Sim, hoje temos a verdadeira e insubstituível Fonte Wallace. Uma das doadas à nossa cidade para servir como bebedouro público no Rio no final do séc XIX.
Essa foto, do início dos anos 70, mostra a fonte, exilada na Floresta da Tijuca em estado de abandono, ainda longe da reforma dos anos 90, quando foi totalmente recuperada, inclusive ganhando sua cúpula, desaparecida em algum momento do início do séc XX.
Imaginadas por Richard Wallace como um instrumento útil nas grandes cidades que surgiam no séc XIX, muitas com a distribuição de água precária, para serem usadas pelo povo como meio de saciar a sede.
Fundidas pela importantíssima indústria metalúrgica de Val D’osne, a mais conhecida internacionalmente é esse exemplar da foto, com as quatro cariátides ( bondade, caridade, sobriedade e simplicidade). Consta que o Rio teve 4 dessas estátuas, mas hoje só temos conhecimento de 3, duas instaladas nos seus lugares do origem, ou muito próximas como a de Santa Cruz e essa da Floresta da Tijuca. A que fica hoje no esquecido Museu da Cidade pode ter sido antes instalada ou no Largo da Carioca, onde há alguns poucos registros fotográficos de algo muito próximo a uma Wallace nos primeiros anos do séc XX ou a do Passeio Público. Há registros também na Beira Mar na altura de Botafogo e na Av. Rio Branco, onde de fato já mostramos uma no vértice da primitiva praça Ferreira Vianna logo depois da abertura da Av. Central ( http://www.rioquepassou.com.br/2008/02/13/ ) . Há também a indicação da localização de outra, dentro do pátio interno do prédio da CEF, o que é impossível. Levando a crer que possivelmente existisse uma fonte dentro do prédio ou da Caixa de Amortização ou da Casa da Moeda, mas acho improvável a existência dessa, nestes lugares.
E mais outra, com registros fotográficos, dos anos 30 ( http://www.flickr.com/photos/historiadailha/880730702/ ) e 40 ( http://fotolog.terra.com.br/sdorio:112 ) na Ilha do Governador em plena Praia da Freguesia, suspeito que esta possa ser a fonte antes localizada da Praça Ferreira Vianna, pois seu aparecimento na Ilha é mais ou menos a época de profundas modificações na Cinelândia. Essa Wallace sumiu da Ilha nos anos 50
A conhecida dança dos monumentos da cidade dificulta a certeza, por parte dos que não possuem os inventários da FPJ de dar com precisão absoluta se eram 3, 4 ou mais Wallaces clássicas em nossa cidade. Ainda mais sabendo que o Rio, depois de Paris é a cidade que possui mais peças das fundições de Val D’osne, muitas encerradas nos depósitos municipais.
O Rio possui mais 6 Wallaces, no Jardim Botânico, mas do tipo mural, mais raras ainda que a clássica que vemos na foto. A sétima Wallace do JB é na realidade um cópia idêntica, fundida nos anos 70.