Já que os os outros fotologs do Rio antigo resolveram fazer um passeio pela Z. Oeste litorânea da cidade, vamos acompanhá-los.
Estamos na metade dos anos 70 e a Barra da Tijuca é um dos promissores bairros da cidade, embora falte asfalto, esgoto, comércio, transporte coletivo, telefone e a luz se vai a primeira brisa ou pingo de chuva. E até hoje, muitas dessas obervações não mudaram muito! Mas era a alternativa à saturada Z. Sul.
Nessa época as Avenidas Ministro Ivan Lins e Americas já se encontravam duplicadas, a segunda até o entroncamento com a Av. Alvorada, 2 faixas em cada sentido, mais acostamento. Não haviam sinais, pois o projeto do DER-GB era até os anos 80 executar nas pistas centrais o cruzamento por elevados, operando as vias laterais em regime de mão dupla e com sinais, algo que nunca foi realizado. Reparem que a Ponte de Marapendi ainda não tinha sido alargada, possuindo apenas duas faixas de rolamento em cada sentido.
A região da foto é um dos desconhecidos sub-bairros da Barra, o chamado pela prefeitura de Portal da Barra, talvez haja até um condomínio por alí que use esse nome. Mas nessa época esse pedaço era todo vazio, exceto pelas torres inacabadas de Athaydeville, o Motel Dunnas, o condomínio dos Irmãos Araújo e o Club Canaveral, do qual vemos as piscinas.
Mesmo o Jardim Oceânico, do outro lado do Canal de Marapendi estava praticamente vazio, com ruas de terra e prédios e casas dos pioneiros, nessa época os terrenos aí já começavam a agregar um certo valor, mas um quarteirão inteiro, no meio do sub-bairro, ainda valia menos que um bom apartamento em Ipanema.
Na esquerda, a área ocupada pelo Donwtow, ainda mostrava sua geografia original, dunas, mangue e vegetação rasteira de restinga. e a Av. Grande Canal, só contava com seu trevo de conexão com a Av. das Americas e a Via Parque, aliás como hoje, onde esse sistema auxiliar à Av. das Américas não foi executado de todo, sendo o caso da Grande Canal muito grave, pois ela está praticamente toda concluída, mas é bloqueada por vários condomínios, com o silêncio do “choque de ordem”….
Custei a me localizar mas lendo seu texto caiu a ficha e reconheci a área onde trabalhei recentemente por 8 anos e passando todo dia nesse viaduto.
Quem viu a Barra até o final da década de 60 não imaginaria a explosão de construções que haveria logo a seguir.
O crime cometido para a construção do Downtown, com a retirada da região da área de proteção ambiental, mostrou a promiscuidade de certo conglomerado brasileiro com a Prefeitura da época, cujo prefeito atual fazia parte.
O que ninguém imaginava na época é que a Barra iria se transformar em um paraíso de novos-ricos, reis de quentinhas, jogadores de futebol, milicianos e corruptos de uma maneira geral, além de uma classe média de gosto duvidoso, com seus veículos utilitários e sua pouca afeição a qualquer forma de manifestação cultural.
Concordo, o barra-way-of-life é bem esquisito se compararmos com o resto da cidade
E uma “overdose” de arrogância!
Mau gosto e falta de educação.
Por muito tempo achei que esse lugar era o fim do mundo. Continuo achando.
Acabei de chegar de Miami e já tenho que pegar minha
4×4 para ir ao clube me apresentar nos treinos, passar em Rio das Pedras para ver como estão os caras, ir até a fábrica de quentinhas (afinal soube que o governo as está comprando para os presídios) e
botar uma roupa legal que trouxe de Miami (calça branca e camisa rôxa) para ir tratar do divórcio. Afinal, ninguém aguenta um mulher que só pensa em museu, teatro, essas bobagens.
E depois acham que a vida é mole!…
O crime cometido para a construção do Downtown, com a retirada da região como área de proteção ambiental, mostrou a promiscuidade de certo conglomerado brasileiro com a prefeitura da época, cujo prefeito atual fazia parte.
