O amigo Carlos Ponce de Leon Paiva enviou para o site essa imagem da famosa Park Way da Praia de Botafogo, logo após a mesma ser implementada em 1953.
Concebida para ser um jardim apreciado em movimento, nas novas pistas do aterro sobre as águas da Enseada de Botafogo, que foram construídas acrescendo-se além da aterrada por Passos no início do séc XX, foram talvez os primeiros jardins públicos modernos da nossa cidade.
A construção destas pistas e até mesmo do Túnel do Pasmado já eram cogitadas desde a década de 10, ganhando corpo com o Plano Agache, que planejou além desse aterro, o Túnel do Pasmado e o alargamento do Túnel Novo num projeto déco muito interessante, onde o Túnel Novo teria 2 andares e 3 seções de fluxo definidas, expressa na parte superior. Na parte inferior uma local para carros e outra para os pedestres e os carris.
Os jardins foram planejados por Burle Marx, e foram os primeiros a usar várias espécies nativas em jardins públicos além disso usava das cores das folhagens como componente paisagístico, em tons amarelos, marrons, roxos, vermelhos e róseos, que se sobrepunham ao gramado verde. Essa nova forma de jardim convivia muito bem com os velhos jardins de Passos em estilo francês fazendo um interessante contraste num dos lugares mais bonitos de nossa cidade, mas que seria estragado em pouco tempo.
Ao fundo viamos pouquíssimos prédios, mesmo em 1957 data dessa foto, apenas a Sears, e mais a frente o Pimentel Duarte, mas os primeiros prédios no estilo “balança” já subiam, muitos construídos pela Predial Franco Brasileira, especializada na construção de verdadeiros cortiços verticais, quase sempre com um cinema em baixo, ou galeria, talvez burlando alguma brecha na legislação.
A Park Way e seus jardins existem até hoje, mas do projeto original só restam os formatos dos canteiros e algumas plantas, todo o conjunto ao longo dos anos foi sendo alterado por falta de obediência ao planejado e hoje com a falta de manutenção virou um jardim qualquer da nossa cidade.
Show de foto!!!
Uma maravilha de lugar, poucos prédios, a encosta com mata…
🙂
Acho que essa foto acaba com as dúvidas levantadas há tempos. As pistas da praia são as mesmas até hoje, só a areia e a calçada é que foram construidas nos anos 60.
Não entendo que prédio é aquele ao lado da Sears. Não parece ser o do BB. Parece estar no terreno do Coca-Cola/Intelig, mas ali antes não era um casarão/colégio? Talvez seja o Maragato (Bob’s) e a perspectiva da foto confunda. Os outros dois menores também não sei quais são.
Na outra ponta da foto junto do Pimentel Duarte, o Ed. Vitória que foi um dos mais antigos da praia, aparece solitário junto do PD em várias fotos antigas.
Impressionante, nasci em 1965 e sempre frequentei o Coral e o Scala, mas a enseada já estava coalhada de prédios. Já contei aqui em outros comentários que me mudei pra Marquês de Olinda em 1974 e entre o Pimentel Duarte e o número 45 (onde hoje é a esquina com a Muniz Barreto) só havia casas e o Sírio & Libanês dos dois lados (do outro lado era só casas até um outro prédio, também da família do Pimentel Duarte, que está de pé até hoje). Só umas dúvidas:
1. Não sei se é pela baixa resolução da foto, mas a passagem subterrânea praquele ponto de ônibus junto ao posto de gasolina não está aí? Ela foi construída depois?
2. O que é aquele negócio parecendo fábrica de bebidas ao lado da Sears?
Fiquei curioso com esse prédio que também era do Pimentel Duarte. Onde fica?
A passagem subterrânea estaria na altura do segundo ônibus/caminhão no fundo da foto, portanto não se vê na resolução.
A “fábrica de bebidas” do lado esquerdo da Sears me parece ser a construção de um dos prédios do outro lado da Prof. Alfredo Gomes, o da esquina ou o vizinho.
As passagens se não me engano foram construídas depois, acho que junto com a praia
Rafael, o outro prédio da família do Pimentel Duarte não é tão luxuoso quanto o da esquina (onde quebrei o braço pulando a mureta, em 1974) ou aquele que tem na São Clemente. Fica na Marquês de Olinda, aproximadamente em frente à Bambina. Procura o número 92 no Google Maps. O prédio colado no sobrado do botequim centenário (que está fechado, na foto), embora bastante alterado, segundo o que todo mundo dizia, era da família do Pimentel Duarte. Ele tem uns detalhes em laranja e outros em creme. Vê lá.
Jardins na cidade são pouquíssimos agora…
Ótima foto!
André,
estou com uma dúvida lá no meu botequim. Se vc puder, dê sua opinião.
Abs.
A Praia de Botafogo de minha infância, com a inesquecível Sears.
E o ginásio do Mourisco aparentemente sendo construído aqui no cantinho esquerdo.
A Sears era sansacional. Era o sonho de consumo de toda uma geração.
Era o shopping da minha geração. Adorava passear lá, ver os brinquedos (os Matchbox e os Revell no fundo do segundo andar, perto da entrada da garagem), os aparelhos eletrônicos no terceiro andar, de onde íamos pra lanchonete também naquele piso. Maior ainda era a Mesbla Passeio. Só fui conhecer as Mesblas Tijuca e Meyer mais velhos, perto do fim. Nunca fui à Sears (diziam que tinha) no Meyer.
Também tinha Copacabana. Às sextas e (algumas também às) terças as lojas ficavam abertas até as 22h00m e era uma espécie de shopping a céu aberto, incluindo as Americanas da Figueiredo, quase uma Sears.
A destruição da praia estava começando.
O terreno do prédio da Shell/Coca-Cola era ocupado pelo Anglo-Americano. Assisti da janela do meu quarto a sua demolição…. e não tirei nenhuma foto. Infelizmente não tenho o dom de nosso esculápio Montenegrino.
O prédio em construção é o Maragato. Entre a Sears e aquele prédio havia o colégio Anglo-Americano . A piscina do Anglo ficava no fundo do terreno e o pessoal do Maragato ficava nas janelas vendo a garotada nas aulas de natação e trampolim. O Anglo era considerado o colégio dos esportes tendo conquistado diversos jogos infantis e da primavera. Tinha tambem um ginásio maravilhoso. O QUE FIZERAM COM AQUELE PRÉDIO FAZ PARTE DE MAIS UM CRIME CONTRA A MEMÓRIA DE NOSSA CIDADE.