É de muito antes desta famosa placa ser instalada que é nossa foto de hoje.
A imagem tem apenas 30 anos e mostra as radicais transformações que a Barra da Tijuca sofreu desde a sua integração através de fáceis acessos com o resto da cidade, notadamente a Zona Sul.
Em 1977 o bairro ainda se encontrava muito vazio e com infra-estrutura incipiente. Ruas de terra, outras constando só em plantas cadastrais da prefeitura compunham um bairro que nascia como vários outros da cidade anos antes, mas com um diferencial, o transporte urbano de massa não abriu os caminhos como foi o caso da Zonas Sul e Norte e dos Suburbios, mas sim o automóvel.
Nossa foto mostra em primeiro plano, após o arrocamento do Quebra Mar um dos núcleos iniciais do bairro, a pequena comunidade de pescadores que se situava (e está lá até hoje) junto a entrada do Canal da Barra, e ao longo da Praia dos Amores. Sua ocupação por geração expontânea, antes do loteamento do Tijucamar criou um urbanismo bem peculiar, como de partes antigas de Buzios, Cabo Frio e Angra.
Mais atrás vemos o Tijucamar e o Jardim Oceânico, ainda pouco ocupados, praticamente só com residências unifamiliares e poucos prédios. As ruas com excessão das avenidas Lucio Costa, antiga Sernametiba e Ministro Ivam Lins e de parte da Rua Guedes da Fontoura ( por anos uma das poucas ruas secundárias asfaltada da barra ) são todas de terra batida, ficando assim em grande parte até o início da década de 90.
Após os dois loteamentos anteriores ao Plano Lúcio Costa, quase nada há construído, a foto praticamante só nos mostra uma bela vegetação de restinga e dunas, intercaladas por poucas construções.
Ao fundo ao contrário do mar de prédios que temos hoje em Ataydeville, fechando o horizonte do bairro, para quem está nesse ponto. Tinhamos vista praticamente livre. De construção de grande porte apenas as duas torres, que até hoje significam calote imobiliário e desvirtuamento de um projeto. Pois toda aquela área de propriedade de Múcio Atayde que deveria ter uma densidade como a apresentada pelas duas torres, foi repassada a terceiros que criaram um paredão digno de Copacabana no local, seccionando a vista do bairro.
Tênuamente junto à orla vemos estruturas subindo, possivelmente são do condomínio Atlantico Sul.
Comments (10)
Impressionante! Uma foto do mesmo local deixaria chocado até que nunca sequer passou pela Barra da Tijuca. Curiosamente, no canal que fica à direita do vídeo (cujo nome esqueci…), aparecem duas ilhotas.
Excelente postagem!
Um grande abraço!
Essa ai acho que é de antes da Barra da Tijuca terminar no la Mole 🙂
E a Barra sofre até hoje pela falta de transporte público…
Vai parar, vai chegar o dia que pára tudo. Muito automóvel.
“Sorria, você está na Barra” é de uma ironia a toda prova.
Acessos fáceis? Talvez na década de 70 – hoje é um inferno diário.
E os caras ainda se consideram felizes levando 2 horas até o centro da cidade naqueles ônibus monstruosos.
Realmente…
Luiz, em comparação com as Estradas do Joa, Furnas, ou a velha de Jacarepaguá, a Auto-Estrada é um caminho fácil e muito melhor transitável. Acontece que ela foi planejada para hoje ter a companhia de 2 linhas de metrô chegando na região da Barra, além de uma Av. das Américas sem sinais nas pistas centrais, e avenidas como a Grande Canal e Via Parque operantes em todo os seus traçados.
A Barra cresceu como era esperado que acontecesse, mas nossos governantes deixaram a infra-estrutura pesada de lado e o caos começou já a se instalar
Incroyable !!!!!! E eu me lembro dela assim………….lembro do Wimpy solto num mato sem fim…..
Tem otário para tudo…. Até para morar na Barra.
Sorria, você está sendo enrolado.
Achei um video do filme “RC em ritmo de aventura”, um sobrevoo do Rio no temo da GB, maravilha!!!
Veja em: http://www.patricksaviation.com/videos/Caribougnal/1694/
Que isso Jban, a Barra é maravilhosa. Está melhor hoje do que na foto acima. Muito melhor.
Eu curto tudo, acho incríveis as fotos da Barra dos anos 60/70/80.
André, em Brasília tem uma lenda urbana assim. Brasília é tão esquisita que nem o Niemeyer e o Lúcio Costa moravam aqui. Niemeyer em Copa e o Lúcio em Guaratiba Ugh.
Morei lá, e lembro do supermercado “Três Poderes”… lá pelos idos de 1974 ou 1975. Frequentava a Paróquia São Francisco de Paula e fazia catecismo. E foi exatamente em 1976 que o Carrefour foi inaugurado. As torres do Novo Leblon e Nova Ipanema já estavam sendo construídas nessa época… e o la Mole ainda era um restaurante novo na Avenida das Américas.
As ruas em sua maioria de terra e eram muitos os terrenos baldios. Eu estudava na Escola Municipal Almeida Garret e morava exatamente onde hoje é o Condomínio Condado de Cascais. A minha casa era uma casinha muito simples num terreno enorme todo fechado com grandes pinheiros (não havia muros no terreno). O terreno pegava duas ruas: a Avenida Armando Lombardi (na época aquele trecho ainda era av. das américas) e a rua Helios Seelinger. Esta rua só tinha duas casa: a minha e a casa da D. Augustinha (uma portuguesa que vivia com o marido e uma filha adolescente). Quando eu ia pra escola (à pé, com minha mãe), passava por ruas completamente desertas, com muitos terrenos vazios e com muitas amoreiras pelas calçadas. Que tempo bom!