Levante do Forte de Copacabana

 


Tido como a primeira manifestação do Tenentismo, onde as idéias do jovem oficialato, começaram a se chocar com a mentalidade dos oficiais mais graduados, autores o golpe anteiror, e das oligarquias políticas no poder, praticamente as mesmas do império, o Levante do Forte de Copacabana inciou uma nova era da política brasileira, semeando no país a política que está aí até hoje.
Insatisfeitos com a presidência de Arthur Bernardes, a qual acusavam ser fruto de fraude  e troca de interesses das oligarquias que comandavam a política café com leite, os jovens oficiais do exército planejaram um grande levante militar, a fim de derrubar o governo e o status quo político do Brasil à época.
Agravava a crise a prisão domiciliar do velho Marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar, por ter protestado formalmente contra o uso de tropas do exército para a assegurar a vitória do candidato das oligarquias no estado de Pernambuco. Com a prisão do velho marechal fechou-se também o Clube Militar, causando grande revolta nas tropas, notadamente nos jovens oficiais, muitos com tradição familiar nas forças armadas.
Planejou-se a revolta, para eclodir na madrugada do dia 4 para 5 de Julho, onde várias unidades da Capital Federal deveriam ser tomadas, fazendo o governo capitular, nem que fosse à força.
Levantaram-se várias unidades, mas quase todas parcialmente, com exceção da jóia das fortificações da cidade, o novíssimo Forte de Copacabana. Algumas das unidades rebeladas, como o Forte do Leme, poderiam  junto com a fortificação do Posto VI causarem graves danos à cidade e a quem tentasse subjulgá-las. Mas combates internos dentro das unidades sufocaram a rebelião, como exeção da unidade mais letal e seus canhões Krupp com grande alcance e enrome poder de destruição.
O forte disparou contra cidade, atingindo o Ministério do Exército, o Arsenal de Marinha e construções na Rua Camerino. Aliás  uma comunicação telefônica com o forte, partida do ministério da Guerra dizendo que eles estavam bombardeando área próxima, refinou as salvas da unidade, passando então o canhonaço a acertar o velho ministério.
Com isso o bairro de Copacabana foi isolado, com barreiras em seus acessos e a unidade rebelde atingida por pesado bombardeio, naval e aéreo. No dia 5 com a queda das outras unidades e os encarniçados combates, o comandante da unidade o capitão Euclídes Hermes da Fonseca, em tratativa com o Ministro do Exército, Pandiá Calógeras, liberou os que quisessem partir. Assim abandonaram a unidade 270 dos seus 300 homens. O restante permaneceu operando no bunker os canhões do forte.
Além do bombardeio naval e aéreo Copacabana foi tomada por tropas do III Regimento de Infantaria, mantendo os apavorados moradores, que não abandonaram suas residências, em um bairro vazio e ensurdecido com o bombardeio e os disparos da unidade.
Na foto vemos o bloqueio no Túnel Velho, do lado de Copacana. Vemos alguns soldados, repórteres, médicos…. O túnel ainda não tinha sido duplicado contando com a sua estreita galeria onde apenas um bonde passava. Em destaque na imagem vemos uma das ambulâncias francesas compradas na Adm. Passos, uns 18 anos atrás, ainda prestando serviços à cidade.
Continua no dia 6

6 comentários em “Levante do Forte de Copacabana”

  1. Faltou um dado importantíssimo. Em que ano foi isso?
    Adoro essa história do bombardeio do Ministério da Guerra ter sido aprimorado por um aviso dado pelo próprio alvo…

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