Balneário da Urca, anos 20

andredecourts foton från 2007-09-25

Estamos hoje num verdadeiro post quádruplo com os flog’s Arqueologia do Rio de Janeiro, Saudades do Rio, e Saudades do Rio-O Clone, sobre um assunto que vem pautando várias matérias no último mês.

Temos o Cassino da Urca ( http://fotolog.terra.com.br/bfg1:406 http://fotolog.terra.com.br/sdorio:415 http://fotolog.terra.com.br/sdorio:416 e http://fotolog.terra.com.br/luizd:933 ) onde os amigos mostram vários momentos do prédio e arredores, notadamente a Praia da Urca.
Construído como mola impulsionadora para o desenvolvimento do bairro, primeiramente como um balneário, depois hotel e por fim cassino, sempre com modificações flagrantes em sua planta, que criaram vários formatos, do abaulado ao quadrado. Com o fim do jogo e a posterior transformação do prédio nos estúdios da TV Tupi o prédio foi transformado num caixotão com o cerramento de suas enormes janelas por alvenaria.
Nossa foto mostra uma das partes que sofreu poucas modificações ao longo dos anos, a parte colada junto à encosta e o pergulato que atravessa a Av. João Luiz Alves. Esse pedaço do prédio mantém praticamente toda a decoração da fachada, como os capitéis das colunas e boa parte do gradeado de alvenaria no topo do pergulato, mesmo tendo ganhado um feio pavimento extra nos tempos da TV Tupi.
A imagem mostra o balneário logo após sua inauguração nos anos 20. O prédio junto à praia se mantinha no formato da inauguração, alinhado junto à grande pérgula sobre a avenida. O curioso é que já vemos o embrião da expansão do imóvel para as laterais, os toldos com estrutura metálica. Pouco depois esses toldos foram transformados em duas alas de varandas, uma de cada lado da parte frontal do prédio, em madeira com grades janelões. Daí para expansão definitiva do prédio sobre a praia foi um pulo. Onde ganhou seu formato atual.
Polêmicas à parte, a ida do IED é uma chance do prédio ser restaurado, e BEM restaurado, além de ter uma utilidade para a cidade. É importante ser realista e constatar que qualquer atividade a ser levada para a edificação ganhará a reclamação dos moradores da Urca com a desculpa do impacto viário. De terreiro de macumba à igreja evangélica qualquer atividade no prédio provocará o afluxo de pessoas de fora do bairro, que irão de carro, táxi ou ônibus, pois a Urca se localiza num extremo da cidade e não é servida por transporte de massa.
Imagino que a TV Tupi nos anos 50 e 60, sem falar nas noitadas do cassino. Deviam levar um grande número de pessoas ao bairro. Imagino os ônibus das macacas de auditório, ou a movimentação de automóveis de artistas, técnicos e executivos da emissora.
No meu ver o único modo de não causar impacto é fazer do prédio um dispositivo urbano que só atenda os moradores da própria Urca, pois essa será a única maneira de não trazer ninguém de fora, nem causar impacto viário. Mas isso é egoísmo urbano, nesse caso é melhor derrubar tudo e fazer uma praça….infelizmente !

Comments (6)

derani 2007-09-25 10:06 …
Concordo plenamente com o Decourt.
Isso aí devia ser uma loucura na época do Cassino… era um dos mais famosos do Rio.
luiz_o 2007-09-25 10:06 …
Será que o sonho dos habitantes da Urca é colocar uma cancela na altura deste prédio e só permitir a entrada dos moradores, tal como se fez no Jardim Pernambuco (como lembrou o Carlos Correia lá no “Saudades do Rio”)?
Ou será que pretendem colocar a cancela já na Av. Pasteur?
phnovo 2007-09-25 10:43 …
Pior é que deve ter um monte de gente achando uma otima ideia derrubar
mendesjorg 2007-09-25 13:03 …
o melhor seria a cancela depois do antigo cassino!!! assim se poderia fazer qquer coisa q seje de interesse do povo e da cidade no bom sentido e não uma coisa com atividade para meia duzia de pretenciosos moradores…o Rio num todo é um patrimonio de seus moradores abonados ou não!!!tbm não acho justo a urca se transormar em um gueto….
jban 2007-09-25 18:27 …
Sou a favor de se “desaterrar” a URCA e aquilo voltar a ser água !!