Nossa aérea de hoje mostra os contrastes da evolução urbana de duas áreas da cidade, à época.
O helicóptero ou avião sobrevoa a linha do mar de Copacabana e o fotógrafo aponta suas lentes em direção a Ipanema, Leblon e uma pequena parte da Lagoa.
É de saltar os olhos as diferença do gabarito dos prédios entre Ipanema e Copacabana já consolidada como uma selva de pedra e com seu urbanismo exaurido por pelo menos 20 anos de especulação imobiliária desenfreada e desregrada, que ainda estava destruindo os últimos trechos do bairro, principalmente a cima do eixo da Rua Tonelero.
Já Ipanema e Leblon, apesar de terem tido seu crescimento na mesma época do desenvolvimento de Copacabana foram poupadas por uma legislação edilícia mais civilizada, assegurada pelo menor valor de suas terras. Era o tempo das casas dos anos 30 e 40 e dos pequenos prédios de 3, 4 e 5 andares dos anos 40 e 50. Embora em alguns pontos gabaritos copacabanizados asseguravam prédios mais altos, mas não passando dos 10 pavimentos.
Porém esse imagem mostra os últimos momentos nessa situação dos bairros construídos na restinga que separa o mar da Lagoa, no final da década de 60 houve uma modificação na legislação urbanísitca, primeiro de Ipanema e depois do Leblon, para que as incorporadoras e construtoras, já praticamente sem espaço nos bairro nobres ( Copa e Flamengo ) virarem suas marretas para os bairros que tinham uma qualidade de vida muito boa e já estavam consolidados, inclusive no imaginário popular não precisando de campanhas publicitárias como as feitas no início da ocupaçao de Copacabana e mais recentemente da Barra da Tijuca.
Uma mesma foto tirada do mesmo ângulo 10 anos depois da nossa mostraria um horizonte muito diferente, com vários prédios de até 15 pavimentos se elevando, que provocaram no meio dos anos 80 a quase demolição total de muitos trechos da velha Ipanema, quando um arrocho na legislação, provocada principalmente por protestos de moradores illustres como Millor Fernandes que exorcisava quase diariamente um dos símbolos dessa destruição urbana que era o Apart-Hotel Tyfanis, salvou alguns pedaços do bairro do emparedamento, mas não da perda de vários imóveis antigos, que continuaram sendo demolidos até o final dos anos 90 e que correm riscos caos o interesses da especulação imobiliária derrube de vez as APAC´s.
Um crime o que fizeram com Ipanema e Leblon (além da Lagoa).
O dinheiro, como sempre, falou mais alto.
E assim caminha a humanidade, até o fundo do poço.
Construir é preciso
Uma escala menos desumana, com certeza.
André, não tome como ofensa, mas fotos dessa época, acho que nem valem ser postadas aqui, pois escapam ao espírito do seu site, que é o de mostrar o paraíso bucólico que o Rio foi, um dia. E em 65, meu amigo, infelizmente, o Rio praticamente já tinha virado essa “coisa” que é hoje.
Abraço.
um crime o q fizeram na cidade inteira!
pelo menos nesta foto a favela do pavãozinho, catangalo ainda não estava tão gigantesca como está hoje!
preciso de uma máquina do tempo e voltar uns 70 anos para viver em paz aqui.
abraços