Quinta da Boa Vista, anos 30

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Nessa belíssima composição da Revista Life vemos uma muitíssima bem cuidada Quinta da Boa Vista num dos seus pontos mais conhecidos, o lago.
Mesmo o parque tendo sido sempre muito popular, frequentado por famílias da Z. Norte e Subúrbios em busca de lazer. A conservação do espaço sempre foi muito boa em todas as décadas, até uma decadência galopante no meio dos anos 80, onde a cidade teve sua primeira falência de fato.
Acompanhamos o gramado ficar ralo, o urbanismo se delapidar na figura de fontes que não mais funcionam, postes antigos tombando por corrosão, vandalismo, furto….
Se até o início da década de 80 eventos como shows, festivais e até mesmo corridas de carro atraíam um público diferente do habitual dando visiblidade ao parque, com o total esvaziamento cultural do lugar, que de eventos se limitou por muitos anos a pregadores neopentecostais aos berros em sua cantilena intolerante,ele começou a ser esquecido pelos formadores de opinião, pela imprensa e logicamente pelo poder público.
Outros fatores também provocaram o desprestígio do parque, primeiro a decadência do entorno com o  avanço da Mangueira pela Visconde de Niterói, o total vilipêndio do Museu Nacional por seguidos governos federais, que praticamente tiraram o fantástico acervo do circuíto cultural do país e por fim a crescente magalomania dos shows públicos, cada vez maiores e cada vez menos, numa surreal dicotomia, onde grandes eventos para poucos artistas em poucas vezes por ano tiraram a Quinta como lugar, por seu tamanho.
Se a região fosse olhada com mais seriedade teríamos na Quinta não só um polo de diversão e cultura para toda a região, mas também um local que aglutinasse a revitalização imobiliária de São Cristóvão.
Afinal o parque possui um zoológico, que se encontra emparedado entre uma inverossímel prisão-albergue e um stand de tiro do exército,  pavilhões que abrigam restaurantes e bares, alguns conhecidos por sua boa cozinha, um museu que se fosse no primeiro mundo seria a cereja no bolo de uma belíssimo parque, cheio de história. Além de ter duas estações de transportes sobre trilhos ao lado.

16 comentários em “Quinta da Boa Vista, anos 30”

  1. André,
    realmente é um ponto histórico! sempre que falo em ponto histórico lembro de uma amigo meu que mora na Espanha e comentou como é forte a cultura no nesse país! Qualquer lugar importante eles reformam e colocam um guia para que o local vire um ponto turistico!
    aqui no Brasil é quase igual a isso! rssr
    vamos torcer para que volte como era com o plano de revitalização de São Cristovão!
    lembro q a ultima vez que fui ao local era ainda jovem, acho que tinha uns 12 para 13 anos e fui soltar pipa!
    realmente hoje nao faço ideia de como está!
    abraços

  2. O Stand de Tiro não tinha sido desativado?
    O Museu Nacional é um milagre que ainda sobreviva. Faz tempo que não vou lá (a última vez tem uns cinco anos) e permaneciam aquelas exposições dos anos 50, com um bom pedaço da área de zoologia fechado há quase 20 anos, convivendo com algumas áreas “modernizadas” como a do Egito. Mas de vez em quando ouço falar de alguma mudança por lá.
    Eu tive um professor de biologia que dizia que aquele palácio deveria ser transformado em museu histórico, com o acervo transportado para algum prédio moderno com mais recursos. Isso em 1990.

  3. O museu está em obras há dez anos e continuará pelos próximos dez, num plano de revitalização que terminará noaniversário de 200 anos do museu.
    A ideia é exatamente essa que o amigo disse acima: transferir todos os professores para novos prédios e transformar todo o palácio em área de exposição. Neste momento está de mudança o departamento de botânica.
    O museu já melhorou muito nesta década. Não tinha nem extintor de incêndio e possuía uma instalação elétrica dos anos 20. Era uma bomba-relógio!

    1. O aspecto externo já melhorou muito, pelo menos do prédio, os jardins na mão da inepta prefeitura ainda são um desastre. É importante o museu estar obras, mas porque se deixou a chegar quase ruína e ameaçar de forma tão severa o fantástico acervo que lá existe.

      1. Estive lá há três semanas é está ficando muito bacana. As salas estão sendo restauradas com as pinturas de teto e paredes da época do Império. O problema é o acervo, muito envelhecido.

    1. Pura verdade. O desprezo pela história é vergonhoso. E deixar o museu nãs mãos da UFRJ não foi uma boa idéia.

  4. Até os transportes do entorno, pela Visconde de Niterói, minguaram. Se antes tinhamos linhas como 299, 279, hoje em dia, só a 284 se atreve a passar pela Visconde de Niterói.
    Sem contar a prostituição que ocorre ali 24h por dia, 7 dias da semana.
    Tem uns prédios sendo construídos no entorno, mas eu não moraria num local daqueles…

  5. Se fosse na Espanha atrairia multidões e renderia um bom dinheiro. Além do Museu, o parque e o jardim zoológico fariam parte da entrada, com direito a milhares de frequentadores, seja a própria população da cidade ou de visitantes.
    A mentalidade tacanha de nossos governantes, bem como os crônicos problemas de segurança, inviabilizam essas iniciativas.
    Pobre país.

    1. A revitalização de São Cristóvão é inevitável. É a nossa fronteira imobiliária e já existem vários lançamentos na região. É só uma questão de tempo. O perfil da população do bairro vai mudar e a pressão por mudanças virá a reboque.

  6. A quinta é bonita. Mas daqui a pouco, ela será comparada à Roma e Atenas turisticamente, como uma ruína-monumento! Com o diferencial de não ser ruína da idade antiga.
    É que a quinta é a Quinta! Mas acho espantoso que o aspecto histórico seja pouco mencionado… Tem a estátua do D Pedro II, mas tem que explicar o que ela está fazendo lá…
    Da última vez em que eu estive lá vi que pelo menos a parte da Comlurb tem sido bem feita, com eles acumulando uma parte da Fundação Parques e Jardins.

  7. São Cristovão vai tomar um rumo bem diferente sim com os lançamentos imobiliários,é somente uma questão de tempo,pois o perfil da populaão irá mudar e as mudanças virão juntas.

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