Ed. da Academia, construção

Na nossa imagem de hoje, do início dos anos 70 femso o início dos trabalhos de fundação do Ed. da Academia Brasileira de Letras no Castelo.
Por anos a ABL pleiteava para sí o terreno vizinho ao pettit trianon, remanescente da Exposição de 1922 e que ainda abrigava um pedaço do grande pavilhão da Inglaterra, demolido parcialmente nos anos 30 para a abertura do sistema viário da esplanada.
Durante anos os intelectuais  da ABL se insinuaram para presidentes, senadores e ministros, e quase conseguiram pela primeira vez com JK, mas por algum meandro político não conseguiram, logo após veio o turbulento período pré golpe, onde as  tentativas foram também infrutíferas. Mas, com os militares um possível acordo ficou mais próximo.
Finalmente o terreno foi doado à ABL pelo presidente Médici, dizem as más linguas que com essa doação se comprou de vez o silêncio da Academia em relação a barbárie da repressão, destruição do ensino público, esvaziamento do pensamento universitário etc… algo que até hoje assombra a ABL como outras medidas politiqueiras como a entrega de uma cadeira à Vargas.
O prédio foi rapidamente projetado pelos Irmão Roberto, tendo o habitual bom gosto em arquitetura moderna que sempre caracterizou a carreira dos irmãos, na época desfalcados  Marcelo Roberto falecido anos antes. O prédio em estilo moderno brutalista continua agregando vários elementos famosos dos arquitetos como áreas livres junto a rua e os brises, esses virados para a fachada da Rua de Santa Luzia.
As obras começaram por volta de 1974/75 e o edifício só foi inaugurado em 1979, sendo até hoje um dos endereços mais requisitados do Centro. Com a morte de seu idealizador o prédio passou a se chamar Palácio Austregésilo de Athayde.
Na foto vemos os trabalhos de fundação, em área 70 anos antes ocupada pelo mar, aparentemente as fundações são feitas por tubulões, mas não tenho como confirmar esse detalhe técnico. No prédio entre a Rua de Santa Luzia e a Av. Pres. Churchil, um dos pioneiros na esplanada vemos uma filial das Casas da Banha, o que indicava uma demanda residêncial na região, como de fato existia. Vários prédios do Castelo, notadamente perto da Av. Beira Mar, Av. Calógeras, início da pres. Antônio Carlos, Rua México e Av. Graça Aranha eram residenciais abrigando ótimos apartamentos.

24 comentários em “Ed. da Academia, construção”

  1. É com satisfação que vejo uma foto de mais de 30 anos em que a paisagem , com exceção do referido espigão, não mudou até os dias de hoje.

  2. esse local era mar ha uns 100 anos atras. Imagino que nao seja facil erguer uma estrutura como essa sobre terreno relativamente fragil….

  3. Realmente uma entidade que se diz a elite da “intelectualidade” do país estar tão afastada do despertar da consciência dessa grande farsa que vivemos. Mais uma entidade dominada, apesar da bela fachada clássica, o interior parece ser mesmo trevoso e vazio.

  4. Decourt deve ter escrito com muita pressa (ou cansaço), o texto tá um verdadeiro jogo dos sei-lá-quantos erros…
    Interessante aquela Casas da Banha ali. Achava que havia sempre sido o Bob’s. Sabia que os edifícios antigos eram residenciais, mas não imaginava que continuavam sendo até os anos 70.
    Essa construção, como o Ed. Santos-Dumont no mesmo quarteirão, deve ter tido que vencer a muralha de pedra construída junto ao mar na época colonial e que teve parte desenterrada e preservada na construção da garagem subterrânea da Av. Antônio Carlos.

      1. Pois é, bem que eu estava achando a Av. Roosevelt muito estreita. Aquela esquina na verdade é a Churchill, e o Bob’s vai de uma esquina a outra.
        Não sei o que existe no lugar das Casas da Banha. Vou verificar.

  5. Passei os anos 70 indo todo dia de ônibus pela Antônio Carlos pro São Bento e não me lembrava dessas Casas da Banha…
    Passeando pelos prédios mistos da Beira-Mar nessa área no fim de semana, dá pra perceber que alguns ainda são residenciais. Uma amiga minha conta que no início dos anos 90, trabalhando na Manchete, casou e alugou um desses e adorava morar lá. Ia a pé ao trabalho, o aluguel era barato, tinha bela vista e uma hidromassagem 😉

  6. Gostaria de poder morar no centro como se fazia antigamente, e como se faz nos grandes centros urbanos do mundo todo. Mas do jeito que eh hj, mt dificil…
    Quem sabe com um pouco mais de opcoes pro moradores – supermercados, shoppings, lazer, SEGURANÇA – o centro nao volte a ser procurado?
    Que beleza deve ser ir a pe pro trabalho… Adoro caminhas pelo centro do rio, da uma sensacao de que tem gente fazendo alguma coisa de util por la, ao contrario da muvuca q eh copacabana, onde parece q so tem desocupado andando…

  7. Alguém já descobriu o que existe hoje no lugar dessas Casas da Banha? Tenho uma vaga lembrança de existirem lojas… uma delas seria uma papelaria. E o prédio é algo relacionado à estudantes. Alguém confirma? É tão pertinho do meu trabalho. Acho que vou dar um pulinho lá só pra matar essa curiosidade.

  8. Fui lá e descobri: Além da loja de xerox já mencionada pelo colega acima, existe hoje no lugar das Casas da Banha uma loja da De Plá.

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