos EUA, algo muito fácil visto a absoluta simplicidade do Modelo T e seus derivados, ao fundo vemos um castelo, parte integrande dos equipamentos de diversões da Expo de 22 e fechado o horizonte o Pavilhão de Portugal. Os trilhos que vemos estão sobre a antiga Av. das Nações, hoje Av. Pres. Wilson e conduziam as pequenas composições que levavam a terra do Morro do Castelo cada vez mais para longe, onde a água originada das pontentes dragas não conseguia mais transportar os sedimentos. Vemos inclusive uma dessas composições numa imagem do Saudades do Rio – O Clone ( http://fotolog.terra.com.br/sdorio:2066 ).
Essa imagem nos faz adivinhar que os visitantes estavam acessando a área por ” de trás” ou seja, já na área da ” nova” Av. Beira Mar, apenas indo do Pavilhão de Portugal para o da Itália por algum tablado ou passadiço, e que durante o evento ,que durou apenas 15 dias, o serviço de transporte dos sedimentos ficou paralizado.
Uma imagem muito interessante que demostra a criação de uma nova área da cidade, continuaremos com essas imagens durante as próxima semanas.
Carrinho simpático!
Muito boa a foto!!
Sei que o foco são os carros da ford que deviam ser uma novidade e tanto, mas espero que as próximas tenham mais sobre as construções da época!
Na realidade o foco são os trilhos, e como estava a região na época.
Muito interessante. Vamos fazer uma viagem no tempo.
Mesmo sendo um carro popular com preços baixíssimos nos EUA nesta época, um carro desses aqui devia valer uma fortuna, como sempre.
Segundo a Wikipedia… o Ford T custava $850 em 1909 (1/3 do preço dos concorrentes) e o preço caiu ao longo dos anos, chegando a $440 em 1915 e $290 na década de 20. Este último valor seria o equivalente a $3500 atualmente.
Em 1915, o carro custava o equivalente a quatro meses de salário de um empregado da linha de montagem.
Os carros eram baratos, porque não havia a voracidade fiscal de hoje. A carga fiscal no Brasil disparou no período da construção de Brasília e nunca mais parou.
Então isso aconteceu também nos EUA, já que mesmo atualizando os valores em dólares continua sendo um preço baixo para os padrões de hoje. Alguém poderá dizer que os carros hoje são muito mais complexos, porém na época não havia automação e usavam-se materiais mais caros.
Rafael, estudar preços defasados no tempo é complicado, e uma simples tabela de conversão não resolve o problema. O Ford modelo T era um carro muito simples, cujo preço hoje talvez fosse até inferior aos 3.500 dólares. O preço básico não incluía itens hoje obrigatórios, como faróis parachoques bateria e motor de arranque, entre muitos outros.
esatas fotos são preciosas!
André,
fora do foco, me tira uma dúvida.
Hoje ao abrir o jornal O Globo na internet me deparei com a reportagem sobre a Transcarioca. Vão derrubar bens tombados no bairro de Campinho. Só que iriam providenciar o destombamento para a passagem da transcarioca. Isso pode? Tombar um bem e quando quiser destombar?
Veja a matéria http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/08/02/transcarioca-imoveis-no-ca
mpinho-sao-destombados-para-dar-passagem-corredor-de-onibus-previsto-p
ara-copa-2014-917304574.asp
Cada governo tem sua Pres. Vargas que merece, Getúlio e Dodsworth destombaram a igreja de São Pedro para das passagem a feia avenida. É um absurdo mas já temos diversos precedentes, como o prédio do Elixir Nogueira e algumas casas em Botafogo, tombadas e demolidas sob a inercia do poder público, pois estavam tombadas
sp-11-08-10
essa exposição nao foi realizada no rio de janeiro , mas sim na cidade de spaulo,
fatos que atestam este comentario
ao fundo ve-se o entao novo pavilha das industria na cidade de s.paulo, com suas torres , hoje estao instalados no local do museu catavento, com diversas salas, e apresentando duas locomotivas a vapor que pertenciam a cia paulista de estradas de ferros.
o segundo fato
bandeira do estado de s.paulo com suas listas na cor de vermelho e preto, hasteada .
o terceiro fato
a linha ferrea era para a demostração (????) de algum equipamento ferroviario , fazendo um circulo entorno do pavilhão , que vemos em seu lado esquerdo.
portanto errou o jornal o globo que levou seus leitores a uma sucesão de erros.
sergio
Sérgio, não deleto seu comentário pois é no mínimo hilariante, fique por aqui na sexta feita para mostrarmos a igreja da Freguesia do Ó na beira no mar !
sp-12-08-10
andre
o que e hilariante ??
o comentario
ou o local da exposição???
nao me referi ao texto do jornal , mas sim a foto
que foi postada mostrando a exposição do centenario da
independencia do brasil, realizada no palacio das industrias na cidade de s.paulo em 1922
qual a data correta da publicação do jornal o globo, assim como a possibilidade de ver-se a reportagem ?
sergio
Andre, estamos a sua disposição com o original guardado. Abraço
Muito obrigado pela gentileza Rodolfo.