Aí é o trecho da Barra onde fica o Barra Shopping hoje? Não consegui me localizar!
Não, estamos no trecho do downtown
Decourt, nessa época existia apenas uma ponte sobre o canal, a que hoje dá mão no sentido Zona Sul. Vê-se no pé da foto as duas pistas da Av. das Américas se juntando em uma só no acesso à ponte. Eu me lembro da sinalização que havia ali, isso bem no início dos anos 80. A segunda ponte foi inaugurada logo depois.
Quanto à Barra, mais exatamente a região pós-Canal de Marapendi, muitos comparam às cidades americanas, em especial Miami, grandes espaços onde tudo é longe e o carro é obrigatório. O problema é que nos EUA essas áreas são preenchidas com casas, não existem grandes edifícios de apartamentos. Uma região como a Barra nos EUA com certeza tem uma população muito menor, só que com as mesmas vias e oferta de serviços.
Tecnicamente a ponte foi prolongada em largura, como aliás foi feito na Lagoa com o viaduto da saída do Rebouças
Não foi não, são duas pontes construídas em separado, isso é bem visível quando se passa por baixo delas…
“O que ninguém imaginava na época é que a Barra iria se transformar em um paraíso de novos-ricos, reis de quentinhas, jogadores de futebol, milicianos e corruptos de uma maneira geral, além de uma classe média de gosto duvidoso, com seus veículos utilitários e sua pouca afeição a qualquer forma de manifestação cultural.”
O curioso é presumir/sugerir que só na Barra tais tipos poderiam existir…”zona sul-centrismo” à vista?Não entendo o motivo de tanta rejeição com o bairro,será que só lá tem pagodeiro,novo-rico,jogador de futebol,e gente de cabeça vazia??eu acho que não,sinceramente.
Agora,concordo com o que foi dito acima,nos EUA,o trecho equivalente à “barra americana”(para além do jd.oceânico e lg.da Barra)teria população bem menor.O Plano Diretor Lucio Costa tem como grande dificuldade em sua implementação a historia fundiária da região.Se na ilha do fundão e em Brasilia(projetos 100% comandados pelo governo),tudo se fez em terras da União,na Barra,a propriedade fundiária era privada,e como se não bastasse,estava na mão de grandes empresas do ramo imobiliário e de construção.O resultado disso?Ocupação antes da infra estrutura(transporte,saneamento em especial)e quebra de gabaritos,aumentando a altura dos prédios e a densidade do bairro.
Não é questão de presumir, e sim de constatar. Vá no sábado à noite ao New York Center (EEECA !) e verás,meu caro.
É verdade, desculpe o preconceito. Existem também as donas de motéis, padarias e os pagodeiros.
Barra é Barra, o resto é o resto.
O Rio é sujo, degradado, violento, perigoso, muvucado e terceiro mundo. A Barra é limpa, moderna, segura, tranquila, espaçosa e Primeiro Mundo.
Quem não consegue conviver com verdades de simples constatação só resta espernear.
Acho que tem gente demais usando antolhos por aí, realmente as lagoas da barra são limpíssimas, o transporte público rivaliza com a das melhores cidades européias, o transito flui, se pode andar a pé, à noite, em lugares como a Ponte Lúcio Costa com brilhantes e ouro, Athaydeville é um exemplo e ocupação de espaço urbano, não existem malabaristas, mendigos, pivetes e pedintes nos sinais de transito do bairro, aliás a Av. das Américas não possui sinais com seus cruzamentos dotados de passagens de nivel, a delegacia de polícia inclusive está ociosa por ausência de delitos maiores como homicídios e menores como espancamentos promovidos por filhos de chocadeira criados em condomínios fechados.
Esperneia quem está com a fralda suja, essa é a constatação……
Antes de mais nada Parabéns pelo artigo na minha humilde opinião a Barra é um,,, paraíso.
André, você saberia dizer quando o Motel Dunas foi inaugurado?
O Dunas é da segunda metade dos anos 70, diria que até mesmo perto do final da década