Cadernos do Normandie – Mangue

Mais uma das fantásticas imagens do catálogo de cruzeiro que o navio francês Normadie, fez pelo Caribe e América do Sul em 1939, possivelmente uma de suas últimas viagens com transatlântico.
Como já vimos quarta passada, o catálogo propagandeia os locais por onde o cruzeiro passará, dando dicas de passeios, restaurantes etc., e também pontos interessantes para os passageiros visitarem.
Estamos então num lugar hoje muito distante de qualquer cartão postal, a parte do Mangue da Av. Pres. Vargas, na época ainda não aberta, e muito menos seus desastrosos planos urbanísticos implementados. A região ainda estava intacta, longe da verdadeira terra arrasada dos anos seguintes quando os pensamentos higienistas/fascistas pretendiam acabar com as personas não gratas que habitavam harmonicamente essa região. Judeus, descendentes de escravos, imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, árabes etc….
É triste constatar que as palmeiras imperias estão praticamente extintas, já desde os anos 60, compunham esse agradável cenário, bem como o gradil de ferro fundido com o brasão da república, desaparecido em alguma remodelação da área, possivelmente já nos anos 40. Estamos bem na segunda parte da Praça XI, criada quando da demolição da antiga escola  São Sebastião, uma das “escolas do Imperador” demolida sem muita razão em 1938, já certamente nos planos de destruição da região.

10 comentários em “Cadernos do Normandie – Mangue”

  1. Que lindo! Passo por aí todos os dias indo para o Fundão e o glamour (que eu nunca cheguei a ver) desse local se perdeu em algum lugar no tempo…lamentável, pois se houvesse comprometimento das autoridades, esse lugar seria ainda um cartão postal e tanto!!
    parabéns pelo site! é maravilhoso!

  2. A elegância da modelo é impressionante. Como também a imponência das palmeiras imperiais. O canal já tinha um aspecto péssimo mas a degradação atual não tem comparação.

  3. Outro dos locais mais maltratados pelas nossas sucessivas más administrações cariocas.
    Um lugar muito bem arrumado pelos administradores de antanho, converteu-se ao longo dos anos em um desague de esgotos, além de, tristemente, perderem-se as palmeiras que eu tive a satisfação de ver desde criança.

  4. As muretas onde a moça se apoia parecem ser mais recentes, num estilo meio Art Déco. Já as do gradil com o brasão da República remetem ao início do século XX.

  5. Hoje, simplesmente é mais um local de passagem, isso quando os carros não estão parados no engarrafamento causado pela “Transamazônica do Cabral”, também conhecida por Linha 1A.

  6. As palmeiras dão uma sensação de harmonia e cuidado urbanísticos sensacioanais.
    Seria uma grande idéia plantá-las novamente. Gerações futuras poderiam desfrutar da beleza que a foto nos revela.

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